PSICOLOGIA

O lado bom da inteligência emocional

O psicólogo americano Peter Salovey, 56 anos, é conhecido entre seus pares acadêmicos por ter cunhado a expressão inteligência emocional, tema que estuda há mais de trinta anos. Há um ano, Salovey se tornou o presidente da prestigiosa universidade de Yale, cujo campus fica em New Heaven, Connecticut, nos Estados Unidos.
Em seu discurso inaugural, Salovey estabeleceu quatro metas para a sua presidência: abraçar uma revolução no ensino e aprendizagem, melhorar o acesso dos jovens a Yale, continuar a construir parcerias com organizações americanas e estrangeiras e criar uma universidade mais global e unificada.
Recentemente, ele esteve no Brasil, para fazer acordos para novas parcerias, e conversou com a VOCÊ S/A sobre um de seus assuntos preferidos: inteligência emocional.

VOCÊ S/A - Por que é importante estar atento às emoções no ambiente de trabalho?
Peter Salovey - O conceito de inteligência emocional começa com a ideia de que as emoções também são uma fonte de informação para as pessoas sobre o que está acontecendo a nossa volta e a nossa relação com esses acontecimentos. Só que a maioria das pessoas tende a ignorar esse canal de informação. Se você presta atenção nesta fonte de informação, tende a ter uma vantagem sobre as pessoas que a ignoram.

VOCÊ S/A - Que tipo de vantagem?
Peter Salovey - Você melhora sua habilidade de criar empatia com as pessoas que trabalham ao seu lado. Só isto já o pouparia de muitos atritos com a equipe.

VOCÊ S/A - Como acessar esse tipo de informação?
Peter Salovey - Há quatro habilidades chave que permitem acessar as informações contidas nas emoções. Essas quatro habilidades são:
- Percepção: É preciso estar atento ao “mood” das pessoas com quem se relaciona.
- Compreensão: Tente entender por que o seu colega que é geralmente calmo e equilibrado está gritando com os colegas de trabalho.
- Mantenha o controle: Aprenda a manter o equilíbrio quando as emoções fogem do controle.
- Use as emoções a seu favor: Se você é capaz de captar o estado emocional dos colegas, entende o que se passa com os que estão a sua volta e não se deixa abalar por isso, sem ficar indiferente, tem grandes chances de se tornar um mediador ou interlocutor do grupo.

VOCÊ S/A - Tal como você descreve faz crer que os líderes têm inteligência emocional?
Peter Salovey - Sim, essas competências são importantes no desenvolvimento de líderes. Um de meus estudos mais interessantes foi realizado com estudantes de MBA, ao longo de um semestre. Inicialmente, medi o nível de QE, o coeficiente de inteligência emocional, dos alunos de MBA, por meio de um teste chamado de MSCEIT (Mayer-Salovey-Caruso Emotional Intelligence Test).
Este teste mede o nível de proficiência da pessoa nas quatro competências emocionais que acabei de mencionar. Os estudantes foram então separados em grupos de trabalho. Cada grupo recebeu um mesmo projeto. Ao fim do semestre, avaliamos os projetos e a contribuição individual de cada componente do grupo.
Os estudantes com maior coeficiente de inteligência emocional foram os que mais contribuíram com ideias visionárias e inovadoras. Eles também são vistos pelos colegas de trabalho como agregadores, bons gestores de conflito e os mais hábeis na comunicação. Essas são competências muito importantes para um lider.

VOCÊ S/A - Os CEOs tem QE alto?
Peter Salovey - Não. Eles geralmente têm QE médio. Uma explicação para isso é que se o presidente é muito sensível às emoções ele pode ter dificuldades em tomar decisões mais difíceis, quando envolvem pessoas. Líderes como Steve Jobs e Jeff Bezos são retratados em suas biografias de forma caricaturesca, pois são apresentados como gênios explosivos.
Ainda assim, é provável que eles sejam muito bons em equilibrar suas emoções e pouco empáticos em relação às emoções dos outros. Talvez, por isso, sejam tão focados em gerenciar seus negócios.
 

Revista: EXAME



Motivações e Intenções 

Não é suficiente observar as ações externas e internas. É também indispensável indagar sobre as motivações que nos levam a agir e sobre as intenções que atraem nossas ações. Além de perguntar-se o que é que eu fiz, devo saber porque e por quem o fiz. Só assim começará a fazer-se luz em nosso psiquismo, e poderemos esperar descobrir pouco a pouco as intenções ocultas e menos retas que tão frequentemente se infiltram em nossas ações, até nas boas, chegando a se tornar a motivação mais influente e, em definitivo, o princípio de decisão e de ação.
Recordemos: o que mais ignoramos, lentamente toma conta do nosso coração. É um processo quase imperceptível de sedimentação progressiva, que parte das primeiras concessões veniais e leviandades, radica-se em profundidade, gera hábitos sempre menos controlados e sempre mais "autorizados" e se torna motivação inconsciente, quando introduz, em nosso modo de viver, um dinamismo automático, resistente à mudança e cada dia mais exigente e pretensioso. Ora, como bem sabemos, é difícil perscrutar e "libertar" o inconsciente, contudo é possível preveni-lo, isto é, impedir aquele processo de sedimentação, permanecendo atentos àquilo que realmente nos leva a agir. Ademais, é exatamente no "coração" que se situa o pecado (Mc 7, 21-23).
O exame de consciência é a parada providencial, na caminhada do dia, que nos permite tomar consciência e, portanto, sentirmo-nos mais livres e menos fantoches, mais responsáveis por nós mesmos e menos escravos do passado.
Livro: Viver Reconciliados
Autor: Amedeo Cencini 



Como você tem construído seus planos?


Em nossa vida fazemos planos, estabelecemos metas e, com isso, visualizamos situações que “podem vir a ser”, que “podem ocorrer”, e nos colocamos numa posição de expectativa e investimento de energia, trabalho e emoção. As expectativas de vida podem, em algum momento, concretizar-se ou não.
O acúmulo de expectativas e situações não resolvidas, bem como problemas cotidianos, profissionais e pessoais podem nos levar ao famoso estresse, que não vem apenas por aquilo que está externo a nós e visível, como problemas, pessoas, falta de dinheiro, desemprego, etc., mas especialmente ao que chamamos de fatores internos, e um em especial: a maneira como interpretamos a vida e seus acontecimentos, as pessoas com as quais convivemos, as situações pelas quais passamos.
Geramos ou pioramos um estado de estresse pela forma como encaramos a vida. Quer um exemplo bem simples de como isso acontece? Por um descuido, você bate seu carro. Não é nada grave, não houve vítimas. Qual a solução mais prática? Buscar um funileiro, avaliar os danos, fazer o orçamento, as formas de pagamento, se você pode ou não pagar agora e decidir por fazer o conserto. Isso é prático, racional e direto (mesmo sabendo que haverá um gasto e que você não poderá pagá-lo agora).
Porém, um modo que gera grande desgaste é olhar para a mesma situação cobrando-se: “Eu fiz tudo errado! Como pude bater este carro! Eu não me perdoo, sou mesmo um idiota”. Todos esses pensamentos estressantes e autopunitivos trouxeram alguma solução? Certamente não. Percebe agora como nossos pensamentos e crenças pessoais podem influenciar nossa reação diante de um acontecimento?
A forma como interpretamos as situações e o modo como nossos pensamentos se desenrolam desencadeiam, portanto, a produção do famoso estresse. Crença é aquilo que dá significado à nossa vida. Se eu creio em Deus, meus atos tendem a ser pautados por essa crença. Por outro lado, se creio que tudo será péssimo, que não sou capaz, que nada dá certo comigo ou que nunca minhas expectativas darão certo, temos aí um bom caminho para atitudes desfavoráveis e um amontoado de novos pensamentos negativos e um belo caminho para o adoecimento e para um círculo contínuo e vicioso de estresse.
Muitas vezes, quando estamos nesse estado, achamos mil desculpas para justificá-lo: “Estou estressado porque meu carro quebrou”. Ou: “Porque meu time perdeu”, assim como: “Porque meu namoro acabou”, porque … porque… porque… sempre baseados em fatos externos.
Você já parou para pensar qual é a sua parcela de responsabilidade diante do que não deu certo? Será que não é devido à sua forma de ver o mundo que o estresse acontece e com ele todas as consequências físicas e emocionais em sua vida?
Pare e observe como você encara o mundo ao seu redor. Este pode ser um primeiro passo para não ser refém da vida e dar um novo significado à sua história.

Link: https://temasempsicologia.wordpress.com/2012/07/11/como-voce-tem-construido-seus-planos/



Como saber se seu ente querido está deprimido
Revista Exame

Até que se chegue a um diagnóstico médico preciso, é necessário ficar atento aos sinais que a doença pode dar. “Um episódio depressivo pode ser classificado como leve, moderado ou grave. Esta classificação depende do número e do tipo de sintomas que a pessoa apresenta”, explica Alves.
Para o especialista, os casos leves e moderados podem até ser disfarçados nas relações sociais e de trabalho, ainda que com algum esforço do doente. No entanto, os quadros mais graves são, dificilmente, imperceptíveis. A identificação precoce desses sintomas pode ser valiosa para evitar o agravamento da doença.
Claro que o diagnóstico cabe apenas ao médico psiquiatra, mas a atenção e o apoio de pessoas próximas podem ser um bom começo para a identificação e o tratamento. Havendo suspeita, o melhor é encaminhar o possível paciente a um médico e tentar conscientizá-lo da importância do tratamento.
Confira a seguir alguns sinais que pessoas deprimidas podem demonstrar, de acordo com Alves.
Retraimento Social
Cansaço excessivo
Desinteresse por coisas nas quais sentia prazer antes
Tristeza e desânimo
Baixa autoestima
Choro fácil
Pessimismo (além do normal)
Sentimentos de culpa injustificáveis
Problemas de sono
Redução do apetite
Dependendo do indivíduo, os sintomas também podem ser:
Irritação excessiva
Consumo de bebidas alcoólicas em excesso
Manifestação de preocupações hipocondríacas antes inexistentes
Queixas frequentes de dores provocadas por tensão muscular.


Escolha seus sonhos
Antecipar-se ao futuro, planejar e criar mecanismos que permitam conseguir as realizações que pretendemos são ações determinantes para que todos possam levar a vida que desejam e merecem.

