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Entre Vida e Símbolos
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| Mula sem cabeça |
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| Matinta-Pereira |
Você viu Saci-Pererê, Curupira,
Iara, Boitatá, Lobisomem, Boto, Matinta-Pereira ou Mula-Sem-Cabeça? E já dançou
quadrilha, ou fez tratamento com medicina popular? E que tal a gente cantar:
Capelinha de melão
É de São João
É de cravo, é de rosa
É de manjericão...”
“Capelinha de melão” é uma das
inúmeras cantigas que há muitas gerações alegraram a todos. Faz parte do nosso
folclore, comemorado no mês de agosto. O folclore brasileiro, de norte a sul,
possui uma imensa variedade de tradições, crenças e lendas, presentes no
cotidiano do povo. O folclore, ou a cultura popular, pode ser percebido na
alimentação, na linguagem, no artesanato, nas danças, na cantoria, na
religiosidade e até nas vestimentas.
Para Sebastião Geraldo Breguez,
secretário-executivo da Comissão Mineira de Folclore e pesquisador do tema, o
folclore resgata estórias que a história oficial não estuda e as apresenta para
as pessoas, o que contribui para que elas mantenham a identidade cultural e o
equilíbrio psicossociocultural.
Basta ie a uma festa popular,
onde se apresentam os grupo de congado, folia de reis, pastorinhas e outros,
para perceber o quanto as pessoas se sentem orgulhosas em participar da fé
popular. A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura) adota uma frase bem interessante: “Quando morre um mestre popular, uma
enciclopédia se apaga”. Isto porque a sabedoria popular se estrutura na
oralidade, na tradição, e é passada de pais para filhos pela proximidade.
“O folclore mostra muita coisa
que o povo desconhece, ou não conhece porque o aparelho educacional do Estado
mostra apenas a cultura da elite” - observa Sebastião Breguez. E foi a própria
Unesco que, em 1948, incentivou os países membros da Organização das Nações
Unidas a incluir no currículo escolar o estudo do folclore como elemento
fundamental da raiz cultural dos povos. A partir daí, criaram-se as comissões
de folclore em todos os países, inclusive no Brasil, com o objetivo de
fortalecer as culturas locais e regionais, evitar a invasão de outras culturas
e a perda da identidade dos povos.
Felizmente, o trabalho de
pesquisa do folclore tornou-se reconhecido e entrou para o currículo escolar,
desde o Ensino Fundamental até o Superior. Um exemplo é a medicina popular das
folhas e raízes, que era vista como coisa de gente inculta. “hoje muitos fazem
uso dessa medicina e com muita freqüência” – lembra Sebastião Breguez. “Havia
no passado recente um preconceito das tradições de origem indígena e africana
e, agora, isto se incorporou à cultura oficial num processo árduo de
integração” – afirma o pesquisador, completando que esse processo vem sendo
possível graças ao trabalho dos estudiosos do folclore.
Na sala de aula – levar a cultura
popular para a sala de aula é um avanço de grande importância, defendem os
especialistas da área. “É preciso mostrar que na sociedade brasileira existe a
cultura da elite, transmitida oficialmente pela escola e pelos meios de
comunicação social, com base letrada e erudita, mas também existe a cultura
vivida pelas classes populares” – explica Sebastião Breguez.
Hoje se tornou até mais fácil
mostrar e estudar o folclore, porque a mídia se apropriou dele, seja nos
programa jornalísticos ou mesmo nas novelas. “Isso contribui para sua
aceitação. Assim, valorizamos mais nossas tradições, nossos mitos e lendas” –
comemora o pesquisador.
A importância de levar o folclore
até a escola aumenta quando pensamos que muitas crianças e jovens residem em
grandes centros urbanos. Com o folclore dentro da sala de aula, passam a
entender que ele está na base de nossas raízes culturais e faz parte da cultura
brasileira.
Autora: Rosângela
Barboza




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