PENSAMENTOS

"Somos donos dos nossos atos
mas não donos dos nossos sentimentos.
Somos culpados pelo que fazemos
mas não pelo que sentimos.
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos.
Atos são pássaros engaiolados.
Sentimentos são pássaros em voo."
 
Rubem Alves
 
 



"Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida."
Confúcio










"Para mim a natureza é formada por um grande “uau” atrás do outro, e às vezes suas menores dádivas são aquelas que abrem minha alma para o seu esplendor".
Autora: Oprah Winfrey

Livro: O que eu sei de verdade



Eu vivo em um estado de perpétuo contentamento (minha definição de felicidade), alimentado pela paixão que tenho por tudo aquilo com que estou comprometida: meu trabalho, meus colegas, meu lar, minha gratidão por cada vez que respiro o ar da liberdade e da paz. E o melhor de tudo é saber, com toda a certeza, que criei esta felicidade por escolha própria. 


Autora: Oprah Winfrey
Livro: O que eu sei de verdade
 

Reflexo no Espelho
Se sou amado,
quanto mais amado
mais correspondo ao amor.

Se sou esquecido,
devo esquecer também,
Pois amor é feito espelho:
tem que ter reflexo.
                              Pablo Neruda



Ama-se na medida em que se busca comunicação, integração a partir da comunicação com os demaisNãoeducação sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar. Nãoeducação imposta como nãoamor imposto. Quem não ama não compreende o próximo, não o respeitaNãoeducação do medo. Nada se pode temer da educação quando se ama.
PAULO FREIRE    ARTE:  PORTINARI



Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...


" Viva cada momento com atenção, sem apego, esforço ou envolvimento, totalmente grato pela essência daquele momento. É incrível ser apenas você mesmo".
 Barbara Ann kipfer

"A vida é como um som, efêmera". 
Barbara Ann kipfer 

"A simplicidade voluntária não é opção pela pobreza. É opção pelo essencial, pelo que é necessário para a nossa vida e para a vida da comunidade". Eduardo Jorge Martins

 

"Religião sem reflexão crítica poderá provocar tantos males quanto ciência sem princípios éticos." Dirceu Benincá

 

As três palavras mais estranhas

Quando pronuncio a palavra Futuro
a primeira sílaba já se perde no passado.
Quando pronuncio a palavra Silêncio,
Suprimo-o
Quando pronuncio a palavra Nada,
Crio algo que não cabe em nenhum não ser.

Wislawa Szymborska

AMOR E AMOR
O amor é o sentimento que dá forma e alma ao mundo. Ao longo da história da humanidade, inspirou pensamentos e obras na arte, na ciência e na espiritualidade.

 A palavra AMOR faz referência a uma variedade de sentimentos, estados e atitudes que variam do prazer, quando se diz, por exemplo, “amo chocolate”, até uma atração interpessoal intensa, quando se afirma “amo meu filho”. Dessa forma, muitas vezes, o termo “amor” é usado e associado a “gostar” de alguma coisa ou de alguém.
 Embora o amor possa ter uma natureza, existem teorias de que provavelmente não temos capacidade suficiente de compreendê-la. Sócrates, por exemplo, afirmava que a verdadeira natureza do amor estava além da compreensão intelectual da humanidade.
 Alguns estudos dizem que o homem criou o amor quando sentiu o peso do desamparo, da solidão e do abandono após assumir sua individualidade, o conhecimento de si mesmo. A necessidade de minimizar seu isolamento fez com que procurasse por outras pessoas, o que deu origem aos relacionamentos e ao amor.
 Pode-se então dizer que o amor foi “criado” pelo ser humano para vencer sua solidão e escapar da própria loucura. Isso porque, sem o amor, o homem é um ser árido e estéril, incapaz de encantar-se com a vida ou de envolver-se com outras pessoas.
 Na Filosofia, diversas teorias e estudos têm sido propostos sobre o amor. Alguns o elevam a uma condição divina, outros o consideram um sentimento positivo ou uma realidade ilusória.
 Tradicionalmente, na antiga Grécia, os filósofos defendiam três noções que poderiam ser chamadas de amor: Eros, Philia e Ágape. Eros significava o amor em que há uma intensa paixão por alguma coisa. Muitas vezes, esse amor é associado ao desejo sexual, daí a noção moderna de “erótico”. Ele também é conhecido como “amor desejo”, amor aquisitivo ou egocêntrico.
 Philia originalmente significa uma relação afetiva, amizade, que implica lealdade, com amigos, familiares, colegas de trabalho, comunidade política, etc. geralmente, é sensível às qualidades da pessoa amada. Aristóteles dizia que a base adequada da Philia era formada por aqueles que compartilham de nossas inclinações, que não cultivam ressentimentos, que são equilibrados e que nos admiram.


 Ágape se baseia em elementos de Eros e Philia na medida em que procura um tipo ideal de amor que é o mesmo tempo carinho, um transcender do particular e uma paixão sem a necessidade de reciprocidade. É um tipo de amor que não reponde ao valor de seu objeto e surgiu principalmente por meio da tradição cristã.
Grandes temas- Filosofia



Não acrescente dias à sua vida, mas vida aos seus dias.
Harry Benjamin.

Sonhos são gratuitos. Transformá-los em realidade tem um preço.
Ennis J.Gibbs

Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram.
Alexandre Graham Bell

O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao homem.
Frederio F.