Certa vez Peter Drucker disse: "A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo". Realmente os nossos sonhos e objetivos são os maiores impulsionadores da nossa vida. Traçar objetivos e planejar ações para alcançá-los são atitudes necessárias e positivas para se fazer no começo do ano, pois permitem ter uma direção mais clara e um foco mais definido para orientar nossa concentração, atenção e energia com sabedoria. Uma vez que pretendemos manifestar e viver algo em nossa vida, primeiramente, precisamos saber o que realmente queremos. Para isso é necessário termos autoria na vida que desejamos. 
Com objetivos traçados, é mais fácil ter uma visão de futuro e não ficar preso ao passado, ao que foi e ao que já aconteceu. Podemos, assim, antecipar possíveis mudanças, criar alternativas de ação e, também, priorizar mais facilmente as atividades necessárias para ter uma organização do tempo mais adequada e produtiva.
Definir objetivos claros estimula o ser humano a crescer e ir além de onde ele se encontra, impulsionando-o a fortalecer uma autoimagem positiva, sua personalidade, além de contribuir para a construção de autoestima e autoconfiança mais sólidas. Para isso, precisamos educar a mente a ter adaptabilidade e flexibilidade. São esses dois elementos que tornam uma mente invencível. 
É importante, além de estabelecer objetivos, ter claro o "para que" os queremos, o que nos motiva a querer determinado resultado. Por exemplo, quando decidimos tirar férias e viajar com a família, "por que" queremos isso? Qual a finalidade? O propósito disso? Pode ser para poder tirar alguns dias de descanso para recarregar as baterias ou relaxar com os filhos e dedicar tempo para fortalecer os laços familiares. Qualquer que seja o "para que", a finalidade do objetivo sempre existirá. Qual a sua? 
Definir objetivos claros estimula o ser humano a crescer e ir além de onde ele se encontra, impulsionando-o a fortalecer uma autoimagem positiva, sua personalidade, além de contribuir para a construção de autoestima e autoconfiança mais sólidas. Para isso, precisamos educar a mente a ter adaptabilidade e flexibilidade. São esses dois elementos que tornam uma mente invencível
Depois de definir os objetivos e suas respectivas finalidades é preciso visualizar o resultado, o êxito que queremos viver. Ter uma visão do resultado significa saber onde, quando e com quem pretendemos aquele objetivo. É como se estivéssemos tomando notas mentais daquilo que desejamos. 
A seguir, temos o momento das reflexões. Reflexões que incluem não apenas sobre si mesmo, mas, também, sobre as pessoas envolvidas, seus pontos de vista, a análise da situação e do contexto. Essa avaliação é uma atividade natural do nosso cérebro, que tende a refletir para focar a visão do resultado de forma mais clara, para poder tomar uma decisão. 
A organização é o próximo passo. Depois da reflexão sobre o objetivo, é a vez de organizar as ideias, formulando estratégias e identificando e definindo as ações sucessivas. Exercitando esses pontos estamos direcionando a mente, considerando que ela funciona como um "foguete" inteligente: uma vez programado em direção a um objetivo definido, coloca-se em ação um mecanismo automático para chegar ao "alvo". Para isso, o foguete deve conhecer o objetivo e a trajetória programados para poder chegar lá, encontrando o número menor possível de obstáculos. 
Assim é a nossa mente, ela pode ser treinada para criar estratégias eficazes. Além de seguir os passos anteriores, também integramos a parte racional e emocional do nosso cérebro, não apenas avaliando, mas, também, sentindo os objetivos.
Por isso, concordo plenamente com Steve Jobs quando ele diz que: "Cada sonho que você deixa para trás é um pedaço do seu futuro que deixa de existir". Permita aproveitar as oportunidades de transformar os seus sonhos em vida, para que você seja o protagonista da vida que você merece viver.

Autor: Eduardo Shinyashiki 

Psiquiatria antiga
No passado, a loucura era destinada a quem não tinha a razão. Assim, muitos acabaram trancafiados em casas de internamento, junto com prostitutas, doentes venéreos e criminosos de todo o gênero.
Quando o homem se deparou, pela primeira vez, com a loucura chamou-a de possessão demoníaca. Não tinha outra possibilidade. Que dizer diante de algo tão estranho? Os loucos eram logo notados e rejeitados. Ninguém queria o energúmeno (energóumenos, grego, possuído pelo demônio) por perto. Assim, nos recuados tempos, eram escorraçados para fora dos muros das cidades ou embarcados em lúgubres navios, Naus dos Loucos, e despejados em longínquas terras, nas quais ficavam à mercê de si mesmos.
Essas naus singraram mares até o século 16. Quem pôs fim à ideia de que a loucura era possessão demoníaca foi Johann Weyer, autor do livro Da ilusão dos demônios (De praestigiis daemonum), em 1563, dizendo que a loucura não era feitiçaria, mas consequência de coisas naturais. Claro que esse é um marco apenas, pois as novas concepções são implantadas aos poucos. Nesse período da história, se o louco não é endemoninhado, o que é então?
A loucura se tornou o não ser da razão. Ou seja: uma exclui a outra, se identificam e se isolam. Como resultado prático, somente há a loucura, porque existe a razão e quem não a possui, o louco, precisa ser separado dos normais. Alguns eram tidos como insubordinados ao trabalho e perturbadores da ordem pública. Por isso, muitos acabaram trancafiados em casas de internamento, junto com prostitutas, doentes venéreos e criminosos de todo o gênero.
Os doentes mentais somente seriam separados das outras figuras da miséria, depois de mais de dois séculos, por Philippe Pinel, ao introduzir, a partir de 1793, a função médica no Hospício de Bicêtre, em Paris, culminando com a liberação de oitenta alienados mentais, que lá se encontravam acorrentados, alguns há muitos anos. Porém, melhor sorte não tiveram, pois eram tratados de várias maneiras, todas bizarras.
No início do século XIX, propunha-se aplicar aos insanos choques sensoriais intensos, como estrondos e sustos; usava-se sangrias por meio de sanguessugas, além de purgantes e de uma engenhoca giratória, inventada em 1805, por Benjamin Rush, chamada gyrater. O doente ficava amarrado à cadeira e esta presa por um eixo do teto ao chão, que podia ser, por meio de manivela, girada, para provocar convulsões, vômitos, colapso circulatório, visando “reiniciar” o cérebro e as ideias.
Usava-se, também, a máscara de Autenrich, de couro, para sufocar os gritos dos agitados; o saco de Horn, feito de tecido grosso e bem encerado, a fim de não entrar luz, no qual encerravam o doente. Quando era possível, aplicava-se a hidroterapia, mergulhando o paciente em banheira, com água a 35 ºC, com afusões a 10 ºC na cabeça, que se fazia por meio de esponjas. Além disso, se o louco se agitasse, usava-se camisa de força, com mangas sem fim, que se cruzavam na cintura, dando volta ao corpo, amarradas na parte posterior.
Porém, dentro desse contexto “terapêutico” unânime em todo o mundo ocidental, desde tempos imemoriais, há uma grande e curiosíssima exceção: a Ville de Fous, a Vila dos Loucos, um dos mais interessantes capítulos da história da loucura, do qual se falará no próximo número.

Autor: Guido Arturo Palomba

Entusiasmo para o sucesso


Esse requisito, entendido não no sentido superficial de um estado de ânimo eufórico e exagerado, mas algo extremamente profundo e contagiante, representa o despertar de uma força interior.






Neste começo de ano, a reflexão que gostaria de compartilhar é sobre a insatisfação, quase que crônica, em que o ser humano parece viver. Insatisfação que se transforma em indiferença, desinteresse, apatia, descaso por si mesmo e pelo mundo. Quais efeitos podem ter esses sentimentos na relação com o mundo, com a própria vida e com o trabalho? Eles podem minar a liberdade, a vontade e o poder de escolha e de decisão do ser humano.

Podem inibir a ação, destruir planos e programas e nos deixar insensíveis aos acontecimentos da vida.

Quando o entusiasmo é eliminado da vida de uma pessoa e é substituído por indiferença, passividade e falta de motivação e consciência, a vida se torna, somente, fadiga e tédio. Ao fazer algo com indiferença e desatenção, percebe-se que a pessoa não tem vontade, disposição e interesse, perdendo, assim, um tempo precioso.

A respeito desse tema lembrei-me de uma breve história: Um cavalheiro pediu a Takuan, um professor Zen, para sugerir como ele poderia passar o tempo, pois os dias lhe pareciam muito longos, enquanto ele exercia as suas funções e permanecia sentado, recebendo as homenagens do povo. Takuan desenhou oito ideogramas chineses e deu-os ao cavalheiro: “Não se repete duas vezes este dia. Fragmento de tempo, grande joia. Nunca mais vai voltar este dia. Cada momento vale uma joia preciosa”.

Quando o entusiasmo é eliminado da vida de uma pessoa e é substituído por indiferença, passividade e falta de motivação e consciência, a vida se torna somente fadiga e tédio
Cada vez que nos sentimos à margem da vida, sem objetivos e sonhos, desanimados e indiferentes, observando a vida com olhar distraído e assente, de costas para ela, sem interagir e com a mente resistente ao “pensar” sobre o significado de viver a nossa realidade, devemos nos lembrar desse conto e da sua lição.
O que nos rouba o entusiasmo pela vida e sufoca a nossa alma, segundo o filósofo Spinoza, é, provavelmente, não conseguir cumprir o único objetivo da vida, que é ser e viver aquilo que somos e ser capazes de evoluir e de nos tornar aquilo que podemos ser, expandir o nosso potencial.
Isso quer dizer conhecer a nós mesmos e ir em direção aos nossos sonhos e objetivos, tornando-nos a pessoa que queremos ser e encontrando as respostas para as perguntas: o que eu quero de verdade? E o que eu quero fazer com a minha vida? Muitas pessoas têm objetivos gerais, involuntários, superficiais e isso leva a viver decepções, insatisfação e muito estresse. Se passamos de uma ação para outra, sem um claro significado e direção, perdemos, em longo prazo, energia, tempo, motivação e, especialmente, entusiasmo.
Para entendermos o termo, vamos considerar o entusiasmo no seu significado mais profundo, que é de origem grega: en (em) thèos (Deus – o Divino) siasmòs (ser em conexão com o Divino dentro de si). O entusiasmo, entendido não no sentido superficial de um estado de ânimo excitado, exaltado, confuso, eufórico e exagerado, mas algo extremamente profundo, significativo e contagiante. É o despertar de uma força interior, que nos faz persistir em direção à meta, com a certeza de que nenhum obstáculo é intransponível.
Uma vida de sucesso começa com uma sucessão de dias de sucesso, vividos em direção àquilo que é essencial para nós mesmos. O importante é que nossas ações nos coloquem em conexão com algo especial dentro de nós, algo significativo, que nos leve a oferecer o nosso melhor para o mundo, pois aquilo que fazemos e a forma como fazemos fala muito de quem somos.
Ao reconhecermos que os nossos sonhos e anseios têm valor e são preciosos e significativos para nós, criamos uma motivação muito poderosa, uma força interior a nosso favor, que nos faz movimentar e agir para realizá-los, criando, assim, entusiasmo. O convite para estabelecer objetivos e realizar aquilo que somos, e evoluir para aquilo que podemos ser é sempre um objetivo atual e entusiasmante.
É importante definir, de forma clara e precisa, os propósitos, e organizar a vida em harmonia com a sua realização. Para isso, é útil lembrar o maravilhoso pensamento de Lao Tse, que diz que quem é consciente do próprio objetivo se sente forte, e essa força permite que ele seja sereno, e essa serenidade assegura a paz interior. Só a paz interior permite a reflexão profunda e a reflexão profunda é o ponto de partida para o sucesso.

