A mística, energia de vida
“As grandes tradições orientais do hinduísmo e do budismo presenteiam a humanidade com místicas muito profundas. Hoje existem terapias baseadas em métodos de respiração oriental. No mundo inteiro, muita gente faz ioga. Outras tradições espirituais como o xamanismo têm outras propostas de misticismo. Em que consiste a mística cristã?” Essa pergunta me foi dirigida em uma entrevista na televisão e muita gente a retoma com certa freqüência. Não se trata apenas de uma questão religiosa em si, mas de saber qual é a contribuição da mística para que as pessoas possam ter uma vida mais equilibrada e sadia.
Mística tem a mesma raiz de mistério. Vem de um termo grego que significa iniciação. Diz respeito à intimidade mais profunda que motiva e impulsiona a vida interior de alguém e de um grupo. Como ninguém pode encontrar a Deus, nem ao outro ser humano, se não se encontra profundamente consigo mesmo, o cultivo da interioridade é básico em todas as tradições espirituais. Na bíblia, um salmo ora: “Unifica o meu coração, para eu viver na intimidade do teu amor” (SI 86,11).
Os místicos antigos se chamavam monges (o termo grego monos quer dizer uno) porque viviam para alcançar a unidade interior. São Gregório escreveu sobre São Bento que ele “habitava consigo mesmo”. Essa busca da unidade interior é graça divina, mas pede um cultivo. Não acontece espontaneamente e sem método. Alguns elementos desse caminho são universais e ecumênicos. Outros são próprios de uma ou outra tradição. O cristianismo antigo herdou das religiões orientais a técnica da meditação, retomou a repetição de um mantra ou invocação. Refez costumes como a peregrinação e a importância da solidariedade e da partilha. Essas duas dimensões (a interior e a social) se completam. O budismo faz da esmola uma exigência prêvia para alguém ser monge. O islã também coloca a misericórdia com o outro como mandamento fundamental. O cristianismo insiste que se a gente não se relaciona com o irmão a quem vê não pode se relaciona com Des a quem não vê (Cf. 1 João 4,20). Dietrich Bonhoeffer, teólogo, vítima do nazismo, dizia: “O Cristo está em mim para você e está em você para mim. Ele está em mim, mas eu só o encontro em você e está em você, mas você só pode encontrá-lo em mim”.
Hoje existem grupos que desenvolvem um tipo de espiritualidade baseada na autoajuda, em cuidados consigo e com a saúde. Esse tipo de caminho é legítimo, mas não chega a ser verdadeiramente um caminho espiritual, enquanto não nos leve a sair de uma autoajuda de tipo egoísta para nos colocar em comunhão com os outros e o cosmos. Em um mundo agitado e uma sociedade competitiva, a contribuição mais importante de uma mística ecumênica é nos tornar capazes de profunda escuta do outro, de comunhão universal e solidários com o destino da humanidade.
Autor: Marcelo Barros
Jornal: O Popular do dia 07 de novembro de 2012
Santa Teresa de Jesus (1515-1582)
Celebramos hoje uma grande santa religiosa, doutora da Igreja, mística, escritora e fundadora das Carmelitas descalças...
Teresa, de ascendência judia, teve 10 irmãos;
perdeu a mãe cedo e, aos 18 anos de idade
entrou no convento da Encarnação, em Ávila.
Teve diversos problemas de saúde causados por uma cardiopatia crônica que provocavam dores que a paralisavam e até a faziam desmaiar. Até os 25 anos de idade, viveu sua entrega religiosa superficialmente, até conhecer os jesuítas (1555) e se orientar espiritualmente com eles. Aos 45 anos de idade, após ter reformado sua vida e viver em profunda intimidade com Deus, iniciou a reforma do Carmelo, buscando maior solidão, pobreza e silêncio.
Em 1559 teve a célebre “transverberação”, graça extraordinária, sentindo o seu coração ser traspassado por um dardo que, ao penetrá-lo deixava uma dor amorosa, enquanto sua alma era elevada aos níveis mais altos da contemplação. Ela mesma o narra: “vi a meu lado um anjo que achava a minha esquerda, em forma humana. Confesso que não estou acostumada a ver tais coisas, exceto em mui raras ocasiões. Ainda que com frequência me aconteça ver anjos, trata-se de visões intelectuais (...) O anjo era de baixa estatura e muito formoso; seu rosto ardia como se fosse um dos anjos mais altos que são todos de fogo. Devia ser dos que chamamos querubins... levava na mão um dardo de ouro, cuja ponta parecia uma brasa acesa. Parecia-me que em alguns momentos o afundava em meu coração e me traspassava as entranhas e, quando o tirava, parecia que se me escapavam as entranhas e me sentia arder no mais grande amor de Deus... (Vida de Santa Teresa, 39)
Visitando anos atrás Alba de Tormes/Espanha, com meu irmão cardiologista, pudemos ver o coração da madre, num belo relicário…
Teve diversos problemas de saúde causados por uma cardiopatia crônica que provocavam dores que a paralisavam e até a faziam desmaiar. Até os 25 anos de idade, viveu sua entrega religiosa superficialmente, até conhecer os jesuítas (1555) e se orientar espiritualmente com eles. Aos 45 anos de idade, após ter reformado sua vida e viver em profunda intimidade com Deus, iniciou a reforma do Carmelo, buscando maior solidão, pobreza e silêncio.