Às vezes é bom acreditar na evolução e pensar que o homem ainda não está concluído.
John M. Henry

Por muito frio que seja o inverno, é sempre seguido pela primavera.
Eddie Vedder.

O oposto da vida não é a morte, é a indiferença.
Erih Wiesel

A humanidade deverá pôr um termo à guerra, ou a guerra irá pôr um termo à humanidade.
John Fitzgerald Kennedy

As injúrias são as razões dos que não têm razão.
Jean – Jacques Rousseau

Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Como nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.
Buda

Um covarde é incapaz de demonstrar amor – isso é privilégio dos corajosos.
Gandhi

A paz vem de dentro de você mesmo. Não procure à sua volta.
Buda

O que mais me impressiona nos fracos, é que eles precisam de humilhar os outros, para se sentirem fortes...
Gandhi

Quem olha para fora, sonhar; quem olha para dentro, desperta.

Carl Young


FRASES DE VOLTAIRE



" A PRIMEIRA LEI DA NATUREZA É A TOLERÂNCIA, JÁ QUE TEMOS UMA PORÇÃO DE ERROS E FRAQUEZAS."



"PENSE POR SI MESMO E DÊ ÀS OUTRAS PESSOAS O DIREITO DE FAZER O MESMO."



" DISCORDO DAQUILO QUE DIZES, MAS DEFENDEREI ATÉ A MORTE O TEU DIREITO DE O DIZERES."



" A IGNORÂNCIA AFIRMA OU NEGA VEEMENTE; A CIÊNCIA DUVIDA."



"JULGUE-SE UM HOMEM MAIS PELAS SUAS PERGUNTAS DO QUE PELAS SUAS RESPOSTAS. "



GANHEI CORAGEM
Rubem Alves
colunista da Folha de S. Paulo


"Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece", observou Nietzsche. É o meu caso.
Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo. Por medo.
Alberto Camus, leitor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora em que a coragem chega: "Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos". Tardiamente. Na velhice. Como estou velho, ganhei coragem.


Vou dizer aquilo sobre o que me calei: "O povo unido jamais será vencido", é disso que eu tenho medo.


Em tempos passados, invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política.


Mas Deus foi exilado e o "povo" tomou o seu lugar: a democracia é o governo do povo. Não sei se foi bom negócio; o fato é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade.
Basta ver os programas de TV que o povo prefere.
A Teologia da Libertação sacralizou o povo como instrumento de libertação histórica. Nada mais distante dos textos bíblicos. Na Bíblia, o povo e Deus andam sempre em direções opostas. Bastou que Moisés, líder, se distraísse na montanha para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas, Moisés ficou tão furioso que quebrou as tábuas com os Dez Mandamentos.


E a história do profeta Oséias, homem apaixonado! Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da mulher que amava!


Mas ela tinha outras idéias. Amava a prostituição. Pulava de amante e amante enquanto o amor de Oséiaspulava de perdão a perdão.


Até que ela o abandonou. Passado muito tempo, Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos. E o que foi que viu? Viu a sua amada sendo vendida como escrava.


Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: "Agora você será minha para sempre".


Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus.


Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta, mas sabia que ela não era confiável. O povo preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhe contavam mentiras.


As mentiras são doces; a verdade é amarga.


Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo. No tempo dos romanos, o circo eram os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos! As coisas mudaram.


Os cristãos, de comida para os leões, se transformaram em donos do circo.

O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas.


As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos. Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro "O Homem Moral e a Sociedade Imoral"
observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se "responsáveis" por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas.


Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo tornam-se capazes
dos atos mais cruéis.


Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival. Indivíduos são seres morais.


Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo.

Seria maravilhoso se o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da coletividade. É sobre esse pressuposto que se constrói a democracia.


Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão.


Quem decide as eleições e a democracia são os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras.


O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam.
Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade. Uma coisa é a massa de manobra sobre a qual os espertos trabalham.

Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo.


Jesus foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás. Durante a revolução cultural, na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar.


O nazismo era um movimento popular.


O povo alemão amava o Führer.


O povo, unido, jamais será vencido!

Tenho vários gostos que não são populares. Alguns já me acusaram de gostos aristocráticos. Mas, que posso fazer? Gosto de Bach, de Brahms, e Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, de silêncio; não gosto de churrasco, não gosto de rock, não gosto de música sertaneja, não gosto de futebol.


Tenho medo de que, num eventual triunfo do gosto do povo, eu venha a ser obrigado a queimar os meus gostos e a engolir sapos e a brincar de "boca-de-forno", à semelhança do que aconteceu na China.


De vez em quando, raramente, o povo fica bonito. Mas, para que esse acontecimento raro aconteça, é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute: "Caminhando e cantando e seguindo a canção.", Isso é tarefa para os artistas e educadores.


O povo que amo não é uma realidade, é uma esperança.



Rubem Alves


 
FERA OU ANJO?
 
Encantadoramente vivaz, delicado e distinto em todos os seus gestos, o gato é um verdadeiro bibelô vivo. Mas conserva em seu olhar a terrível e atraente superioridade do mistério.