Autor: Eduardo Shinyashiki


O BULLYING E NOSSAS CRIANÇAS

O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes negativas, agressivas, intenções e repetidas que ocorrem sem motivação evidente, adotada por um ou mais estudantes contra outro(s) no âmbito escolar, causando dor e angústia.
Entende-se também como todo e qualquer tipo de agressão física ou verbal que cause constrangimento.
Resumindo: Bullying é a intimidação verbal ou física caracterizada pela repetição e escolhas de um “alvo” e representado por três papéis sociais:
AGRESSOR, VÍTIMA E PLATÉIA.
Poderíamos usar várias outras definições, dicas de minimização de tais atitudes através de sensibilizações, punições e/ou sanções, enfim...tudo o que sempre fizemos até então.
Nossos crianças sabem o que significa , sabem o que está errado, quais suas implicações, porém, parece que a cada dia, o BULLYING está com mais força. Nada atingiu de fato a exterminação do ato e o nosso objetivo primordial que é ACABAR com o Bulllying antes que ele acabe conosco...se perde dentre discursos e definições.
Estamos falando, pesquisando, debatendo, sensibilizando, porém estamos cada vez mais acostumados, permissivos e evasivos.
E aqui vai uma reflexão:
Qual é de fato o papel da família e da escola em prol do combate ao BULLYING?
Presencia-se nos dias de hoje, grandes transformações e desafios humanos.
Vivemos em um mundo globalizado, com grandes evoluções tecnológicas, velocidade de informações e de conhecimento,porém, na mesma proporção, estamos vivendo num mundo de conflitos.
Percebe-se também que, a sociedade passa por um período de turbulências, violência urbana, corrupção, jogos de poder nas empresas, desprezo pelo ser humano e pelo meio ambiente. Todas essas situações podem ser sintomas de uma sociedade que não criou apreço pelos valores e acabou por formar adultos sem referenciais de cidadania e de respeito ao próximo.
Atualmente há uma grande preocupação com o problema dos valores humanos. As nossas crianças e os nossos jovens, em quase todos os países, estão profundamente incertos quanto aos valores que norteiam suas ações. Os valores associados à religião perderam grande parte de sua influência. Por sua vez, pais, professores e demais adultos mostram-se inseguros e inquietos quanto às normas e ações à sustentar e considerar.
Tendo em vista as grandes transformações pelas quais o mundo vem passando e considerando que a escola reflete os problemas do mundo globalizado em que vivemos, como desemprego, insegurança, fome, abandono, entre outros – que levam o homem a se afastar de sua essência, alterando as relações interpessoais – é enfatizado a moral e suas manifestações na prática docente como uma possibilidade de transformação dessa situação caótica. Acredita-se também, que não existe educação sem valores inerentes ao desenvolvimento moral.
E partindo deste princípio, devemos entender a influência familiar exercida de forma grandiosa na formação do caráter e sua extensão no âmbito escolar.
Quando pensamos no combate do Bullying, não podemos perder de foco um valor essencial “ A COERÊNCIA” .
Por que a coerência?
Porque simplesmente representa a verdadeira harmonia entre discurso e prática e, as nossas crianças só introjetam valores quando são tratadas de forma prática com eles. Quando pais agem exatamente de acordo com a forma que educam seus filhos, quando professores agem de acordo com os seus ensinamentos, quando se fala de respeito...agindo com respeito, quando se fala de verdade...agindo com verdade, quando se fala de amor...agindo com amor.
Muito se fala de responsabilidade dos educadores na formação do aluno, nas sanções pelos atos de Bullying, na opressão sofrida pela vítima o Bullying, na história de vida do agressor, mas não se reconhece de fato a nossa responsabilidade enquanto protagonismo social de voltarmos às nossas origens para percebermos que a solução existe e é tão simples que, diante da complexidade os nossos conhecimentos, nos distanciamos do óbvio.
Falo e conceitos antigos, porém, de grande importância que não podem ser dissociados do nosso comportamento, cuja principal característica que nos difere dos outros seres vivos: A HUMANIZAÇÃO e consequentemente a convivência familiar tradicional.
Ao se falar de valores, não se pode pensar em discurso. Ninguém ensina valores, porém, podemos ser exemplos inspiradores de valores. Isso mesmo, inspirar valores. Viver valores humanos na família e na escola como ponto de partida para a formação do caráter e construção de uma sociedade mais harmônica nos leva a transcender limites pessoais, aspirações, vitórias e frustrações eventuais.

O problema do Bullying não é atual. Ele foi construído, educado e assim evoluído. E não é do ápice da pirâmide que podemos exterminá-lo, mas sim na sua base ,resgatando, vivenciando e inspirando os valores que foram banalizados e devorados por este mundo globalizado e por esta sociedade que criou apreço pelo TER e não pelo SER.
Autora: Regiane Pinheiro


O amor tem seu tempo



A urgência dos nossos dias nos faz pensar exatamente na urgência do amor. Quando o sentimento se faz presente entre duas pessoas é muito comum a necessidade imediata de dizer: “Eu te amo”.  Algumas pessoas dizem: “Que loucura! Isso não é amor”; outras afirmam: “Pra que esperar, eu amo e digo!”.
Avaliar nossos sentimentos e todas as implicações que ele envolve também nos faz pensar que os caminhos para o amor nunca são ou estão prontos, mas certamente, passam por nossa maturidade.
A maturidade biológica nem sempre está relacionada à maturidade psicológica. As expectativas dos pais nem sempre serão concretizadas nos desejos dos filhos. Da mesma forma, o que foi vivido no passado nem sempre será válido para as experiências atuais.
Os gregos diziam que amor é “uma questão de despertar para a vida” e, com isso, nem todos despertam ao mesmo tempo, nem esperam as mesmas coisas ou se satisfazem com as mesmas coisas.
Quando se acelera o processo do amor, muitas vezes, se “mata” esse sentimento. É por isso que as pessoas não podem se casar porque os pais delas se admiram, porque as famílias se dão bem ou porque o (a) namorado (a) tem ou não tem um status, ou um tipo de estudo.
Amor requer tempo, conhecimento, – reconhecimento do que gosto ou não –, das minhas limitações e da limitação do outro.
Amor é como uma construção: escolhe-se o terreno, as fundações e a base para que a obra seja realizada, os tijolos vão sendo colocados um a um, até que a casa seja coberta e todo o acabamento interior seja feito. Depois virão os jardins, os detalhes, os cuidados.
E é por isso que o amor não pode ser urgente: uma casa feita às pressas, com material de qualidade inferior, tende a cair antes do tempo. Imaginem se os tijolos desta casa, que é o amor,  forem assentados com areia e água?
Sonhos são muito bonitos nas novelas, mas, na vida real, os caminhos não são prontos. Os caminhos de um casal se fazem pela descoberta das alegrias e das tristezas que os dois podem viver. Estes se fazem ainda pela capacidade de reconhecer no outro aquele que me faz feliz, mas não apenas a única pessoa do mundo que me faz feliz, mas que me completa em parte da vida, que é muito mais do que apenas uma pessoa ou um único motivo.
“Quem quer o amor precisa dar tudo o que tem para possuí-lo (Mt 13,44)” e é por isso que o amor exige dedicação e decisão.
Se você ainda não está pronto para isso, pense se não é tempo de se autoconhecer para conviver com o amor, mas também não espere que esteja 100% pronto para vivê-lo, pois a perfeição não existe, ainda mais quando falamos de seres humanos.
E lembre-se: para tudo existe um tempo: amor, afetividade, sexualidade, cada um deve e precisa acordar em seu tempo, até mesmo para que as experiências fora do tempo e erradas não se tornem marcas negativas no futuro.

https://temasempsicologia.wordpress.com/2012/01/24/o-amor-tem-seu-tempo/



A evolução da tietagem









Psicólogos afirmam que a adoração a celebridades é um fenômeno moldado pela seleção natural.


Quando Charles Darwin (1809-1882) elaborou sua Teoria da Evolução, os britânicos ainda não tinham visto nada parecido com a histeria gerada por um show dos Beatles. Como não existiam meios de comunicação de massa, a coisa mais próxima de tietagem que o velho naturalista viu foram as levas de jovens que se acotovelavam para assistir a suas palestras. Não era pretensão de Darwin explicar esse fenômeno, mas involuntariamente ele contribuiu. Hoje, muitos cientistas que estudam a devoção a celebridades acreditam que a tietagem tem mais a ver com a natureza humana do que com fenômenos culturais.


"A seleção natural nos deu cérebros que prestam atenção em quem é admirado", explica o antropólogo evolucionista Francisco Gil-White, da Universidade da Pensilvânia (EUA). Essa era a maneira que os humanos pré-históricos usavam para identificar o melhor caçador de uma tribo, por exemplo. Segui-lo aumentava as chances de um pessoa jovem aprender a caçar bem.


"Como era trabalhoso seguir todos os caçadores de uma tribo para descobrir quem era o melhor, a coisa mais sensata que um jovem tinha a fazer era aceitar o julgamento da maioria", explica Gil-White. Em outras palavras, prestígio atraía mais prestígio, e é isso que move a tietagem de hoje.
 "Como era trabalhoso seguir todos os caçadores de uma tribo para descobrir quem era o melhor, a coisa mais sensata que um jovem tinha a fazer era aceitar o julgamento da maioria", explica Gil-White. Em outras palavras, prestígio atraía mais prestígio, e é isso que move a tietagem de hoje.

Teorias recentes sobre a tietagem estão embasadas na chamada psicologia evolutiva, que estuda traços de comportamento humano no contexto da Teoria da Evolução. A atração exercida por pessoas de prestígio, por exemplo, seria um instinto para nos aproximarmos de alguém que tem algo a ensinar. A seleção natural favoreceria os que sabem escolher os melhores "professores" da vida.
A aceitação da psicologia evolutiva em alguns meios acadêmicos, porém, ainda é restrita, porque em muitos casos não dá para saber se um comportamento é cultural ou de natureza mais instintiva.



Revista: Galileu
Autor: Rafael Garcia
A motivação dos Homens-Bomba

O psicólogo israelense Ariel Merati liderou o primeiro grupo de estudiosos com acesso a terroristas palestinos que tiveram o ataque suicida frustrado – ou porque o equipamento não funcionou ou porque foram presos antes de explodir. Por meio de testes psicológicos e longas entrevistas, ele chegou a duas surpresas. Primeira: a religião não é a principal motivação dos homens-bomba. Segunda: os homens-bomba não buscam vingança. Os testes psicológicos mostram que 60% dos terroristas suicidas tinham transtornos de personalidade dependente ou esquiva. É o perfil de quem tem pouca autoconfiança, timidez exagerada, dificuldade em tomar decisões, hipersensibilidade a culpa, necessidade extrema de aprovação dos outros, medo de rejeição e de expressar desacordo e disposição para realizar tarefas só para agradar aos demais.

www.veja.com/cacadordemitos

 

 

Vias internas

Qual o valor da comunicação dentro das empresas? Ela envolve um comportamento além de um conteúdo? Quanto influencia o aspecto relacional no sucesso da comunicação?

A palavra é um poderoso soberano, que, com um pequeníssimo e muito invisível corpo, realiza empreendimentos absolutamente divinos. Com efeito, pode eliminar o temor, suprimir a tristeza, infundir alegria, aumentar a compaixão.

... Esta (a palavra) infunde nos ouvintes um estremecimento repleto de temor, uma compaixão repleta de lágrimas e uma saudade próxima da dor, de forma que a alma experimenta, mediante a palavra, uma paixão própria, motivada pela felicidade e a adversidade de assuntos e de pessoas estranhas.
... As sugestões inspiradas mediante a palavra produzem prazer e afastam a dor. A força da sugestão, apropriando-se da opinião da alma, domina-a, convence-a e transforma-a como que por uma fascinação.”... Elogio a Helena
(Górgias – Retórico e orador 485-375 a.C.)
Este belíssimo texto foi a base de uma reunião com um grupo de líderes de uma empresa com quem estava desenvolvendo um programa para melhorar a comunicação interna. Tanto se fala sobre a importância de tal comunicação para a melhoria do ambiente de trabalho e da produtividade, mas, afinal, qual a razão disso? Qual a real influência de uma boa comunicação interna de uma empresa em seus resultados e relacionamentos?
A comunicação é o elemento catalisador da criação dos contextos necessários para atingir os resultados estabelecidos. Muitas vezes na dinâmica da comunicação não entendemos plenamente as motivações do destinatário e não conhecemos a sua capacidade de elaborar a informação recebida.
Acontece que a comunicação interpessoal não é uma simples passagem de dados, fenômeno mecânico entre estímulo e resposta. É uma troca de conhecimentos, informações, emoções entre as pessoas envolvidas. Necessita da possibilidade de quem transmite a mensagem também a receba, e vice-versa, criando uma troca comunicativa que envolve elementos não mensuráveis como a emoção, a empatia, a experiência pessoal, evidenciando a complexidade dos elementos envolvidos na relação entre comunicador, mensagem e destinatário.
Existem algumas “patologias da comunicação” que produzem “interações patológicas” entre as pessoas. As mais presentes no contexto empresarial são ligadas às diferenças pessoais e culturais dos indivíduos, às crenças, hábitos, graus de autoconhecimento, falta de tempo, omissão de informações e à dificuldade dos colaboradores em se comunicar abertamente com os líderes e vice-versa.

