Assentadas em bando nas árvores
do parque do zoológico, em frente
ao meu apartamento lá estavam
elas domiciliadas e sobrevoando
nas manhãs de sol para admiradores
dos prédios vizinhos e dos passantes
apressados ou contemplativos da beleza
de nuvens de aves,
paisagem à parte
circuito do Cooper obrigatório
paisagens e cenas do cotidiano dirão.
Mas hoje não estão presentes onde ficavam.
Para onde foram, voando em bando?
Foram saindo de mansinho para não serem
percebidas e perseguidas pelos olhares costumeiros?
Quando pousadas enchiam de algodão as árvores.
Se voando levavam para o alto os sonhos,
saudando com suas asas em brancos lenços
que o vento levava bem leve, saudosos.
A despedida não assistida não foi um adeus?
Voltarão? Esperamos que sim, foram
veranear e exibir seus voos brancos
noutras paragens. Ficou em cada olhar
a saudade gravada de um branco espetáculo.
Paulo Motta
Goiânia/Go



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