Apesar de tão irracionais quanto o universo inanimado, os animais realçam aos nossos olhos a grandeza e a sabedoria do Altíssimo, no insondável mistério da vida, a qual enobrece as criaturas a ponto de uma minúscula formiguinha ocupar, na ordem dos seres, posto mais elevados do que um imponente penhasco sobre o qual esteja caminhado.
O gato, essa pequena fera quando domesticada, sua rudeza natural desaparece e ele se transforma em animal encantadoramente vivaz, delicado e distinto em seus gestos, expressivo em suas atitudes,carinhoso, mimoso em suma,um verdadeiro bibelô vivo.Bibelô,entretanto que não tem certo ar de bagatela.Porque seu olhar tem algo de magnético é insondável, enigmático. O gato conserva de fato, a terrível e atraente superioridade do mistério. No convívio com os seus donos sua graça e vivacidade parece ter algo de espiritual parecendo mesmo ter uma semelhança com a sua natureza, pois mais do que no gato,há nesta uma dualidade. O homem concebido em pecado tem em si uma fera e um anjo. O Batismo lhe dá uma natureza divina, ele fica habitado pelo Espírito,daí o Apóstolo chamá-lo de homem espiritual.E aqui terminam as analogias entre o gato e o homem.



AUTORA :Ir. Isabel Cristina Lins Brandão Veas
Revista: Arautos do Evangelho – março de 2012 , pag.50


(Mario Quintana)

“Cidade grande: dias sem pássaros, noites sem estrelas.”

“Como os velhinhos – quando uns bons velhinhos – são belos, apesar de tudo!”

“Decerto deve vir uma luz de dentro deles...
Que bem nos faz sua presença!”

“cada um deles é o próprio avô daquele
menininho que durante a vida inteira não
conseguiu jamais morrer dentro de nós!”

“Aquele menininho que durante a vida inteira não
conseguiu jamais morrer dentro de nós!...”

Para poetas como Quintana, é na contemplação, na rememoração da infância que a alma se recompõe
É na relação criança-velho-poeta que reside a sua harmonia criadora.

“A criança que brinca e o poeta que faz um poema
- Estão ambos na mesma idade mágica.”

“Haverá ainda no mundo coisas tão puras como a água bebida na concha das mãos?”

São tempos de esquecimento os nossos.
Dias em que as coisas simples e puras, feito a
Nascente de água límpida, foram sendo perdidas.
A água que corre irriga, alimenta, purifica.
Reverencia a Vida aquele que bebe da fonte na concha das mãos estendidas.
Além da sede do corpo, a alma tem sua própria sede, de Beleza, poesia e transcendência.
A vida necessita da avaliação subjetiva e do permanente questionamento que a poesia fomenta.
Que vida é esta, onde os dias estão desprovidos de pássaros, e as noites, de estrelas?...

“A poesia purifica a alma, um belo poema sempre leva a Deus.”

A necessidade de resgate das questões essenciais, da transcendência esquecida, da poesia perdida.

“Esse olhar inquisitivo que me dirige ás vezes nosso próprio cão...”

“Que quer ele saber que eu não sei responder?”

“Sou desse jeito Vivo cercado de interrogações.”

“Basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira.”
 

"... Saudade é amar uma passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, e não ver o futuro que nos convida..."
Pablo Neruda

Nós deveríamos simpatizar com a alegria. Quanto menos falarmos das chagas da vida, melhor.
(Oscar Wide - para inquietos)



Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

Charlie Charplin




"Toda a vida das sociedade em que dominam as condições modernas de produção aparece como uma imensa acumulação de espetáculos."

Guy Debord




"Sozinho, nenhum homem pode garantir-se contra o mal e promover seu próprio bem. Carece de auxílio. Daí que a sociedade é tão antiga quanto o mundo, podendo ser bastante numerosa ou pulverizada, rara. Com uma frequência inusitada, as revoluções do globo destruíram raças inteiras de homens e de animais em vários países, e as multiplicaram em outros."

Voltaire




"A televisão, essa última luz que te salva da solidão e da noite, é a realidade. Porque a vida é um espetáculo: para os que se comportam bem, o sistema promete uma boa poltrona."

Eduardo Galeano








"o teatro é a arte principalmente do ator, o cinema é do diretor e a televisão do patrocinador."



Paulo Autran


"Acho a televisão muito educativa. Todas as vezes que alguém liga o aparelho, vou para outra sala e leio um livro."

Groucho Marx


"É preciso valorizar a reflexão, valorizar o mergulho no requinte intelectual, não ter medo de dizer 'eu gosto de ideia requintada, eu gosto do pensamento complexo'."

Orlando Bonafé




"Seja você mesmo. Todas as outras personalidades já tem dono".
(Oscar Wide - para inquietos)

"Ser Natural é a mais difícil das poses".

(Oscar Wide - para inquietos)





Quando me acontece pensar à noite em meus defeitos, adormeço imdeiatamente.



(Oscar Wide - para inquietos)


Frases que nos fazem pensar
  Todas as grandes ações e todos os grandes pensamentos têm um começo ridículo. Muitas vezes as grandes obras nascem na esquina de uma rua ou na porta giratória de um restaurante. Absurdo assim. O mundo absurdo, mais do que outro, obtém sua nobreza desse nascimento miserável.”  
Albert Camus(1913-1960)

“A moda está nos comandos de nossas sociedades; a sedução e o efêmero tornaram-se, em menos de meio século, os princípios organizadores da vida coletiva moderna.”
Gilles Lipovetsky

“Num bom poema, épico ou dramático, assim como nos sonetos, epigramas e outras obras, é necessário tanto o juízo como a imaginação. A imaginação deve ser a mais eminente, pois tais obras devem agradar por sua extravagância.”
Thomas Hobbs (1588-1679)