A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL NÃO É UMA SIMPLES PASSAGEM DE DADOS, FENÔMENO MECÂNICO ENTRE ESTÍMULO E RESPOSTA. É UMA TROCA DE CONHECIMENTOS
O problema consiste em, por exemplo, comunicar o que está acontecendo na equipe ou na empresa, na transmissão de informações distorcidas, e até mesmo na dificuldade dos líderes em criar um espaço de confiança que permita dispor de informações importantes e verídicas para o bom andamento da empresa.
Nos últimos 20 anos, uma nova sensibilidade vem crescendo no contexto empresarial, correspondente aos novos cenários, às novas realidades e exigências dentro das organizações. Esta tem ligação com o fator humano, a valorização do potencial, dos valores, dos relacionamentos interpessoais, interpessoais, do trabalho em equipe, do indivíduo como um todo, com as suas diversidades e semelhanças. A consequência disso é que a comunicação interpessoal vem ganhando maior atenção de empresários, gestores e até mesmo colaboradores.
O significado da comunicação pode ser diferente para cada pessoa. Uma palavra pode ter conotações diferentes para cada um. Isso cria os milagres e os traumas da comunicação, o prazer e a dificuldade de comunicar, cria distância ou aproximação, pois os seres humanos têm elementos em comum, mas também uma profunda diversidade e autonomia.
A nossa reflexão se concentra na importância de desenvolver plena consciência que o destinatário da nossa comunicação é um protagonista ativo, que verifica e interpreta os conteúdos da mensagem, que pode aceitá-la ou rejeitá- la, e que somos diferentes mesmo na comunhão de objetivos.
Sei que é fácil dizer que a comunicação nas empresas é uma das ferramentas importantes para o sucesso, e que há uma grande dificuldade em colocá-la em prática. Porém, a atenção e a reflexão sobre este aspecto é fundamental para a solução de situações aparentemente insuperáveis. Por meio da comunicação, e não somente no meio empresarial, podemos influenciar os cenários e a realidade, criando, assim, o futuro que escolhemos.
Autor: Eduardo Shinyashiki
REvista: Psiqué 
 

Sentimento
O sentimento é a construção de uma estrutura emocional vivenciada. Pode se tornar maior e permanecer no indivíduo por toda uma vida ou se transformar em modelo afetivo (amor x ódio, por exemplo).
Fazemos grande confusão com a nominação de emoções e sentimentos. Faltam palavras para expressar tudo que sentimos. a grande maioria das pessoas acredita que emoção e sentimento são a mesma coisa, mas não são. 
A emoção se manifesta rapidamente e pode passar. Já o sentimento é internalizado, dura muito tempo. Alguns podem transformar-se em doenças. 
 Revista: Psique

Pássaros na cabeça

Difiícil pensar em algo tão volátil quanto os pensamentos, mas estudos neurocientíficos sugerem associações entre a divagação e o pensamento criativo.

Difícil pensar em algo tão volátil quanto nossos pensamentos. Quando os deixamos soltos, parecem bater asas – ora nos rodeiam, ora fogem sem que possamos nos dar conta do momento exato em que se aproximam ou se afastam. Mesmo se temos uma linha clara de raciocínio, volta e meia ideias e lembranças inesperadas nos atravessam como pios, arrulhos e cantos. Alguns são mais barulhentos e até melodiosos, é verdade, mas é quase sempre inevitável que nos remetem a súbitos voos.
Feito aves, têm formas e tons variados. Por vezes se misturam e nos confundem suas “asas coloridas”. Há os arredios; os insistentes, que sempre estão por perto (como se fizessem ninho em nossa mente); os estranhos (que subitamente surgem como se emergissem da pré-história psíquica de cada um); e ainda os furtivos, que preferíamos não alimentar ou que, de tão sombrios, se confundem com a penumbra de cantos recônditos da mente.
Nesta edição, tratamos desses “pássaros na cabeça”, desse “pensar sobre o pensamento”. Talvez seja um daqueles temas que se enquadram na famosa frase do filósofo Agostinho, usada para falar do tempo em suas Confissões: “Se ninguém me perguntar, eu sei: se o quiser explicar a quem me pergunta, já não sei”. Em seu artigo, o doutor em psicologia Tim Bayne, formado em filosofia e atualmente professor da Universidade de Manchester, comenta o quanto é surpreendente o fato de sermos incapazes de controlar nossos devaneios. Ele cita um estudo no qual voluntários foram convidados a repetir um trecho de um livro sem se perder nos próprios pensamentos. Então, em dado momento, os pesquisadores os interrompiam aleatoriamente para verificar se permaneciam concentrados. Resultado: não só divagavam muito, como não se davam conta disso. Será que o mesmo acontece com você? Por onde voam neste momento seus pássaros particulares? Eu, por algum motivo, exatamente enquanto escrevo esta palavra, fui visitada pela imagem de uma praia translúcida, de areia macia, pontilhada de espelhos d’água...
Felizmente, a neurociência traz uma boa notícia: achados recentes sugerem que a atividade cerebral durante a divagação, ainda que breve, é um indício de raciocínio criativo. Ou seja, inspirações preciosas parecem habitar os devaneios. Melhor assim, já que ao fazermos associações temos a possibilidade de entrever algo de nós mesmos. Por via das dúvidas, vale deixar a porta da gaiola aberta. Assim como pássaros, pensamentos são mais interessantes quando estão em liberdade.
Bons voos, boa leitura.
A incerteza do golfinho
Testes criativos ajudam a investigar se outras criaturas refletem sobre suas próprias ideias e se são capazes de alguma forma de metacognição.
Muito além da depressão
Medicamentos da classe ISRS têm sido prescritos para o tratamento de diferentes transtornos mentais.
Como funciona a acupuntura
A hipótese científica mais aceita é que as agulhas estimulam o sistema nervoso, causando a liberação de neurotransmissores.

  Gláucia Leal

 

9 passos para ter mais resiliência no trabalho

 

Uma pesquisa mostra que a resiliência é a principal competência da primeira metade do século 21. Conheça os caminhos para desenvolvê-la.
Conceito emprestado pela física à psicologia do trabalho, a resiliência é a capacidade de resistir às adversidades e reagir diante de uma nova situação. Um profissional pode precisar dela tanto para encarar a pressão e a competição do mercado quanto para atravessar momentos difíceis, como crises econômicas e acidentes. "A resiliência é um fator crítico para enfrentar os desafios desta primeira metade do século", diz Paulo Yazigi Sabbag, professor da escola de Administração de empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV) e idealizador da primeira escala nacional para avaliar o nível de resiliência de profissionais adultos.
Um estudo com 3 707 alunos do curso a distância de especialização em administração da FGV, realizado pelo professor Paulo, mediu o nível de resiliência de cada um deles utilizando a escala, que relaciona nove fatores: auto-eficácia, solução de problemas, temperança, empatia, proatividade, competência social, tenacidade, otimismo e flexibilidade mental. Cada um desses fatores ajuda de maneira diferente no enfrentamento de problemas e na tomada de decisões. No resultado final, 16% foram classificados com baixa resiliência, 44% foram considerados com moderada resiliência e 40% enquadraram-se em um grau elevado.
A boa notícia é que se trata de uma competência que pode ser aprendida. "muitos autores dizem que essa competência é assimilada no processo de educação familiar, mas eu acredito que pode ser desenvolvida em qualquer estágio da vida, principalmente quando a pessoa entra no mercado de trabalho", diz Paulo. Trocar de chefe, ter um projeto rejeitado e sofrer uma injustiça do colega são situações que testam os limites do profissional.
Algumas atividades artísticas também podem desenvolver aspectos da resiliência, como a competência social e a flexibilidade mental. A edP, controladora de geradoras e distribuidoras de energia elétrica em sete estados brasileiros, desenvolveu um programa que visa aumentar a experiência de vida dos funcionários. No curso, executivos e engenheiros do grupo podem escolher temas como fotografia, arquitetura e filosofia, por exemplo. a ampliação de repertório foi utilizada como estratégia para solucionar problemas de forma criativa e aproximar membros da equipe.

Por: Amanda Kamanchek,

 














































Quais as maiores necessidades humanas?

Os seres humanos têm diversas necessidades primárias. Algumas dessas necessidades humanas foram listadas pelo psicólogo Abraham Maslow. Segundo ele, o homem é motivado por suas necessidades, sejam elas emocionais ou fisiológicas. Podemos dizer que algumas prioridades listadas entre as necessidades humanas são: a fome, o desejo sexual e as necessidades do corpo, como a evacuação. Também existem as necessidades de realização pessoal. O psicólogo Abraham Maslow criou uma pirâmide hierárquica das necessidades humanas, são elas: necessidade de segurança, necessidade social, necessidade de status, necessidade de auto-realização e necessidades fisiológicas, que se encontram na base da pirâmide.













































As necessidades fisiológicas são aquelas relacionadas ao organismo, como alimentação, sono, abrigo, água, excreção, libido, entre outras. Essas são as principais necessidades do homem.
Depois de suprir todos os desejos fisiológicos, o ser humano começa a buscar suas necessidades de segurança, representadas por estabilidade, proteção contra a violência, proteção para saúde e recursos financeiros.
Em seguida, temos as necessidades sociais, como amizades, intimidade sexual, socialização e aceitação. Depois, vêm as necessidades de status e estima, entre elas a autoconfiança, o reconhecimento, a conquista e o respeito.
Por fim, temos as necessidades de autorrealização, que estão no topo da pirâmide hierárquica, e contam com moralidade, criatividade, espontaneidade, autodesenvolvimento e prestígio.
Como podemos notar, o homem está sempre em busca da realização de suas necessidades.Sempre que conquistamos a realização de um desejo, logo colocamos outro no lugar. Assim, o ser humano vive uma constante necessidade de realização pessoal.



Discriminação do usuário de drogas


O principal motivo para defender essa descriminalização é o reconhecimento de que a ausência na lei de critérios objetivos para distinguir usuários de traficante enche as penitenciárias de um grande número de jovens pobres, negros e de periferia. Entre 2006 (ano da implementação da atual lei de drogas) e 2012, o número de presos por tráfico no Brasil saltou de 41 mil para 131 mil. Hoje, o número de presos no país é superior a 700 mil, sendo que mais de 30% deles foram presos por envolvimento com drogas, aproximadamente 43% são presos provisórios e cerca de 70% são negros.
Ao não ameaçar usuários e dependentes com uma dura pena de prisão, acredita-se que a descriminalização amplia sobretudo o campo da assistência. E nesse campo a igreja teria muito a mostrar e a dizer.

Revista: Ultimato
Autor: Ronilso Pacheco



A pré-história da Psicologia
Muito antes do divã de Freud e dos remédios tarja preta, já se tinha ideia de que temos diferentes personalidades. Na antiguidade, o filósofo Hipócrates marcou presença no nascimento do humorismo. O grego foi o primeiro a determinar os quatro temperamentos que nos definiriam, baseada na teoria do conterrâneo Empédocles – o que desenvolveu a tese do humores, que partiriam dos quatro fluídos que compunham o corpo (sangue, fleuma, bílis e bílis negra). Com os humores em desequilíbrio, as personalidades se sobressairiam. Assim, o sanguíneo seria um sujeito afetuoso, otimista e impulsivo. O fleumático, um cara quieto, racional e tímido. O colérico, um impetuoso apaixonado, e o melancólico, triste, poético e artístico. Foram as primeiras tentativas de definir nossa psicologia.

Autor: Allen Frances
Revista: O Guia da Psicologia / Agosto de 2014.