Em 1559 teve a célebre “transverberação”, graça extraordinária, sentindo o seu coração ser traspassado por um dardo que, ao penetrá-lo deixava uma dor amorosa, enquanto sua alma era elevada aos níveis mais altos da contemplação. Ela mesma o narra: “vi a meu lado um anjo que achava a minha esquerda, em forma humana. Confesso que não estou acostumada a ver tais coisas, exceto em mui raras ocasiões. Ainda que com frequência me aconteça ver anjos, trata-se de visões intelectuais (...) O anjo era de baixa estatura e muito formoso; seu rosto ardia como se fosse um dos anjos mais altos que são todos de fogo. Devia ser dos que chamamos querubins... levava na mão um dardo de ouro, cuja ponta parecia uma brasa acesa. Parecia-me que em alguns momentos o afundava em meu coração e me traspassava as entranhas e, quando o tirava, parecia que se me escapavam as entranhas e me sentia arder no mais grande amor de Deus... (Vida de Santa Teresa, 39)
Visitando anos atrás Alba de Tormes/Espanha, com meu irmão cardiologista, pudemos ver o coração da madre, num belo relicário…
Eu disse baixinho para meu irmão:
- Olha! Mais de 400 anos e o coração ainda guarda as marcas daquela “transverberação!” Impressionante!... Meu irmão, pouco religioso e para me chatear disse: - Ela teve um infarto!
Transverberação, infarto... Aquelas palavras em vez de me abalar, iluminaram ainda mais a minha fé, pois a nossa santa fizera uma experiencia mística sentido um ataque cardíaco! Eu, que já passei por 5 anginas de peito e uma cirurgia do coração com um cirurgião (meu anjo?) cortando-o com um belo dardo (bisturi!), não experimentei tamanho êxtase! Oh! Que santa inveja!
Teresa fundou mais de 17 Carmelos reformados,
com a seguinte espiritualidade:
1. Busque sempre a Deus. O nosso interior é como um castelo feito de muitas moradas. Na morada central habita o Rei,
Sua Majestade...
2. Fale com Deus, pois a oração não consiste em muito pensar, mas sim em muito amar. A oração nasce do amor!
- Olha! Mais de 400 anos e o coração ainda guarda as marcas daquela “transverberação!” Impressionante!... Meu irmão, pouco religioso e para me chatear disse: - Ela teve um infarto!
Transverberação, infarto... Aquelas palavras em vez de me abalar, iluminaram ainda mais a minha fé, pois a nossa santa fizera uma experiencia mística sentido um ataque cardíaco! Eu, que já passei por 5 anginas de peito e uma cirurgia do coração com um cirurgião (meu anjo?) cortando-o com um belo dardo (bisturi!), não experimentei tamanho êxtase! Oh! Que santa inveja!
Teresa fundou mais de 17 Carmelos reformados,
com a seguinte espiritualidade:
1. Busque sempre a Deus. O nosso interior é como um castelo feito de muitas moradas. Na morada central habita o Rei,
Sua Majestade...
2. Fale com Deus, pois a oração não consiste em muito pensar, mas sim em muito amar. A oração nasce do amor!
3. Ame os irmãos e irmãs.
Deus nos coloca sempre a caminho dos outros...
4. Seja humilde.
5. Desapegue-se das coisas e das pessoas.
Deus nos coloca sempre a caminho dos outros...
4. Seja humilde.
5. Desapegue-se das coisas e das pessoas.
Só Deus basta!
O Pe. Francisco de Ribera, jesuíta e confessor de Teresa, deixou-nos um retrato expressivo da Santa: Era de muito boa estatura e, em sua mocidade, formosa, e ainda depois de velha mantinha uma boa aparência: corpo vultoso e muito branco, o rosto redondo e cheio, de bom tamanho e proporção; tez branca e encarnada, e quando estava em oração se lhe encendia e ficava formosíssima; cabelos negros e crespos, a fronte larga, igual e formosa; as sombra celhas grandes e grossas, não muito em arco, mas planas; olhos negros e redondos, vivos e graciosos, que em sorrindo, sorriam todo e mostravam alegria; nariz pequeno e não muito levantado, com a ponta arredondada e um pouco inclinado para baixo; boca nem grande nem pequena; dentes muito bons; mãos pequenas e muito lindas...