Em um mundo em constante transformação, com tensões locais e globais e sucessivas crises econômicas, cidadãos do mundo todo se insurgem contra a ordem política e econômica. Mas será que conseguiremos ser suficientemente criativos para propor uma revolução em que democracia e justiça social se concretizem?
Qual revolução?
Por Maísa Martorano Suarez Pardo

As armadilhas autoritárias
As experiências ditatoriais nos alertam para o horror do autoritarismo e da repressão. Mas é preciso estar atento para as formas menos explícitas de vigilância e opressão presentes também na democracia liberal
Por Daniel Rodrigues Aurélio


A indústria da Beleza
A indústria da beleza dita em ritmo frenético o que é necessário para ser bem aceito nos espaços em que ela é fundamental. Mas o que é o belo? Será que o belo é mesmo o que está expresso nos outdoors e nos manequins de grifes famosas? Para um ocidental, submisso e imerso no capitalismo, os encantos dos shopping centers fazem todo sentido; todas aquelas vitrines o seduzem e obrigam a viver em comunhão com o frívolo. Parece que sua felicidade vem embrulhada num papel colorido de presente. Às vezes, nem percebe que é um indivíduo, um existente, pois se equipara àquilo que lhe gera uma provisória sensação de bem-estar.
 Adoux Huxley traduziu tudo isso com as seguintes palavras, citadas por Giovanni Reale em O saber dos Antigos: “Dê-me televisão e hambúrger e não me venha com sermões sobre liberdade e responsabilidade”. Nesse mesmo sentido e parafraseando Nietzsche, Reale afirma que “a raiz de todos os males que atingem o homem de hoje encontra-se exatamente no niilismo”. O niilismo nietzschiano reduz-se à fórmula emblemática da morte de Deus, isto é, do esmagamento da transcendência e de todos os valores metafísicos. Ora, se isto for uma verdade, se Deus está morto e com Ele toda dimensão transcendental, prevalece o materialismo e com isso toda a transvaloração dos ideais supremos. Nessa perspectiva, o bem-estar material é prioridade, e isso gera, ou ao menos contribui, para o mal-estar da civilização, como bem entende Edgard Morin. Chamamos esse tipo de bem-estar de felicidade artificial, produzido pelo consumo desregrado, que chega a se tornar um hiperconsumo bulímico que se alterna com as dietas de privações na busca pelo corpo perfeito, mesmo que isso gere um culto dispendioso das vitaminas e dos oligoelementos.

Complexo de Narcíso
 Francis Bacon conta-nos que “Narciso foi um jovem de extrema beleza, mas intoleravelmente soberbo e desdenhoso. Agradado de si mesmo e a todos os mais desprezando, levava a vida no cerrado dos bosques e coutadas, em companhia de um pugilo de amigos para quem ele era tudo. E aonde ia seguia-o uma ninfa chamada Eco. Assim vivendo, chegou certa feita, por acaso, à beira de uma fonte cristalina e (estava-se no pico do dia) debruçou-se numa contemplação e depois numa admiração tão extasiadas de si mesmo que não pôde afastar-se do espectro que mirava e ali ficou paralisado, até que a consciência o abandonou. Foi então transformado numa flor que traz seu nome, a qual desabrocha no começo da primavera. É flor sagrada das divindades infernais: Plutão, Prosérpina e as Eumênides”.
 Pobre Narciso, o culto a si mesmo o  fez perder sua condição de existência, consumido pelo inebriado delírio de sua imagem. Não devemos esquecer também que isso é apenas um detalhe frente ao seu sinistro fim – ser transformado numa flor sagrada para as divindades do inferno. Lembra-nos Bacon que isso alude ao fato de que os homens assim dispostos “tornam-se inúteis e imprestáveis para tudo”.
 O mundo (pós) moderno, marcado notadamente pelo progresso científico, vem cada vez mais desenvolvendo métodos prazerosos de felicidade artificial. A ciência contribui consideravelmente contra o avanço da velhice, das doenças e, por conseguinte, da morte. Isso não é ruim! É louvável, quando esse objetivo não nos torna escravos de tais progressos. O homem é um ser temporal, finito. E quando não aceita essa condição, ou seja, faz de todo seu tempo um incansável retoque de maquilagem de suas rugas e cabelos brancos, pode ficar como Narciso: inútil e imprestável. Devemos lembrar que essa corrida incessante pela beleza e negação da velhice é evidente nos padrões sociais mais elevados, pois são os ricos que dispõem do poder aquisitivo para valer-se de tais panacéias. “Nos ricos, o consumo torna-se histérico, maníaco pelo “ standing,” pela autenticidade, pela beleza, pela cor pura, pela saúde. Eles dominam as vitrines, os grandes magazines, os pequenos mercados de pulgas. A mania de frivolidades torna-se mania das ninharias”.

Autor:José Fernandes P.Júnior
Livro: Se eu tivesse tido mais tempo...