O processo de individualização do sonho

Em 1931 Jung proferiu uma conferência sobre o tema das etapas da vida humana. Naquela época tinha 58 anos. Jung acreditava que na primeira metade da vida desejaríamos alcançar objetivos socialmente significativos tal como a profissão, o relacionamento, a família, o prestígio e que isso aconteceria às custas da “totalidade da personalidade”. Jung suspeita que essa unilateralidade encontrar-se-iam principalmente nesse momento de transição da vida. Suspeitava que por trás das depressões encontravam-se “os aspectos da vida que poderiam ser igualmente vividos”.
No momento de transição da vida ocorre, segundo Jung, uma transformação significativa na alma. Aspectos que desapareceram desde a infância voltam a se manifestar. Alguns interesses esmaecem, outros manifestam-se em primeiro plano. Convicções se enrijecem, tornam-se fanatismo.
Aquilo que é nocivo na primeira etapa da vida, isto é uma ocupação excessiva com seu si - mesmo, agora se torna necessário. Quando Jung fala do si - mesmo, ele não se refere ao si - mesmo da linguagem corrente. Naturalmente, os jovens também deveriam ocupar-se de forma crítica e afetuosa consigo mesmo. Mas Jung se refere aqui a um si - mesmo que se encontra nas profundezas da alma, um centro do ser humano que conduz o processo de desenvolvimento que na segunda metade da vida tende a ser um caminho para dentro. Precisamos encontrar novos objetivos. Estes se encontram, segundo Jung, no confronto com o si - mesmo. Esse confronto confere sentido à vida e cuida igualmente de sua finalidade. Jung considera a vida que se encontra voltada para um determinado fim melhor do que uma vida sem finalidade. Antigamente a religião teria sido uma espécie de escola de vida para tal, uma escola para a segunda metade da vida, para a terceira idade, para a morte. Agora (1931) não o seria mais. Acredita que a longevidade precisa fazer algum sentido, à tarde da vida não pode ser apenas “um lastimoso apêndice da manhã da vida. Jung se pergunta se o desenvolvimento da “cultura” poderia construir o sentido e o objetivo da segunda metade da vida.

Livro: Sonhos, a linguagem enigmática do inconsciente
Autora: Verena Kast




A vida é dinâmica



Certa vez Clarice Lispector escreveu: “Estou com saudade de mim. Ando pouco recolhida, atendendo demais ao telefone, escrevo depressa, vivo depressa. Onde está eu? Preciso fazer um retiro espiritual e encontrar-me, enfim. Mas que medo de mim mesma!”

Há momento em que sentimos saudade de algo que vivemos. Da alegria que um dia tivemos. É comum nos lembrarmos da infância como um tempo perfeito. Sentimos saudade de quando podíamos correr contra o vento, como pássaros que voam na direção do horizonte. Livres. Leves. Então percebemos quanto à vida nos transformou. Quanto à vida nos trouxe preocupações, desencantos. Vemo-nos mais desgastados e menos sonhadores. Mais desiludidos e menos esperançosos. Mais amedrontadores e menos otimistas. E acabamos por sentir saudades de outra época de nossa vida.

O problema é que idealizamos o passado. Como se tudo tivesse sido uma maravilha. Esquecemos que também naquela época tínhamos nossos conflitos, nossos dias de tristeza. Nossas angústias. Nossas lágrimas.

A vida é luta. A vida é transformação. A vida é dinâmica. Há uma poesia de Fernando Pessoa que retrata bem as nossas constantes mudanças: “A cor das flores não é a mesma ao sol de que quando uma nuvem passa ou quando entra a noite e as flores são da cor da sombra. Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.”

Dentro de cada um de nós há sempre a eterna criança que ainda brinca distraidamente. Ouça um pouco mais a criança que vive em você. Comece a gastar um pouco mais de tempo com as coisas mais simples da vida.

A felicidade está nas lojas que não têm preço: tomar uma chuva de verão, comer um pastel de feira com ar de quem saboreia um manjar dos deuses, emocionar-se com filme ingênuo. Penso que a felicidade é algo mais simples do que muitas vezes imaginamos.




Autor: Dalcides Biscalquin


ECO DA VIDA 


Um pequeno garoto e seu pai caminhavam pelas montanhas. De repente o garoto cai, se machuca e grita: - Aai!!! Para sua surpresa escuta a voz  se repetir em algum lugar da montanha:- Aai!!! Curioso  pergunta: - Quem é você?Recebe como resposta: - Quem é você? Contrariado grita:               Seu covarde!!!
Escuta como resposta: - Seu covarde!!! Olha para o pai e pergunta aflito: - O que é isso? O pai sorri e fala: - Meu filho, preste atenção!!! Então o pai grita em direção a montanha: - Eu admiro você!  A voz responde: - Eu admiro você! De novo o homem grita: - Você é um campeão!A voz responde: - Você é um campeão! O garoto fica espantado sem entender nada. Então o pai explica: As pessoas chamam isso de ECO , mas na verdade isso é a vida. Ela lhe dá de volta tudo que você diz ou faz.Nossa vida é simplesmente o reflexo das nossas ações. Se você quer mais amor no mundo, crie mais amor no seu coração.Se você quer mais responsabilidade da sua equipe, desenvolva a sua responsabilidade. Se você quer mais tolerância das pessoas, seja mais tolerante. Se você quer mais alegria no mundo, seja mais alegre.Tanto no plano pessoal quanto no profissional, a vida vai lhe dar de volta o que você deu a ela.SUA VIDA NÃO É UMA COINCIDÊNCIA;SUA VIDA É A CONSEQUÊNCIA DE VOCÊ MESMO!!! 
Autor desconhecido  


  



 


O desafio de sair da Caixa



Para variar, começo com uma piada. Na fronteira entre México e Estados Unidos.
O policial observa um homem andando de bicicleta atravessar para seu país com uma caixa equilibrada sobre o guidão. Cioso com a fiscalização, ele pede que o ciclista pare e abra a embalagem. Após constatar que ali dentro há apenas areia, o fiscal permite que o outro siga. No dia seguinte, novamente o rapaz passa de bicicleta, o policial o interrompe, encontra só areia dentro da caixa. A cena se repete no três meses seguintes. Passados alguns anos, o policial, já aposentado, vê o homem em uma loja e diz: “Olha amigo, você me deixou intrigado por muito tempo, entrando e saindo do país com uma caixa onde havia apenas areia. Afinal, o que estava contrabandeando?”. O outro hesitou, desconfiado, mas por fim respondeu: “Bicicletas”.

A anedota ilustra uma forma criativa de pensar sobre a situação que pode nortear uma perspectiva capaz de escapar do convencional: “Certo, vejo a ‘areia’ (o óbvio), mas onde está a ‘bicicleta’ (aquilo que passa despercebido)?”.

A expressão “pensar fora da caixa” está relacionada á possibilidade de fugir do padrão, do convencional – o que implica ter novas idéias. Há referências de que tenha sido popularizada quando a Disney lançou um quebra-cabeça intelectual. A proposta é ligar nove pontos desenhando quatro retas, linhas contínuas que passam por cada um deles, sem levantar o lápis do papel. O dilema pode ser facilmente resolvido se a pessoa desenhar as linhas fora dos limites da área do quadrado definido pelos pontos.

No começo da década de 80 o pesquisador Robert Sabga, da Universidade de Toronto, estudou técnicas de solução de problemas, referindo-se ao “pensamento paralelo” – e recorreu à piada do homem da bicicleta, reforçando a metáfora da “caixa”.

Hoje, muitos estudiosos apostam que é possível aumentar o potencial criativo e tornar os bem-vindo insights mais freqüentes. Exercitar a capacidade de colocar-se no lugar do outro (e conseqüentemente obter assim outras visões de mundo), tirar um tempo para simplesmente se divertir sem se preocupar com os problemas e valorizar idéias alheias, apoiando-se nelas para construir as próprias soluções pode ser surpreendentemente útil. A predisposição de incrementar a criatividade é por si só, uma atitude criativa e fundamental não apenas no trabalho, mas na vida, de forma geral. Para os psicanalistas Donald Winnicott e Melanie Klein, por exemplo, a capacidade criativa está associada a processos psíquicos complexos, que favorecem a saúde mental. O maior aprendizado talvez seja mesmo pensar diferente, olhar com “olhos de ver”, aquilo que já notávamos que havia.



Autora: Gláucia Leal

Revista: mente Cérebro pg. 3


Jovens e Explorados 
 
A exploração sexual infanto-juvenil floresce com um dos efeitos da desigualdade social e da exploração demográfica conseqüente da construção de grandes empreendimentos hidrelétricos em Rondônia.
Uma região dominada pela prostituição e pelo tráfico de drogas. Essa é a descrição mais comum de Jaci Paraná, um distrito situado a 90 quilômetros de Rondônia. A situação denunciada pelos moradores não é à toa. Os casebres de madeira se amontoam em ruas empoeiradas e cada vez mais perigosas. Crianças descalças brincam em áreas de esgoto a céu aberto. O contraste da miséria fica mais evidente ao ser revelada, a poucos minutos dali, uma das obras mais caras e suntuosas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
A Usina Hidrelétrica de Jirau está sendo construída às margens do rio Madeira e, junto com a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, a 5 quilômetros da capital rondoniense, forma o chamado Complexo do Madeira, que receberá investimentos na ordem de R$ 25 bilhões e tem gerado polêmica a respeito dos impactos sociais e ambientais para a população local.
Com o fluxo migratório dos trabalhadores da usinas, o número de habitantes em Jaci Paraná saltou de 6 mil para 20 mil em poucos anos. Sem serviços públicos eficientes de saúde e educação, o inchaço populacional tem repercutido no aumento dos problemas enfrentados pela comunidade. É o que afirma a reitora da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Berenice Tourinho, que acompanhou pesquisas feitas pela instituição em áreas diretamente afetadas pelas hidrelétricas.
Uma das conclusões do estudo indicou que as crianças e os adolescentes formam a parcela mais vulnerável nesse contexto; e a exploração sexual se impõe como uma das poucas alternativas de sobrevivência para meninos e meninas em situação de extrema pobreza. Os dados obtidos pelo levantamento, entre 2009 e 2010, apontaram para a situação dos ribeirinhos, que tiveram de deixar suas terras devido à inundação resultante da construção das usinas. De acordo com Berenice, essas pessoas ficaram sem fontes de subsistência, pois dependiam da pesca, do extrativismo, da agricultura familiar e da criação de pequenos animais. “É preciso dar a eles condições para continuarem tendo trabalho”, afirma.
Na maternidade Municipal de Porto Velho (RO), 28% dos atendimentos correspondem a partos realizados em meninas abaixo de 18 anos.

Revista: Família Cristã Nº 921 – Pág. 12-16

Autora Maíra Streit


MENTE E CORPO UM DILEMA


Nossa mente é provavelmente a coisa que temos de mais íntimo, e a ela vinculamos os nossos pensamentos, tristezas, alegrias, angústias, intenções, julgamentos, e assim por diante. Contudo, quando tentamos compreender de modo sistemático e coerente a natureza das relações entre a nossa mente e o nosso corpo, nos defrontamos com o problema mente-corpo. Configura-se como um problema porque o cérebro é um sistema físico, público e extenso, mas os fenômenos mentais, principalmente aqueles que envolvem consciência, parecem ser essencialmente subjetivos, inacessíveis à observação e à mensuração e, portanto, escapando a uma apreensão científica.
Sob um ponto de vista histórico, Descartes foi o precursor deste problema ao defender que pensamento e corpo estavam em realidade completamente distintas, que se relacionavam causalmente. Como explicar esta interação entre algo imaterial e algo material? Descartes a explicou postulando que a glândula pineal era a interface entre mente a matéria, mas a sua solução apenas transferia as dificuldades impostas pelo seu dualismo.