Teresa foi de Jesus e Jesus de Teresa! Que ela nos ajude a encontrar Deus em todas as coisas...
Uma pergunta: Sua sabedoria e beleza o/a ajudam a se colocar criativamente
O Pe. Francisco de Ribera, jesuíta e confessor de Teresa, deixou-nos um retrato expressivo da Santa: Era de muito boa estatura e, em sua mocidade, formosa, e ainda depois de velha mantinha uma boa aparência: corpo vultoso e muito branco, o rosto redondo e cheio, de bom tamanho e proporção; tez branca e encarnada, e quando estava em oração se lhe encendia e ficava formosíssima; cabelos negros e crespos, a fronte larga, igual e formosa; as sombra celhas grandes e grossas, não muito em arco, mas planas; olhos negros e redondos, vivos e graciosos, que em sorrindo, sorriam todo e mostravam alegria; nariz pequeno e não muito levantado, com a ponta arredondada e um pouco inclinado para baixo; boca nem grande nem pequena; dentes muito bons; mãos pequenas e muito lindas...
Teresa foi de Jesus e Jesus de Teresa! Que ela nos ajude a encontrar Deus em todas as coisas...
Uma pergunta: Sua sabedoria e beleza o/a ajudam a se colocar criativamente
a serviço de Deus e dos outros?
O projeto do êxodo
O projeto do êxodo com as suas perspectivas teológico-éticas é o fundamento da fé bíblica. Nele, o Deus de Israel revela suas características identificadoras: atento ao sofrimento dos escravos hebreus no Egito, o Deus Iahweh conduz os oprimidos para fora da sociedade que os oprime, dá-lhes seu ensino e leva-os a uma terra boa, a fim de que os libertados construíssem uma sociedade alternativa que garantisse, da forma mais ampla, a “liberdade” política não é um entre outros, mas, com esse assunto, focaliza-se Deus mesmo.
Pois Deus revela o próprio nome somente no contexto de sua ação libertadora (Ex 3).
Onde houve esse Deus, a liberdade se faz presente.
Pois Deus revela o próprio nome somente no contexto de sua ação libertadora (Ex 3).
Onde houve esse Deus, a liberdade se faz presente.
Povo Eleito
Libertado da escravidão no Egito.
Carregado sobre asas de água.
Trazido para perto Dele.
Eleito.
Chamado a ouvir Sua voz.
Guardando Sua aliança.
Para construir a sociedade nova.
Eleito.
Propriedade particular.
Reino de sacerdotes.
Nação santa.
Eleito.
O povo dos libertados.
Entre os outros povos.
Fiel a Ele.
Eleito.
Autor: Matthias Grenzer
Livro: O Projeto do Êxodo
Deus em nós
As pessoas, diz Isabel Leseur, vivem à superfície de suas almas sem entrar nunca no seu interior. Oh! se nos soubéssemos recolher, vê-nos a nós mesmos claramente e compreender-nos!”
“Deus habita em nós. Com que acolhimento recebemos um tal hóspede? Eu me confundo ao pensar que, mal tem entrado em mim, quando lhe volto as costas e o abandono, para me entreter com ninharias” (Paulina Reynolds).
Citamos de propósito estas duas pessoas que viveram no mundo, uma toda a sua vida,
a outra até aos cinquenta e sete anos.
a outra até aos cinquenta e sete anos.
Crê-se, geralmente, que a doutrina da Presença de Deus em nós pertence exclusivamente aos claustros. A verdade é que poucas almas, no meio do ruído geral das coisas que passam, procuram o silêncio necessário para escutar o grande ruído misterioso, que produzem em nós as coisas divinas.
Deus é um Deus escondido: Ele só se revela no silêncio. No ruído, nunca: “Eu sinto que a primeira disposição que devo levar, escreve ainda Paulina Reynolds, é o silêncio segundo o dito de Taulero: O Pai não tem se não uma palavra, é o seu Verbo e o seu Filho. Di-la num eterno silêncio, e é no silêncio, pois, ó minha alma, para ouvir a Deus. Silencia para receber o Verbo; silêncio para o ouvir falar-te, para fazer-se compreender de ti, para viver em ti. Silêncio e oração!”.
AUTOR: Raul Plus, s.J
Livro: Deus em Nós
Entrevista do cardeal
Carlo Martini, arcebispo de Milão, falecido recentemente.
