REFLEXÃO
Os discípulos, na pessoa de Pedro, relutavam em aceitar que
o Mestre Jesus lhes lavasse os pés. Este gesto foi interpretado como uma quebra
de hierarquia e esvaziamento da autoridade. É que eles pensavam a sociedade
organizada em camadas sociais, sobrepostas segundo a importância de cada uma,
num sistema de precedências e privilégios.
Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade,
oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele
parte do princípio que “o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado
maior do que aquele que o enviou”. Isto vale tanto para o Mestre quanto para os
discípulos.
Diante da resistência em acreditar nas suas palavras Ele
reage e diz: “Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de
as praticardes.” Mais uma vez, Jesus insiste na prática dos seus ensinamentos.
Dá-nos um puxão de orelha. É preciso não somente crer, mais sim crer e praticar.
Senão podemos nos tornar um novo Judas que acabou praticando ao contrário, ou
seja, traindo o próprio Filho de Deus. “Aquele que come o pão comigo levantou
contra mim o seu calcanhar.”
Somos nós que comemos o pão com Cristo, que comemos o pão
que é o Cristo vivo, que proclamamos sua palavra a outros, e depois levantamos
contra Ele o nosso calcanhar? Não! Isso não pode acontecer! Vamos rezar mais,
se preciso jejuar, para que não cedamos às seduções do maligno que não cessa de
tentar nos arrastar para longe Deus. Nós somos os mais visados por ele porque
somos da linha de frente, somos missionários, somos escolhidos.
Por isso nos constituiu em sal da terra. Isto exige de nós
muito cuidado para não perdermos o nosso sabor. Para não perdermos a nossa
essência que é o de acolher, viver todos os seus ensinamentos. Por outro lado,
Ele nos escolheu e envia para anunciar a sua palavra. Pois nos assegura:
“Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu
enviei recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.”
Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou
Jesus, segundo a afirmação do Mestre. Sem dúvida, ele está falando do Pai, que
fez de Jesus servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho, como
servos e os envia em
missão. Se for possível falar em hierarquia, convém saber que
só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura.
Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos
importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está
usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.
Nesta ordem de ideias, o gesto de humildade de Jesus é
perfeitamente compreensível. Ele agiu como servo, por ser servo. E, como ele,
todos devemos agir, pois também somos servos. Portanto, o gesto de Jesus só é
incompreensível para quem não pensa como Deus.
mado! Na maioria das vezes , nós procuramos a felicidade
buscando ser servidos e agraciados pelos outros. E, quanto mais nós somos
servidos, mais inoperantes nós ficamos e mais entediados também nos sentimos. Jesus veio nos dar a
receita para a felicidade: o serviço desinteressado, sem limites e por amor a
Ti. Que ajamos assim, imitando o Mestre e seguindo a Sua orientação
para por em prática a TUA vontade, Pai! Que todos aprendam essa lição de
humildade do TEU Filho. Que sejamos Teus
servos , não nos acomodemos nessa servidão e estejamos atentos ao Teu
chamado para servir...e servir! Amém
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