Revista de Filosofia
Autor: Daniel Borgoni
Pg.57

TERAPÊUTICO
A enfermidade é um conflito entre a personalidade e a alma.
O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
Os joelhos doem quando o orgulho não se dobra.
O câncer mata quando não se perdoa e/ou cansa de viver.
E as dores caladas? Como falam em nosso corpo?
A enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção.
O caminho para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas
Equívocos, existem semáforos chamados Amigos, luzes de precaução
chamadas Família, e ajudará muito ter no caminho uma peça de
reposição chamada Decisão, um potente motor chamado Amor, um bom
seguro chamado FÉ, abundante combustível chamado Paciência.
Mas principalmente um maravilhoso Condutor chamado DEUS.

AS CRIANÇAS E A SUPERPROTEÇÃO
 
A melhor maneira de criar os filhos é sempre um desafio para os pais. Afinal, antes mesmo do nascimento, a criança já pertence a uma família, que será seu primeiro e mais importante grupo de interação e no qual fundará os alicerces para, aos poucos, adquirir sua autonomia. O que ela aprende sobre valores, limites, respeito, responsabilidade e hábitos, conhecimento de seus direitos e deveres, levará consigo para o restante da vida. É natural que os pais amem seus filhos. A questão, entretanto, é como fazer para educar na atualidade, quando a tradição, que assegurava aos pais um papel de autoridade, já não existe, e o desenvolvimento emocional ganhou uma hipervalorização que distorceu a maioria das teorias psicológicas? O texto da psicopedagoga Maria Irene Maluf aborda esses e outros aspectos na Psique que Ciência & Vida.

Filosofia
Pg.51


QUEM SALVA O HOMEM?
 
O psicólogo Marcos Nascimento diz que a família se esqueceu de olhar para os meninos
Patrícia Zaidan

Porque usa o futebol nos seus grupos? É um campo de emoções como poucos. Numa ONG, após o jogo, refletíamos com os jovens. Eles acabavam sentindo a capacidade de viver a agressão e a amorosidade. Discutiam o sentido da violência. Em casa, não ensinam ao garoto que não se deve ser rude com mulheres. Ele nem nota que foi autoritário se rouba um beijo e força a menina a “ficar”.
A família tem dificuldade de ensinar? É cultural. Enquanto o menino vê TV, a menina ajuda na casa. Fica a ideia de que ela deve servi-lo. Outra mensagem que ela leva para a vida adulta: o ciúme e o controle por parte do homem – duas atitudes que geram violência – significam cuidado e proteção. Ao educar dessa forma, a família naturaliza o perigo. Para alguns homens, não há como resolver uma questão sem gritar ou agredir. Ele justifica: “Meu pai fazia assim, meu avô e o meu sogro também”.

Revista: Claudia

Pg.30

O HOMEM E O IMPERIO DA SUBJETIVIDADE
 
Desmistificar as tradições e invenções do homem é matá-lo. O homem não pode ser estudado como objeto de si mesmo sem desaparecer. O homem, portanto, não pode ser medido por padrões alheios a ele e sua realidade subjetiva é irredutível a qualquer sistema de avaliação ou medida. Desse ponto de vista a transferência não é uma prisão ao passado, mas a forma como experiências passadas estruturaram a percepção do sujeito não é um filtro que distorce e, sim, uma maneira de construir, e sua resolução consiste no conhecimento de sua inevitabilidade e não na sua neutralização. Não é possível libertar o homem das fantasias para que ele sem distorções e ilusões mergulhe na realidade dos fatos simplesmente porque essa ultima não existe. O analista não é padrão de realidade e suas tradições são tão estruturadoras de verdade e realidade como qualquer outra e, portanto não têm precedência sobre nenhuma outra. Não existe superioridade hierárquica entre o saber do analista e o saber do paciente (Aulagnier, 1979, 1985). A subjetividade do analista é tão subjetiva quanto a do paciente. Assim como o paciente, o analista está sempre se reinventando e vivendo de tradições que são repositórios de invenções articuladas.


REVISTA PSIQUE - ano VI n.82 pag.47.

O estilo de meditação
 
Pessoas desta índole passam a vida educando. Tendem a possuir um catálogo enorme de conhecimento que compartilham voluntariamente, quando a situação pede por isso. Em vez de pular dentro e tomar conta de cada situação, os mediadores preferem sentar e observar até que aqueles que precisam de sua expertise estejam prontos para recebela.
Sua força é a capacidade de, pacientemente, mostrar às pessoas como responder de forma clara e com atenção a eventos e situações. Possuem uma riqueza de detalhes relevantes e percebem as conexões que os outros quase sempre não notam. São calmos e sem pressa. Pesquisadores meticulosos dedicam-se a buscar o melhor caminho da ação e atraem seguidores que apreciam a confiança paciente que eles portam com naturalidade.
Não procuram os holofotes, mas são empurrados para eles por seu séquito. Dentro da política, há dois presidentes dos EUA, cujo comportamento público sugere que eles possuem o “style”: Abraham Lincoln e Barrack Obama. Outros exemplos incluem Julie Roberts e Meryl Streep.
Importante é lembrar que psicologia não é horóscopo. Essa é uma análise SUPERFICIAL de dois tipos de liderança. Para saber a fundo, somente com um trabalho de análise individual.

Revista: psicologia

Pg. 80 

Poder da inteligência
 
Poder da inteligência de se valer de coisas que não existem para interferir nas coisas que existem: “Quem seria de nós sem o socorro das coisas que não existem. “Que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem?”, perguntava Paul Valéry. Pensar é a arte de brincar com coisas que não existem. Pensamentos são brinquedos inexistentes. Esse é o objetivo principal da escola: ensinar a pensar, ou seja, a brincar com símbolos, coisas que não existem. Infelizmente, na maioria dos casos, a escola não ensina a pensar. Dá informações e adestra os alunos para fazer exercícios. Aquilo a que vulgarmente se dá o nome de problema não é problema. É exercício. Aprender a resolver exercício não é aprender a pensar. É aprender a repetir receitas.

Autor: Rubem Alves
Livro: Variações sobre o prazer

Pg. 96

O ídolo e a Idolatria



“Um ídolo é antes de mais nada um objeto. Ele pode servir tanto para adoração quanto para destruição”. Gilberto Nunes

“Antes se precisava lutar, aprender algum instrumento, interpretar, cantar, construir... Hoje, basta mostrar a bunda num reality show. Pronto! Está feito ídolo”. Luis Branco

A idolatria em excesso pode tornar-se perigosa, como no caso histórico dos quase mil fiéis ao pastor Jim Jones, que em 1978 cometeram um suicídio em massa na Guiana Francesa graças à uma ordem do religioso.

Segundo pesquisa recente, a idolatria exacerbada é inerente ao ser humano, pois estamos sempre insatisfeitos com a própria vida e precisamos buscar algo mais. No caso de ídolos divinos ligados à religião. Já quando idolatramos alguém é porque gostaríamos de SER aquela tal pessoa e, aí, o caos está instalado. Nos idólatras, a mola propulsora é sua insatisfação pessoal, nos idolatrados é a busca insana por fama e fortuna. Isso explica o sucesso de reality shows e programas como American idol e Fama. Fato é que não há opressor se oprimido, assim como não há adorador sem objeto de adoração. Como Deus e o diabo um não existe sem o outro. E em todas as áreas há ídolos. Quer seja na profissional, cultural e até amorosa. O ser humano ainda precisa dos astros e das estrelas como símbolos de suas incertezas. Ele precisa adorar o firmamento, desejar aquilo que não alcança ou supõe não alcançar.
O século 21 vem se apresentando como um celeiro de ídolos diversificados. A juventude, principalmente é responsável pelo delírio que a fama causa. Basta ir a um show de quaisquer destes grupos teen para entender perfeitamente o que é a idolatria. Como num templo ou numa seita de fanáticos, se ouvem gritos, se observam pulos e até choros desesperados. Tudo para, se possível, tocar um leve segundo em seu ‘alvo’ adorado, mesmo que este não perceba. Muitos colecionadores, inclusive, começam essa atividade acumulando objetos de uso pessoal ou ligados a tais celebridades. Somos seres em escala evolutiva, mas alguns costumes não mudam. Adorar e cometer atos de violência parecem costumes tão atuais quanto primitivos. Olhar de forma mais transtornada, correr para ouvir um música ou vibrar exageradamente ao comemorar um ponto ou um gol são sintomas de idolatria.


Revista: Psicologia & vida



O CAMINHO QUE NÃO LEVA A NADA
 
Nas conversas de executivos nada é para ser jogado fora. Cada palavra vale dinheiro. Jogar conversa fora é uma brincadeira parecida com soprar bolhas de sabão. As bolhas de sabão são de curta duração, não podem ser guardadas. Mas são tão bonitas... Vão-se umas, sopram-se outras. Nietzsche e Alberto Caeiro faziam filosofia e poesia contemplando as crianças entretidas nessa brincadeira. Quando jogamos conversa fora, voltamos a ser crianças: sopramos palavras-bolhas que serão logo esquecidas. Pois é.
Imagens poéticas têm de ir lá no fundo da alma onde moram os esquecimentos. E, quando um desses esquecimentos acorda, a gente sente um estremeção no corpo. É isso que faz a poesia. Ela cata pedaços perdidos de nós.
Pois isso está acontecendo comigo agora. Estou sendo visitado por uma imagem emissária do meu passado. Ela me aparece, e me comovo. Se me comovo, é porque eu me pareço com ela.

Livro: Um céu numa flor silvestre
Autor: Rubem Alves

Pg.134/135


Espiritualidade: uma Virtude no trabalho
 
A força motora do profissional depende do equilíbrio de quatro pontos: o físico, o emocional, o ético e o espiritual. Se os três primeiros pontos já estão sendo amplamente abordados e trabalhados nas empresas, o lado espiritual está se tornando ainda mais uma necessidade crescente no contexto profissional, não mais considerado tabu dentro das empresas.
Conceitos como força interior,” ”energia virtual”, “equilíbrio,  imagens mentais e meditação” estão se tornando mais comuns dentro do cenário empresarial, abraçando um só princípio: a convicção de que o ser humano tem um enorme potencial de recursos a serem descobertos e utilizados.
Estudos e pesquisa sobre os efeitos da espiritualidade, nas suas diferentes manifestações, foram amplamente discutidos, demonstrando que as práticas espirituais têm uma enorme influência sobre o sistema nervoso que reage às pressões, permitindo à pessoa enfrentar os desafios mais complexos com sucesso e satisfação.
Graças à plasticidade do celebro, as práticas espirituais, exemplo, a meditação, as orações ou as técnicas de relaxamento, remodelam e reorganizam constantemente as células celebrais , melhorando suas habilidades, a capacidade de concentração e a memória. Assim há um aumento da resistência ao estresse, fortificando a clareza mental e a capacidade de tomar decisões.
Todas essas atividades fazem diminuir a ansiedade, mantêm a calma interior em todas as situações, e, conseqüentemente melhoram o desempenho profissional e os relacionamentos inter pessoais, conquistando assim, o foco nos objetivos e nos próprios valores.
As turbulências nos dias de hoje são tantas que os ajustes de direção são contínuos, e uma maior responsabilidade individual
é necessária em relação à consciência de si mesmo,daquilo que acontece ao redor, do que queremos e do equilíbrio entre, de um lado, planejar, organizar e fazer, e, do outro, refletir,pensar  e
sentir.
Assumindo a responsabilidade para lidar de forma equilibrada com as próprias forças e melhorando a autodisciplina pra a própria evolução, o ser humano transforma o mundo e cria novas realidades, domina as circunstâncias sem se opor  a elas e encara
 os problemas como oportunidades e não algo contra o qual tenha que lutar, de maneira que os acontecimentos e os fatos conflitantes sejam modificados por uma nova perspectiva de se ver e de sentir a existência.

