Comentário do Evangelho João 6,52-59
EXPLICANDO UM MAL-ENTENDIDO
Os adversários relutavam em entender as palavras de Jesus.
Em geral, tomavam-nas num sentido oposto à intenção do Mestre. Quando ele falou
em dar sua carne em alimento para a vida do mundo, seus adversários sentiram um
certo mal-estar, imaginando a cena macabra da devoração de um ser humano.
Entretanto, Jesus não falava de antropofagia, e sim, da Eucaristia. Referia-se
à relação a ser estabelecida entre ele e a comunidade dos discípulos, por meio
do pão e do vinho eucarísticos.
Pão e vinho seriam constituídos como sacramento da presença
do Senhor. Ao redor de uma mesa é que a comunidade de fé faria a experiência de
comunhão profunda com o Ressuscitado. Ao comer o pão e beber o vinho,
indicariam um tipo novo de relação estabelecida entre o Senhor e a comunidade.
Os discípulos assimilariam plenamente o corpo de Jesus, e se deixariam
transformar por ele. Seria a maneira de permanecerem nele, e permitir que o
Mestre permanecesse em cada um deles. Resultado: toda a vida do discípulo seria
um viver por Cristo, com Cristo, em Cristo, de modo a garantir a vida eterna,
que só ele pode oferecer, pois lhe fora concedida pelo Pai.
A má-fé dos inimigos impediu-lhes de compreender o sentido
profundo desse ensinamento de Jesus. Com isto, indicavam não estar em comunhão
com ele, nem interessar-se em partilhar a vida que Jesus lhes oferecia.
Oração
Espírito de boa-fé arranca do meu coração toda dúvida a
respeito das palavras de Jesus, e faze-me compreender o seu significado
profundo.
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