Mircea Eliade Tratado de História das Religiões
O tempo sagrado e o mito do eterno recomeço
 A obsessão pela regeneração exprime-se ainda nos mitos e nas doutrinas do tempo cíclico.. As crenças num tempo cíclico, no eterno retorno, na destruição periódica do universo e da humanidade, prefácio de um novo universo e de uma nova humanidade “regeneração”, periódica do tempo passado, da história. No fundo o ciclo em questão é um “Grande Ano”, para usarmos uma expressão, aliás, bem conhecida da terminologia  greco-oriental: o “Grande ano” começava numa criação e terminava num caos, quer dizer, numa fusão completa de todos os elementos. Um ciclo cósmico contém uma “criação”, uma “existência”, isto é, uma “história”, uma consumação, uma degenerescência – e um “retorno aos caos” (ekpyrâsis, ragna-rök, pralaya, “Atlântida”, apocalipse). Em termos de estrutura, um “Grande Ano” é para o “ano” o que este é para o “mês” e para o “dia”. Mas o que nos interessa nesse contexto é, sobretudo, a esperança numa regeneração total do tempo, evidente em todos os mitos e doutrinas que implicam ciclos cósmicos. Todo ciclo começa de maneira absoluta, visto que todo o passado e toda a “história” foram definitivamente abolidos graças a uma fulgurante reintegração no “caos”.
 Encontramos,  pois, no homem, a todos os níveis, o mesmo desejo de abolir o tempo profano e de viver no tempo sagrado. Ou melhor, encontramo-nos perante um desejo e uma esperança de regenerar o tempo na sua totalidade, quer dizer, de poder viver – “viver humanamente”, “historicamente” – na eternidade, pela transfiguração da duração em um instante eterno. Esta nostalgia da eternidade é, de certo modo, simétrica da nostalgia do Paraíso que patenteamos.O desejo de se encontrar perpétua e espontaneamente num espaço sagrado corresponde o desejo de viver perpetuamente, graças à repetição dos gestos arquetípicos, na eternidade. A repetição dos arquétipos denuncia o desejo paradoxal de realizar uma forma ideal, o arquétipo, na própria condição da existência humana, de se achar na duração se lhe suportar o peso, que dizer, sem sofrer a sua irreversibilidade. Tal desejo, notemo-lo, não pode ser interpretado como uma atitude “espiritualista”, para a qual a existência terrestre, com tudo o que implica, se desvalorizaria em proveito de uma “espiritualidade” de desapego ao mundo. Pelo contrário, aquilo a que poderíamos chamar a “nostalgia da eternidade” prova que o homem aspira a um paraíso concreto e crê que a conquista desse paraíso pode se realizar neste mundo, na Terra, e agora, no instante atual. Nesse sentido, os mitos e os ritos arcaicos ligados ao espaço e ao tempo sagrados podem-se reduzir, ao que parece, a outras tantas recordações nostálgicas de um “paraíso terrestre” e de uma espécie de eternidade “experimental”, a qual o homem julga poder ter ainda pretensões de alcançar.

Autor: Mircea Eliade
Texto:  tratado da história das Religiões
 
 


Um mapa para encontrar o caminho da felicidade
A Idea que essa frase parece dar me incomoda até hoje. Sem um esclarecimento, alguém poderia achar que existe uma fórmula, uma maneira de ser feliz e, mais do que isso, que eu a descobri e que escrevo para compartilhá-la, como se fosse uma recita de bolo.
Lamento decepcioná-lo, mas nunca encontrei a fórmula da felicidade. Na verdade, insisto em afirmar que ela não existe. Acredito que nem deveríamos perder tempo procurando-a. tenho certeza de que seria melhor e mais saudável nos dedicarmos a resolver tudo aquilo que nos impede de ser felizes.
Afinal, o que são nossos problemas se não obstáculos no caminho de nossa realização pessoal? O que poderia ser mais importante do que esse objetivo, mesmo que para muitos, como eu por exemplo, seja difícil defini-lo com uma só palavra?
Alguns o chamam de “autorrealização”; outros, de “consciência contínua” ou “percepção”. Há quem o considere um estado de iluminação ou êxtase espiritual e uns poucos o identificam como o encontro da tão desejada paz interior. Há ainda quem prefira defini-lo simplesmente como “sentir-se pleno”.
A verdade é que, independentemente do nome que damos ou mesmo se pensamos nisso ou não, ser feliz é nosso importante desafio. Por isso a busca da felicidade é um tema tão profundo e tão merecedor de estudo quanto o amor, a dificuldade de comunicação, a postura diante da morte ou a misteriosa distorção de pensamento que leva um ser humano a achar que tem direitos sobre a vida de outro.
Neste caminho de descobertas há aqueles que se perdem e se condenam a chegar um pouco tarde. Mas existem também aqueles que encontram um atalho e se transformam em excelente guias para os outros – mestres que, embora não possam nos dar uma fórmula mágica, são capazes de ensinar que há muitas maneiras de chegar, infinitos acessos, milhares de caminhos possíveis.
Com muitos desses mestres aprendi que todos os trajetos são válidos e diferentes, mas têm um ponto em comum: a necessidade de encontrar respostas para as perguntas mais importantes, aquelas que todos nós fazemos em algum momento e que são o tema deste livro.
Três perguntas são imprescindíveis e acompanham a humanidade desde o surgimento do pensamento formal. Não podemos nos esquivar delas, porque são parte de todas as rotas traçadas. E, se pretendemos enfrentar o desafio que Carl Rogers chamava de “o processo de transformar-se em pessoa”, devemos respondê-las uma a uma, porque apenas buscando honestamente essas respostas aprende-se tudo o que é imprescindível para seguir em frente.
Cada uma das três questões implica um desafio inevitável e esse processo muitas vezes leva a caminhos que se cruzam e se sobrepõem, mas que se manifestam e nos convidam a percorrê-los em uma seqüência predeterminada.
Quem sou?
Aonde vou?
Com quem?
Três desafios, três caminhos, três perguntas para serem respondidas exatamente nessa ordem. Pra evitar a tentação de permitir que a pessoa que está comigo decida aonde vou; para não cair no erro de definir quem sou com base em quem me acompanha; para não determinar meu rumo de acordo com o rumo do outro; para não permitir que me definam com base no caminho que escolhi, muito menos que confundam o que sou com o trecho que estou percorrendo.

