Espelho, espelho meu...
O padrão de beleza vigente leva pessoas a cultivar a
fantasia de que um médico as tornará perfeitas, mas sofrem com uma
insatisfação contínua.
Em sua clínica em São Paulo, a médica Noemi Wahrhaftig, membro da Sociedade Europeia de Dermatologia e Psiquiatria, costuma receber com frequência pessoas ansiosas por fazer tratamentos estéticos que as tornem mais jovens e belas. Recentemente, porém, ela se surpreendeu quando uma paciente de 40 anos desatou a chorar copiosamente em sua frente, profundamente angustiada com a constatação de que estava envelhecendo. A dermatologista acredita que a mulher apresente um subtipo de dismorfia conhecido como síndrome de Dorian Gray, numa alusão ao personagem de Oscar Wilde que faz um pacto com o demônio no intuito de manter a juventude enquanto um retrato seu, cuidadosamente escondido, se deforma com o passar do tempo.
A médica reconhece, porém, que sua própria angústia diante do pedido de muitos pacientes de se submeter compulsivamente a procedimentos estéticos não é muito comum entre profissionais que trabalham com procedimentos cosméticos – e sua atitude crítica, por vezes, provoca estranhamento entre seus pares. “Vivemos em uma sociedade que nos cobra sermos assépticos, sem cheiro, com dentes brancos, sem pelos ou poros abertos, com cabelos lisos, sem manchas ou marcas na pele e isso me incomoda”, comenta. “Muitos pacientes cultivam a fantasia de que um médico os tornará perfeitos, mas sofrem com a insatisfação numa busca que continua, continua...”. E ainda que o corpo se transforme, permanece a rejeição por si mesmo.
Em alguns casos, a preocupação extrema com a aparência está relacionada à alexitmia, patologia caracterizada pela supervalorização de "falhas" físicas mínimas ou até inexistentes. Saiba mais sobre o distúrbio na matéria Que coisa feia!, da Mente e Cérebro de outubro, nas bancas e na Loja Segmento.
Em busca da imagem perfeita
O transtorno dismórfico corporal, que atinge 2% da população, é caracterizado por uma preocupação patológica a aparência física
Despindo rótulos
Ensaios fotográficos do coletivo Além questionam padrões de beleza, definições de gênero e tabus em relação ao corpo
Padrões de beleza realistas previnem bulimia
Valorizar a identidade étnica ajuda a evitar o transtorno alimentar
Em sua clínica em São Paulo, a médica Noemi Wahrhaftig, membro da Sociedade Europeia de Dermatologia e Psiquiatria, costuma receber com frequência pessoas ansiosas por fazer tratamentos estéticos que as tornem mais jovens e belas. Recentemente, porém, ela se surpreendeu quando uma paciente de 40 anos desatou a chorar copiosamente em sua frente, profundamente angustiada com a constatação de que estava envelhecendo. A dermatologista acredita que a mulher apresente um subtipo de dismorfia conhecido como síndrome de Dorian Gray, numa alusão ao personagem de Oscar Wilde que faz um pacto com o demônio no intuito de manter a juventude enquanto um retrato seu, cuidadosamente escondido, se deforma com o passar do tempo.
A médica reconhece, porém, que sua própria angústia diante do pedido de muitos pacientes de se submeter compulsivamente a procedimentos estéticos não é muito comum entre profissionais que trabalham com procedimentos cosméticos – e sua atitude crítica, por vezes, provoca estranhamento entre seus pares. “Vivemos em uma sociedade que nos cobra sermos assépticos, sem cheiro, com dentes brancos, sem pelos ou poros abertos, com cabelos lisos, sem manchas ou marcas na pele e isso me incomoda”, comenta. “Muitos pacientes cultivam a fantasia de que um médico os tornará perfeitos, mas sofrem com a insatisfação numa busca que continua, continua...”. E ainda que o corpo se transforme, permanece a rejeição por si mesmo.
Em alguns casos, a preocupação extrema com a aparência está relacionada à alexitmia, patologia caracterizada pela supervalorização de "falhas" físicas mínimas ou até inexistentes. Saiba mais sobre o distúrbio na matéria Que coisa feia!, da Mente e Cérebro de outubro, nas bancas e na Loja Segmento.
Em busca da imagem perfeita
O transtorno dismórfico corporal, que atinge 2% da população, é caracterizado por uma preocupação patológica a aparência física
Despindo rótulos
Ensaios fotográficos do coletivo Além questionam padrões de beleza, definições de gênero e tabus em relação ao corpo
Padrões de beleza realistas previnem bulimia
Valorizar a identidade étnica ajuda a evitar o transtorno alimentar

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