Autor: Eduardo Shinyashiki, em Revista Psique , ano VI n.82 



OS OLHOS DA CRIANÇA
 
Os olhos dos adultos, havendo se enchido de saber, e havendo, portanto, perdido a capacidade de vê das crianças, olham sem nada ver (daí o seu tédio crônico) e ficam procurando cura para sua monotonia de ver em experiências místicas esquisitas, em visões de outros mundos, ou em experiências psicodélicas multicoloridas.
Pois eu lhe garanto que não existe visão de outro mundo que se compare, em beleza, à asa de uma borboleta. Quem o disse foi Cecília Meireles, poetisa. Os poetas são religiosos que não necessitam de religião porque os assombros deste mundo maravilhoso lhes são suficientes. Foi assim que ela pintou a cosmologia poética que seus olhos viam: “No mistério do Sem-Fim, / equilibra-se um planeta. / E, no planeta, um jardim, / e, no jardim, um canteiro: / e, n canteiro, uma violeta, / e sobre ela, o dia inteiro, / entre o planeta e o Sem-Fim, / a asa de uma borboleta”.

Livro: Coisas que dão alegria
Autor: Rubem Alves


Pg.25

MENTE CRIATIVA EM AÇÃO
 
Ter boas idéias é cada vez mais necessidade – no mercado de trabalho, qualquer que seja a área profissional, e na vida pessoal. Embora durante muito tempo essa capacidade tenha sido considerada uma espécie de dom de uma seleta minoria, hoje se sabe que é possível cultivar processos mentais – como a tomada de decisão, a linguagem e a memória, que todos possuímos – que ajudam a exercitar e expandir nosso potencial para encontrar soluções para os mais diversos problemas
Há técnicas que ajudam a mudar a maneira preestabelecida de ver o mundo e fazem aflorar processos inconscientes de pensamento, capazes de favorecer a CLAREZA mental.
Pensar a longo prazo pode trazer bons resultados: aqueles que se projetam em um futuro distante tendem a resolver problemas com mais facilidade em comparação aos que se imaginaram no dia seguinte.
Curiosidade, pessoas que “inventam” sanduíches com combinações pouco convencionais nos testes também oferecem respostas mais inusitadas para questões abertas.
Novas percepções podem surgir da observação de propriedades aparentemente óbvias dos objetos, como forma e tamanho; o segredo é olhá-los como se os víssemos pela primeira vez.

Revista: Mente cérebro 


LEVAR EM CONTA NOSSAS NECESSIDADES PSICOLÓGICAS DE MANEIRA SATISFATÓRIA
 
A condição de nosso bem-estar é a maneira como respondemos ás nossa necessidades psicológicas. Precisamos ser tranqüilizados, amar e ser amados, ter reconhecimento, afirmar-nos, realizar-nos...
“Nem só de pão vive o homem”, disse Jesus. É um aspecto inerente à natureza humana. O melhor a fazer é aceitar este fato e agir conforme ele. Isto é tão importante que, mesmo quando queremos cuidar dos outros, é preciso antes ter cuidado de nós mesmos. A mãe que amamenta seu bebê deve se preocupar com sua saúde antes de se preocupar com a de seu filho para, assim, dar-lhe um leite rico que o faça crescer de forma sadia.
Infelizmente, nem sempre sabemos levar adiante a filosofia positiva que consiste em saber cuidar bem de si mesmo a fim de poder realmente proporcionar aos outros acompanhamento, ajuda e apoio eficazes.
Levar a vida com satisfação alimentando nossas necessidades psicológicas significa:
• Aceitar o fato de que devemos respeitar nossa natureza humana. Negar nossas necessidades psicológicas seria tão aberrante quanto negar nossa necessidade de comer, beber, dormir... É um ato suicida. 
• Reconhecer que somos incapazes de nos virarmos sozinhos. Os outros sempre trazem uma parte da resposta ás nossas necessidades.
• Vivenciar a experiência da satisfação. Trata-se de reconhecer, sentir e aproveitar o prazer decorrente da necessidade satisfeita.

Livro: Viver bem aqui e agora

Autor: Olivier Nunge / Simone Mortera

Eficiência Já
 
•conheça dicas de especialista para driblar alguns dos comportamentos que mais corroem seu precioso tempo.

Do que precisa para atingir um objetivo? Você pode responder que necessita de força de vontade, de conhecimento, de dinheiro. Mas certamente ter tempo é fundamental. Para a psicóloga Marciliana Correa, no entanto, a ajuda do relógio nem sempre é tão importante, já que prazos longos são cada vez mais raros mesmo. “O melhor é aprender métodos para driblar os desperdiçadores de tempo, que são comportamentos que prejudicam o desempenho”, explica.
Marciliana, que é especialista em consultoria e treinamentos em gestão de profissionais, afirma que existem alguns hábitos que só atrapalham e fazem com que as pessoas não consigam organizar o (pouco) tempo que têm para executar suas (muitas) tarefas.
Aqui ao lado você vai conhecer algumas dessas “armadilhas” e aprender algumas técnicas que podem ajudá-lo a driblar esses maus comportamentos, para mudar seu modo de pensar e se comportar de maneira mais eficiente e produtiva.

Autor: Julliane Silveira

Revista: Galileu pg.16 


Sobre a homossexualidade - uma visão religiosa

 
São três as orientações pastorais das igrejas cristãs com relação à homossexualidade.
Primeira- Sob hipótese alguma ter uma atitude preconceituosa e discriminatória em relação aos homossexuais. São pessoas carentes de respeito e amor.
Segunda- Não devemos considerar os homossexuais mais pecadores do que os que estão dentro da igreja, que são mentirosos, maldizentes, injustos, como bem classificou o Apóstolo Paulo.(1Co 6,9-10). A Igreja tem a tendência de considerar o adúltero mais aceitável que um homossexual
Terceira- Por outro lado, não devemos deixar de dizer ao pecador, seja ele homossexual ou não que “o salário do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”(Rm 6,23), abordando a graça de Deus para com todos os pecadores. A homossexualidade é, em muitos casos, uma tendência de ordem orgânica e/ou emocional, e como tal deve ser considerada. A igreja pode e deve contribuir para a reversão desta tendência, quando desejada pelo interessado, por ser ela contrária ao padrão bíblico cristão da moral.

Revista : ULTIMATO n. 343 julho-agosto de 2013 – pag.17


A BELEZA SALVARÁ O MUNDO
 
Fiódor Dostoiévski (1821-1881), um novelista, contista e ensaísta russo, é considerado um dos maiores literatos de todos os tempos. Suas obras exploram a psicologia humana no contexto da conturbada atmosfera política, social e religiosa da Rússia do século 19. as mais famosas dentre elas são Crime e Castigo, O idiota e Os Irmãos Karamazóv. Um personagem da novela O idiota (1869) diz as palavras que se tornaram célebres: “A beleza salvará o mundo”. Desde então, diferentes pensadores têm discutido o significado dessa intrigante afirmação acerca do belo e da arte que tem recebido variadas interpretações.
Muitos entendem essa expressão em termos da beleza do amor, da generosidade, da solidariedade, ou então a beleza de uma causa nobre, de um ideal pelo qual valeria a pena viver e morrer.
Para os cristãos, a expressão de Dostoievski aponta em duas direções. Em primeiro lugar, para o fato de que Deus mesmo, em sua graça, santidade e glória, é a expressão suprema do belo, do bom e do verdadeiro (ver Sl 27.4;29.2;96.9). somente nele, em conexão com ele, pode existir qualquer outra beleza genuína.
O reconhecimento do poder atrativo e transformador do belo deveria levar os cristãos a valorizarem a arte.

Autor: Alderi Souza de Matos
Revista: Ultimato
Pg. 52/53



EU, UM OUTRO
 
O título Eu, um outro remete ao famoso verso do poeta francês Arthur Rimbaud: “Eu é um outro”. A constatação da distância de si mesmo não é necessariamente dolorosa, mas principalmente lírica e filosófica. A cada passo, o autor húngaro Imre Kertész se encontra para perder-se imediatamente depois. Perder-se para o mundo do qual nunca fez parte. Perder-se para a vida cujos caminhos não consegue endireitar.
O próprio Eu se modifica com o tempo e com o caminhar sem direção precisa. As urgências cotidianas servem à constatação da desestruturação da realidade. Nada parece estar no lugar, nada parece fazer sentido. Vive-se, e isso é o que importa. A história se confunde com a autobiografia para tentar reformular o mundo. Apesar de tudo, a esperança sustenta cada linha.
A voz desse narrador que viveu os horrores do nazismo dentro de um campo de concentração prega o amor entre os seres humanos, o amor aos detalhes de um mundo árido. Sua humanidade é de uma riqueza que a vida contemporânea parece ter esquecido ou desconsiderado. Cada coisa tem seu lugar, assim como cada raciocínio tem sua função. Mas, ao final da viagem, o Eu nunca é o mesmo.

Livro: Eu, um outro
Autor: Imre kertész



Conhece-te a ti mesmo
 
A sentença convence-nos de que o homem tem condições de visitar
o templo da alma, de percorrer suas salas como se estivesse em um museu, assim podendo, no final desta inspiração, decifrar os próprios mistérios, o tumulto das suas emoções e os sentimentos que leva encarcerados no peito.
A frase é “Conhece-te a ti mesmo”. Viagem necessária e dolorosa. É o que diz a escritora, um templo da alma, um museu tumultuado de emoções e sentimentos. Um recordar para perceber o que ficou pelo caminho por decisão ou imposição. Somos o que resolveram por nós ou o que ousamos ser? Agimos embalados por emoções precárias que nos garantam algum aplauso ou intrigamo-nos com a descoberta da verdade que se esconde dento de nós com porta cerrada aos apressados?
Amigo, um medo contemporâneo que me instiga muito é o medo que temos de nos conhecer. Agimos por impulso para que a ação não seja filha da reflexão até porque a reflexão nos impede de muitos mimos de que não queremos abrir mão. Fazemos o que nos torna menores por preguiça de nos elevarmos ao nosso devido lugar. A nós compete essa posição. O convite é para o melhor lugar possível e mesmo assim nos emporcalhamos de quinquilharias por medo da frase: conhece-te a ti mesmo.
É interessante como as pessoas não têm tempo para ficar sozinhas. Vivemos em uma sociedade barulhenta. Mesmo quem vive só, quando entra em casa acessa todo tipo de barulho. A televisão, o som, o computador, o telefone, os problemas que não encontram tempo de decantação para que se resolvam. A carência faz com que falemos de tudo com todo mundo e pensemos em nada sobre o que temos de decidir. E decidimos em busca do aplauso alheio e não como uma resolução de quem visita o templo da alma, o museu das emoções.
È o passado ou o futuro eu nos traz mais medo? O passado com seus esconderijos. Pessoas que machucamos, vitórias indignas que comemoramos; temer o passado é não perdoar a nossa imaturidade quando das escolhas erradas. A palavra depois de pronunciada, não mais nós pertence, pertence a nós a decisão de pedir perdão.
O medo do futuro também é obstáculo para a alto reflexão. Tememos o amanhã como um monstro que poderá destruir o que os amos. Cada parte do que somos será consumida pelo tempo implacável e por isso não pensamos no futuro.
O melhor é viver e não pensar, dizem alguns. Ora, não há como viver sem pensar. É o futuro que rega o florescer do presente. E cada um percebe em seu tempo o tempo de desabrochar.