O primeiro desafio é descobrir quem sou.
O encontro definitivo comigo mesmo.
O trabalho de aprender a não depender.

O segundo desafio é decidir aonde vou.
A busca de plenitude e de sentido.
Encontrar o propósito fundamental de nossa vida.

O terceiro é escolher com quem.
O encontro com o outro e a coragem de deixar para trás quem não está.
O processo de se abrir para o amor e encontrar os verdadeiros companheiros de jornada.

Autor: Jorge Bucay
Livro: Quando Me Conheci


Por que não me mudo para a Bahia?
É a mudança do ideal imaginário que encanta, não a realidade que se afoga na falta do silêncio para se ouvir o mar.

Eu quero me mudar para a Bahia.
Eu posso me muda para a Bahia.
Mas não vou! Cavalo doméstico, voltei e vou ficar onde estou, onde sempre estive, pensando e escrevendo que quero me mudar para a Bahia... A Bahia soltou meu cavalo selvagem... Uma Bahia diferente, sem axé, sem acarajé, sem som eletrônico, sem “o que é que a baiana tem?” sem vatapá... Uma Bahia anterior à Bahia, uma Bahia muito antiga que está se perdendo na espuma do mar, uma Bahia que me leva ao início do mundo. Foi essa Bahia que viu Sophia de Mello Breyner Andrsen, maravilhosa poetisa portuguesa, Bahia virgem, Bahia dos descobridores!
 Não, não se trata de praia. Praia é Guarujá, Ipanema, Porto Seguro, Cabo Frio, Camboriú, formigão humana, agito. Nessas praias, o barulho não permite que se ouça nem a música do mar, nem a música do vento que balança as folhas dos coqueiros. Faz muitos anos, viajei setecentos quilômetros até Cabo Frio. Quando cheguei à praia, na ilusão do silêncio, fui agredido pelo som infernal que saía de uma barraca. Imagino que chegará um tempo em que todas as praias terão sido estupradas pela insensibilidade humana.
 Foi na praia de Mangue Seco, aquela da Tieta do agreste, a mais linda que já vi, areias brancas alisadas pelo mar imenso, mar sem fim, azul, verde e branco. Meu filho Sérgio tinha três anos quando viu o mar pela primeira vez. Em silêncio ficou a contemplar aquela imensidão, as ondas se quebrando sem cessar. E me pergunto: “O que é que o mar faz quando a gente vai dormir?” Era-lhe incompreensível a eternidade do mar. Também me espanto e me pergunto, sem resposta: “Há quanto tempo o mar se quebra alisando a areia?” O mar, a praia, as conchas, o céu, os peixes invisíveis nas profundezas, as gaivotas em voo, me falam da eternidade. Senti-me retornado ao início do mundo: “Foi, desde sempre, o mar...” Até as marcas dos pés, coisas do tempo, haviam sido apagadas pelo vento e pelas ondas.
 Senti o que sentia Murilo Mendes: “O minúsculo animal que sou acha-se inserido no corpo do enorme Animal que é o universo.” Universo, Animal enorme que me faz viver... Que mais bela experiência Mística posso desejar? Eu e o universo em silenciosa harmonia... Que milagre ou aparição de Virgem pode se comparar a esse sentimento? Eu, infinitamente pequeno, grão de areia e, ao mesmo tempo, infinitamente grande, bebendo o universo com meus olhos...
 Quero me mudar para a Bahia. Mas seu que não vou. E não importa que seja a Bahia. As montanhas de Minas com suas matas e cachoeiras, o mar em cima, porque o mar de Minas não é no mar. O mar de Minas é no céu, pro mundo olhar pra cima e navegar sem nunca ter um porto aonde chegar.
Também as montanhas de Minas são parte do enorme Animal que é o universo... Quem sabe Pasárgada? Ou Maracangalha...
 Todo mundo tem nostalgia por outro lugar. Todo mundo gostaria de se mudar para outro lugar mágico. Mas são poucos os que têm coragem de tentar. Talvez por saberem que a Bahia, como Pasárgada, não existe o cavalo selvagem desembestado pelas planícies do infinito. Mas a duração é curta porque a Bahia só existe no efêmero tempo das férias, dentro de uma bolha encantada de eternidade. Quando se volta lá, à procura, descobre-se que a bolha estourou e a Bahia mudou... Para onde terá ido? O triste é que o sonho acaba, mas o cavalo selvagem que o sonho acordou continua vivo. Quer galopar, relinchar, saltar... Mas não tem jeito. No mundo real os cavalos andam devagar, em círculos, sempre o mesmo caminho, fazendo girar a mó. E, enquanto Adam, sonham que querem se mudar para a Bahia

Autor: Rubem Alves
Revista: Psique pg.82



A arte de se reinventar (relembrando o dia da Mulher).

