Mt 26,14-25
Comentário do Evangelho
A ceia lugar da misericórdia de Deus
Mais uma vez o tema da traição de Judas ocupa o espaço do
evangelho. O plano diabólico de alguns judeus, notadamente, do Sinédrio, de
matar Jesus, conta com a colaboração de um dos seus discípulos, Judas
Iscariotes. O real motivo pelo qual Judas entrega Jesus, os evangelhos não nos
dizem explicitamente. O trecho do evangelho de hoje, assim como João (12,1-11),
parece nos fazer entender se tratar de dinheiro. A ceia pascal é a ceia de
despedida de Jesus (cf. v. 18). A ceia pascal, lugar da memória da misericórdia
de Deus que fez seu povo sair da “casa da servidão” (Ex 12,1ss), é palco da
revelação dramática da traição de Jesus por um dos Doze. A memória da
escravidão e da libertação, parte integrante da ceia pascal, desvela o mal que
ainda aprisiona o ser humano. Paradoxalmente à fidelidade de Jesus ao Pai,
revela-se a infidelidade de Judas. À pergunta de Judas, a resposta de Jesus é
intencionalmente ambígua: “Tu o dizes” (v. 25). A cada um é deixada a
possibilidade de julgar-se na sua relação pessoal com Jesus Cristo.
Oração
Pai, reforça minha comunhão com teu Filho Jesus, de forma
que nenhuma atitude minha possa colocar em risco este relacionamento profundo
propiciado por ti.
Reflexão
O amor que Deus tem por todas as pessoas nunca foi
plenamente correspondido, pois sempre o pecado manifestou o desamor que o homem
tem por ele. O episódio da traição de Judas nos mostra de um modo muito mais
profundo esta verdade. O Filho, verdadeiro Deus, Segunda Pessoa da Santíssima
Trindade, por amor a nós, renuncia à sua condição divina e se faz homem,
tornando-se um de nós. A resposta que ele encontra dos homens não é o amor, mas
a traição e a morte. Mas nem mesmo esta realidade diminui o amor que Deus tem
por nós, uma vez que, por amor, Jesus nos dá livremente a sua vida.
Você sabe reconhecer seus erros? - Ou não conhece a palavra
humildade? - Busca compreender os erros dos outros ou é daqueles que só pensam
em condenar o próximo? - É fácil apontar o dedo contra os outros, não é mesmo?
- Tem consciência de que Deus é infinitamente misericordioso para com seus
erros?
Padre Geraldo Rodrigues, C.



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