Como o senhor vê a situação da Igreja?
A Igreja na Europa e na América está cansada do bem-estar. A nossa cultura envelheceu, as nossas igrejas são grandes, as nossas casas religiosas estão vazias e o aparato burocrático da Igreja aumenta, os nossos ritos e os nossos hábitos são pomposos. Essas coisas expressam o que nós somos hoje? (...)
Que instrumentos o senhor aconselha contra o cansaço da Igreja?
Eu aconselho três instrumentos muito fortes. O primeiro é a conversão: a Igreja deve reconhecer os próprios erros e deve percorrer um caminho radical de mudança, começando pelo papa e pelos bispos. Os escândalos de pedofilia nos levam a tomar um caminho de conversão. As questões sobre a sexualidade e sobre todos os temas que envolvem o corpo são um exemplo disso. Estes são importantes para todos e, às vezes, talvez, são até importantes demais. Devemos nos perguntar se as pessoas ainda ouvem os conselhos da Igreja em matéria de sexualidade. A Igreja ainda é uma caricatura na mídia?
O segundo é a palavra de Deus. O Concílio Vaticano II restituiu a Bíblia aos católicos. (...) Somente quem percebe no seu coração essa Palavra pode fazer parte daqueles que ajudarão a renovar a Igreja e saberão responder ás perguntas pessoais de Deus é simples e busca como companheiro um coração que escute (...). Nem o clero nem o Direito eclesial pode substituir a interioridade do ser humano. Todas as regras externas, as leis, os dogmas nos foram dados para esclarecer a voz interior e apara o discernimento dos espíritos.
Para quem são os sacramentos? Estes são o terceiro instrumento de cura. Os sacramentos não são uma ferramenta para a disciplina, são antes uma ajuda para as pessoas nas etapas do caminho e nas franquezas da vida. Levamos os sacramentos às pessoas que precisam de uma nova força? Eu penso em todos os divorciados e nos casais em segunda união, nas famílias ampliadas. Eles precisam de uma proteção especial. A Igreja sustenta a indissolubilidade do matrimônio. É uma graça quando um casamento e uma família conseguem isso (...).
A atitude que temos com relação às famílias ampliadas
Irá determinar a aproximação à Igreja da geração dos filhos. Uma mulher foi abandonada pelo marido e encontra um novo companheiro que cuida dela e de seus três filhos.
O segundo amor prospera. Se essa família for discriminada, ao só a mãe é cortada fora, mas também os seus filhos.Se
Os pais se sentem fora da igreja, ou não sentem deu apoio
A Igreja perderá a geração futura.Antes da Comunhão nós
Rezamos: “Senhor, eu não sou digno...”. Nós sabemos que não somos dignos (...). O amor é graça. O amor é um dom. A questão sobre se os divorciados podem comungar deve ser invertida. Como a Igreja pode ajudar com a força dos sacramentos aqueles que têm situações familiares complexas?
Revista da Liturgia Ano 39-234 nov/dez 2012
TERÇO DOS HOMENS
O terço era a terça parte do rosário, ou coroa de rosas,é uma reflexão orante sobre a vida de Jesus,feita com Maria,através de alguns quadros evangélicos:”os mistérios”. Rezar o rosário ou o terço, de fato, é contemplar com Maria o rosto de Cristo.
Há séculos é uma oração amada por numerosos santos e encorajada pelo magistério da Igreja.
A Igreja atribuiu várias vitórias do cristianismo à reza do terço e em suas aparições N.Senhora aparece com o terço e recomenda a sua reza, dizendo-se, inclusive, nas aparições de Fátima Senhora do Rosário.
O bem-aventurado papa João Paulo II acrescentou à meditação cristológica do Rosário os ”mistérios luminosos” centrados no batismo de Jesus ,no milagre das bodas de Cana,na pregação das bem-aventuranças,na transfiguração no Tabor e na instituição da Eucaristia na Última Ceia.
Podemos dizer agora que o Rosário é um compêndio do Evangelho. Nos mistérios gozosos meditamos a encarnação de Jesus,nos mistérios dolorosos sua paixão e morte e nos gloriosos sua ressurreição,ascensão ao céu, a vinda do Espírito Santo e a assunção e glorificação de Maria no céu.
O terço dos homens foi fundado no dia 8 de setembro de 1936 na Vila Providência, atual ITABI – SE. De lá para cá as paróquias vêm adotando essa prática. Em Goiânia-Go, na catedral metropolitana, no dia de Santa Clara teve início essa devoção depois espalhada pelas diversas paróquias. Além da reza do terço a instituição se propõe a assistência
às pessoas carentes através da família.
às pessoas carentes através da família.






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