Dia Internacional da Mulher, esse se que se reinventa a cada ciclo, a fase e a cada surpresa da vida. Menina ou anciã, a mulher traz em si a graça e o carisma de se reinventar. Não por ser mais ou menos que o sexo oposto, mas pelo simples fato de ser o lado feminino. O lado lactante, “nutriz” do gênero humano, o yin do Tao, a seiva que sustenta do princípio ao fim nossa humana dependência. O feminino, esse lado leve e forte, cheio de beleza e garra que dá à mulher uma ênfase diferente na percepção do corpo, mais próxima do ser, naturalmente mais flexível aos movimentos da vida. Seja ela mãe, ama de leite, cuidadora, profissional de diferentes áreas, será sempre alguém que se desacomoda quando, por diversos motivos, nutrir um vínculo com o ser humano. A mulher é convocada a se reinventar a todo instante, para atender às complexas necessidades do “outro”, se tornando, assim, por vocação, o ser que encarna a potencialidade de estar sempre criando e recriando tudo ao seu redor.
 As histórias mais corriqueiras, quando passam pelo coração de uma mulher – com o poder de se reinventar -, se transformam em pequenos “milagres”, fantásticas histórias de superação. Quando seu coração de mãe, esposa, avó ou filha se abre em prece ao Criador, a resposta está sempre a seu favor. Tem o poder de forjar vencedores e fazer surgir das cinzas a encantadora fênix. Esquecer de si, transpor limites, infundir esperança, perpetuar os vínculos da vida é um preceito cravado em seu coração de mulher.
 Sempre reinventando formas de criar, plasmar, curar e sustentar o vínculo com a vida. O Eterno feminino, de Teilhard de Chardin, dentro de um universo que se move para frente porque há um princípio feminino capaz de amar, de trabalhar nas trincheiras da humanidade e de lutar em benefício dos oprimidos. É este feminino preocupado com o ser humano que homenageamos no dia da mulher e todo dia.
De fato, todos os dias são seus até quando você for capaz de se reinventar. Reinventar a si e a sociedade.
 Gerar alternativas para uma ação criadora de proteção à vida, de libertação de leis opressoras visando a uma democracia plena. O princípio feminino é para zelar o todo da criação e recriar o futuro. Mãe, esposa ou profissional, a mulher tem um papel específico na sociedade em qualquer esfera, social, econômica, política ou religiosa. O Dia Internacional da Mulher é uma data também para lembrar que ainda há milhões de seres humanos privados de direitos básicos, essenciais à existência. A solidariedade feminina pode ser a grande articuladora da paz, a organizadora de estruturas econômicas mais humanitárias e a pedagogia de uma religião do amor.

Embaixadora da paz - quando revê suas opções antes que o outro declare guerra. Arquiteta de relações – quando reinventa festinhas familiares e outras mil artimanhas para que haja o reencontro. Mestra de atitudes – quando reelabora suas palavras para que sejam acolhidas pelo coração. Abelha laboriosa – quando, no final de uma jornada de trabalho, vence o cansaço e destila doçura para os familiares. Artista na novela da vida – quando inventa máscaras para esconder a dor. Artesã qualificada – quando recolhe os pedaços para dar sustentabilidade a projetos e sonhos. Ponte de conexão – quando no abraço amoroso corporifica o invisível.
 Ventre que dá luz, mas também o seio que amamenta, o coração que ama incondicionalmente, o olhar que educa, as mãos que sustentam, protegem e providenciam. Mãos habilidosas, feitas para acariciar e proteger, as da mulher estão sempre entrelaçadas formando redes de aconchego familiar, de solidariedade com os vizinhos e de sensibilidade social. Filha, mãe, avó, importa-se com filhos, marido, netos, genros e outra vez como mãe para os pais que carecem de seus cuidados.
 Acolhida e segurança transmitida através do olhar, do abraço, do entrelaçar das mãos. Aconchego oferecido sem barganhas. Olhar de saudade, de preocupação, de alívio, de alegria do encontro. Palavras de amor ditas no silêncio do olhar. Quem esquece o olhar de uma mulher, mãe, avó, irmã, amiga, que chorou, riu, se alegrou por nossa causa?
 Mulher de ontem, de hoje e de amanhã, você existe para a vida, para fazer história, enquanto você cultivar a arte de se reinventar, você será sempre o bálsamo que suaviza as dobraduras da trajetória humana para que o peso de suas experiências não sufoque a semente. Reinventar-se por dentro e por fora. Reinventar-se incansavelmente. Reinventar-se a si e seu lar. Reinventar a educação, a escola, a política, a economia, a democracia, a religião, enfim, a sociedade. Reinventar não por ser um gênero diferente, mas por ser naturalmente mais capacitada para entender a dinâmica do ser humano. Mulher, cultive a coragem e a arte de se reinventar e você será homenageada não apenas por ser mulher, mas por ser protagonista de um futuro melhor.  

Autora: Carmem Maria Pulga, fsp
Revista Família Cristã  Ano 78 no.915.


Trazendo a paisagem para dentro de casa

 
Não há ambiente que não ganhe em beleza e harmonia com a presença de plantas colocadas em qualquer canto do apartamento, elas garantem um ambiente aconchegante.

A natureza nunca esteve tão na moda. Mas onde colocar as plantas?Já se foi a época em elas ficavam apenas em ambientes externos. A tendência hoje é aproveitar os vários espaços dos apartamentos para criar verdadeiros jardins.
O paisagista é o profissional indicado para trazer a paisagem natural para dentro de casa, atuando na criação de ambientes capazes de trazer qualidade de vida.Um dos trunfos de quem detém esse conhecimento é saber explorar bem a beleza e efeito decorativo que as plantas podem criar..
O primeiro passo para criar um jardim dentro do apartamento é identificar qual a paisagem que o morador vê através da varanda. Se for uma vista ouço agradável, a solução  é usar plantas  em lugares que escondam a paisagem feia. Quando a visão inferior de agradar, a saída é apostar nas espécies baixinhas. Mas se for a vista superior que causa desconforto visual com um prédio muito próximo, o melhor é recorrer a arbustos altos. Ao esconder a paisagem feia e criar na varanda uma paisagem bonita, você melhora a sensação da casa inteira.
Depois disso, a idéia é quebrar a urbanidade, com pitadas charmosas de natureza. Uma das dicas do paisagista é instalar um bebedouro de pássaros. È tão charmoso estar na varanda e ver um passarinho vir tomar água do seu lado. Ele aconselha também a plantar uma mini-horta com os temperos preferidos dos moradores. Imagina convidar os amigos para jantar e colher a cebolinha, a salsa e o alecrim na varanda do apartamento ou mesmo algumas ervas para fazer o chá...
Já dentro do apartamento a dica é aproveitar o espaço livre para preencher com vegetação, em ver de ter móveis em cada canto da casa.As plantas surgem como opção, porque quando o assunto é mobília, a expressão”menos é mais” perdeu o status de clichê para despontar  também como tendência.
Quanto ao posicionamento das plantas, é preciso assegurar que elas fiquem próximas à luz natural e em locais bem ventilados. Para escolher as espécies o melhor é consultar o paisagista que saberá quais tipos se adaptam melhor ao projeto. Seja em jardins verticais na varanda  ou em pontos inusitados da casa, uma coisa é certa:a natureza trará mais qualidade de vida para você e sua família.


        Ebm style Roteiros Exóticos  Ano- 4


O Pequeno Príncipe
Aconteceu que o pequeno príncipe, tendo andado
 muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve,
descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão
todas em direção aos homens.
- Bom dia! – disse ele.
Era um jardim cheio de rosas.
- Bom dia! – disseram as rosas.
Ele as contemplou. Eram todas iguais à sua flor.
- Quem sois? – perguntou ele, espantado.
- Somos as rosas – responderam elas.
- Ah! – exclamou o principezinho...
E ele se sentiu extremamente infeliz. Sua flor lhe havia
dito que ela era a única de sua espécie em todo o universo.
E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!
“Ela teria se envergonhado”, pensou ele, “se visse isto...
Começaria a tossir, simularia morrer para escapar ao ridículo.
E eu seria obrigado a fingir que cuidava dela; porque
Se não, só para me humilhar, ela seria capaz
de morrer de verdade...”
“Este planeta é completamente seco, pontudo e salgado.”
Depois, refletiu ainda: “Eu me julgava rico por ter uma
flor única, e possuo apenas uma rosa comum.
Uma rosa e três vulcões que não passam do
meu joelho, estando um, talvez, extinto
para sempre. Isso não faz de mim um príncipe
muito poderoso...”
E, deitado na relva, ele chorou.
Mas a raposa com que conversou lhe disse:
- Vai rever as rosas. Assim compreenderás que a tua
é única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus,
e eu te presentearei com um segredo.

O pequeno príncipe foi rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa,
vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou,
nem cativastes ninguém. Sois como era a minha raposa.
Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas
eu a tornei minha amiga. Agora ela é única
no mundo.
E as rosas ficaram desapontadas.
- Sois belas, mas vazias – continuou ele. – Não se
pode morrer por vós. Um passante qualquer
sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece
convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante
que todas vós, pois a ela que eu reguei. Foi ela
que pus sob a redoma. Foi ela que abriguei com 
para-vento. Foi por ela que eu matei as larvas
(exceto duas ou três, por causa das borboletas).
Foi a ela que eu escutei se queixar ou se gabar, ou mesmo
calar-se algumas vezes, já que ela é a minha rosa.





Crescimento

A vida cresce com os anos
de experiência e convivência
com amigos que fazem da nossa
existência momentos únicos
como um presente do céu estrelado
de nomes e pessoas que brilham
e fazem das nossa noites de saudade
instantes de sonhos, poesias e músicas.

Paulo Motta


 
Lua


A minha musa tem me deixado esquecido...
Ou, talvez tenha sido eu que dela me esqueci,
levado por distrações com tantas coisas materiais
que não levam a nada. Mas estamos em época de conversão,
voltando ás fontes da vida íntima comigo mesmo.
Você faz parte do estimulo que recebo para não me banalizar
com temas e tarefas da vida que sempre se esvai
e não deixa proveito para o espírito angustiado
na busca do infinito.


Paulo Motta
Goiânia, GO



A Poesia

A poesia que é o tempo que passa, deixando-me no
esquecimento de que sou eu que o tempo vai levando.
Esta vida, um ensaio sempre recomeçado
e sempre mal escrito!.

Paulo Motta
Goiânia, GO



A Solidão 

Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.
              Solidão não é o sentimento que experimentamos
pela ausência de entes queridos
que não podem mais voltar... Isto é saudade.
             Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe,
às vezes, para realinhar os pensamentos...

Isto é equilíbrio. Solidão não é o claustro involuntário
que o destino nos impõe compulsoriamente para que
revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância. Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos 
e procuramos em vão pela nossa alma...

Francisco Buarque de Holanda