Livro: Carta entre amigos
Autores: Fábio de Melo
              Gabriel Chalita
              Pg. 93-96 


O MENINO E O ESPELHO (FILME)
 
Will Browning é um estudante do sétimo ano que está cada vez pior na sala de aula. Seu pai lhe diz que se não melhorar em breve, passará todo o verão em Sparticus, um acampamento que irá ajudá-lo a aprender. Para compensar o ano, ele ordena um projeto científico de uma organização chamado “Ocean Pups”.
Dois cientistas, Victor e Conrad, trabalham lá e querem sair para trabalhar num “real” laboratório. Quando eles descobrem que Will ordena o kit, eles decidem investigar e observar para que ele está usando isso.
Enquanto está trabalhando, Will acidentalmente se clona depois de agitar a água com seu pente. Enquanto o clone lê o livro de ciências de Will, rapidamente aprende o assunto, e então decide envia-lo para o projeto de ciências em vez do que estava fazendo. Quando o clone ( chamado Dewey, no Brasil Tu e Eu) vai para a escola, não age exatamente como o original. Dewey tem melhores qualidades, pois é muito esperto que Will. Quando a família vai visitar a avô, que nunca conversa com ninguém, Dewey pergunta se ele guarda velhas mágoas de vida. O avô responde “Hoje não.” Eles conversam por um longo tempo. Quando Dewey conte a Will sobre a escola e o avô, começa a faltar na escola e com seus amigos. Um dia, fica com ciúmes de Dewey e decide ir à escola. Quando chega lá, vê que agora tem uma grande reputação. Sua namorada pergunta se gostaria de ir ao baile e nervosamente responde que sim. Victor e Conrad ficam de olho na casa de Will e se enganam quando Dewey está indo para o baile. Enquanto o verdadeiro Will os espia, descobre que seu clone tem apenas algumas horas antes de derreter. Então pega uma fórmula para evitar a fusão e os cientistas confundirem-no com Deey.

Will Browning

“O homem e o menino”, Fernando Sabino

 

“QUANDO eu era menino, os mais velhos perguntavam:

- O que você quer ser quando crescer?

Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino.”



Desde criança ele já achava que a verdade está muito além da realidade. Nossos sentidos são fracos e deficientes de pouco alcance: os olhos deviam enxergar mil quilômetros e ver através das paredes: os ouvidos deviam ouvir alem da barreira do som.

Assim acontece com o menino no espelho, que reflete a experiência de infância do autor. Adotou ele um critério inverso ao usual: em vez de conceder um romance com elementos da realidade em termos de ficção, reviveu todas as suas fantasias infantis como se fossem realidade. Recriou literariamente os sonhos de infância para descobrir que, no fundo, ainda era aquele menino.

Um amigo seu, depois de ler o livro, sugeriu que se fundasse uma Associação de Ex-Meninos, cuja finalidade seria a de exercer todas aquelas importantíssimas funções a que se dedicavam na infância: jogar botão, bola de gude e pião, brincar de pegador, trocar figurinhas. Fernando Sabino admite que existem coisas mais sérias a tratar, mas acredita dentro de nós, haveria mais paz no mundo e mais alegria entre os homens.



Livro: O menino no espelho

Autor: Fernando Sabino
 

O MUNDO INFANTIL


É divertido uma criança brincando. As crianças vivem em seu mudinho próprio e o vêem cm algo sério, dotado de muito sentido. Sorrimos para elas. As crianças conseguem aceitar nossos sorrisos. Se zombamos delas, porém, elas fogem de nós e não hesitam em se esconder. Como adultos, há muito perdemos a chave que abre as portas da beleza desse mundo infantil. Podemos observá-lo à distância, sentir a alegria e a atmosfera de aventura que fluem tão espontaneamente da imaginação da criança, mas já não podemos entrar nesse mundo. Nós o perdemos para sempre. Já estivemos nele um dia, mas, ao longo do caminho da vida, perdemos a chave para abrir as portas desse mundo.
Poderíamos ser tentados a considerar o mundo da criança como um mundo de faz-de-conta. Mas seria um erro. É faz-de-conta para nós, nada tem de fantasia para a criança.
Quando examinamos a vida dos santos, deparamos esse mesmo fenômeno. A vida deles parece quase ficção, faz-de-conta, e não realidade. Dizemos que são sonhadores. Ou psicóticos. Atribuímos a eles uma série de nomes, pois somos incapazes de perceber o significado ou a relevância de suas ações para nosso mundo de faz-de-conta. Fazemos estátuas de São Francisco e rezamos sua Oração pela Paz. Nosso mundo assustado se apega desesperadamente à sua lembrança, numa frenética tentativa de proteger o meio ambiente da poluição; mas não o levamos a sério. Apenas o adotamos como animal de estimação ou mascote, sem entender o verdadeiro sentido de sua vida.

Autor: G.K.CHESTERTON
Livro: São Francisco de Assis e São Tomás de Aquino Pg. 9

Educação para quê?
 
A educação é fundamental para o desenvolvimento econômico, e que o país precisa de escolas melhores para crescer. Mas toda formulação macro depende de uma explicação micro, que apresente a lógica no nível do individuo. Ninguém vai à escola porque quer que seu país se desenvolva, nem mesmo para ter uma carreira melhor no futuro – uma criança de 7 anos não faz projeções de prazo tão longo nem, quando mais crescida, permanece em uma escola chat e frustrante. Pessoalmente, estou com Michelangelo. Acho que a boa escola, o bom professor, liberta o aluno e faz com que ele possa desenvolver suas potencialidades e sonhos até os limites impostos pelo ambiente. Deixe-me elaborar.
Todos nascemos com um nível de inteligência geral (que a pesquisa chama de “g”) cujo potencial é definido por nossos genes e posteriormente moldado por fatores do ambiente a que somos expostos (há uma enorme discussão acadêmica sobre quais os pesos da genética e de fatores ambientais na inteligência final do adulto. Não sou competente para resumir essa literatura aqui, mas há um consenso de que não se pode entender a inteligência humana sem levar em consideração tanto fatos genéticos quanto ambientais e a interação entre eles). Alguns de nós (ou todos nós, se você acredita em Paulo Coelho) nascemos com talentos não relacionados com a inteligência tradicional (lógico-dedutiva), como o talento musical, esportivo, interpessoal, comunicativo e outros.
A combinação dos fatores genéticos com um ambiente ideal, estimulante, traça o limite para o progresso de cada pessoa ao longo de sua vida.

Revista VEJA pg. 105


O AMOR

Este velho desconhecido...

 

Podemos amar milhares de vezes ao longo da vida e cada vez mais. Mas, para isso, temos de aprender a ficar sozinhos. Contraditório? Nem tanto... Sem essa que amor é uma coisa e paixão é outra. É preciso estar apaixonado para amar e fazer as coisas sem paixão é a mesma coisa que beber água sem estar com sede. Se você se sente vazio ou apático antes de começar m relacionamento, é assim que você ficará durante tal relacionamento.



A História da Paixão

A paixão de há muito anda esquecida. Atualmente as pessoas caçoam dos séculos 18 e 19 quando famílias almejavam relacionamentos para seus filhos, como se as coisas hoje em dia estivessem muito diferentes. Mulheres das mais variadas idades consideram o casamento, uma espécie de contrato, homens consideram que mulheres ainda são para cuidar de casa e filhos e as famílias assinam embaixo. Eles chamam essa prostituição institucionalizada de “amor”.

Por outro lado, mais e mais adolescentes ficam grávidas, a juventude AINDA contraindo HIV, como se não houvesse contraceptivos e orientação sexual suficiente. Acabam criando filhos, sozinhas ou vivenciando uniões sem nenhum propósito, senão pelo simples fato de ter feito um filho. Resumindo: homens precisam ser ricos e mulheres, belas e de preferência sem muita educação e inteligência, pois assim tornam-se excelentes empregadas conjugais, enquanto que o macho bom provedor vive a sua vidinha sacrificante de puro estresse e futebol de fim de semana. Ou isso ou que tal um “romance” obsessivo?



O Amor

Se apaixonar é muito gostoso. Damos o melhor de nós mesmos, o que nós faz mais charmosos, inteligente e carinhosos. Um beijo é “O beijo” e somos capazes de passar horas e horas conversando sobre absolutamente nada. É tudo tão perfeito, tão delineado... Os amigos invejam silenciosamente... Depois de um tempo tudo torna-se morno e passa a se chamar “relação”, não é isso? E somos arremessados no duro e sujo solo da realidade. O que está acontecendo é a divisão de nossa tão tranqüila vidinha solitária com outrem. Estamos compartilhando e tínhamos até esquecido como se faz isso... Um dia, chega a inevitável questão: “Fiz a escolha certa?” Logo a seguir nos deparamos com: “Mas ele não era assim”. “Ela me enganou” “Ele me deixava tão segura” “Ela era tão carinhosa” “Ele é muito agressivo”, “Ela mente muito”, “Nos amávamos, mas não nos entendíamos”. Sim.

Revista: Psicologia & Vida

Pg. 26/27


ALEGRIA E TRISTEZA

 
Freud disse que são duas as fomes que moram no corpo. A primeira é a fome de conhecer o mundo em que vivemos. Queremos conhecer o mundo para sobreviver. Se não tivéssemos conhecimento do mundo à nossa volta saltaríamos pelas janelas dos edifícios, ignorando a força de gravidade, e colocaríamos a mão no fogo, por não saber que o fogo queima.
A segunda é a fome do prazer. Tudo o que vive busca o prazer. O melhor exemplo dessa fome é o desejo do prazer sexual. Temos fome de sexo porque é gostoso. Se não fosse gostoso, ninguém o procuraria e, como consequência, a raça humana acabaria. O desejo do prazer seduz.
Gostaria de poder ter tido uma conversinha com ele sobre as fomes, porque acredito que há uma terceira: a fome de alegria.
Antigamente eu pensava que prazer e alegria eram a mesma coisa. Não são. É possível ter um prazer triste. A amante de Tomás, de A insustentável leveza do ser, se lamentava: “Não quero prazer, quero alegria!”.
As diferenças. Para haver prazer, é preciso primeiro que haja um objeto que dê prazer: um caqui, uma taça de vinho, uma pessoa a quem beijar. Mas a fome de prazer logo se satisfaz. Quantos caquis conseguimos comer? Quantas taças de vinho conseguimos beber? Quantos beijos conseguimos suportar? Chega um momento em que se diz: “Não quero mais. Não tenho mais fome de prazer...”.
A fome de alegria é diferente. Primeiro, ela não precisa de um objeto. Por vezes, basta uma memória. Fico alegre só de pensar num momento de felicidade que já passou. E, em segundo lugar, a fome de alegria jamais diz “chega de alegria.não quero mais...”. A fome de alegria é insaciável.
Bernardo Soares disse que não vemos o que vemos; vemos o que somos. Se estamos alegres, nossa alegria se projeta sobre o mundo e ele fica alegre, brincalhão. Acho que Alberto Caeiro estava alegre ao escrever este poema: “As bolas de sabão que esta criança se entretém a largar de um palhinha são translucidamente uma filosofia toda. Claras, inúteis, passageiras, amigas dos olhos, são aquilo que são... algumas mal se veem no ar lúcido. São como a brisa que passa... E que só sabemos que passa porque qualquer cousa se aligeira em nós...”.
A alegria não é um estado constante – bolas de sabão. Ela acontece, subitamente. Guimarães Rosa disse que a alegria, só em raros momentos de distração. Não se sabe o que fazer para produzi-la. Mas basta que ela brilhe de vez em quando para que o mundo fique leve e luminoso. Quando se tem a alegria, a gente diz: “Por esse momento de alegria, valeu a pena o universo ter sido criado”.

Autor:  Rubem Alves
Livro: Pimentas
Pg. 29/30
 


Ansiedade e Carreira

         Vivemos a cultura do consumo e do imediatismo, graças à era da informática e na internet. Não por acaso são freqüentes os profissionais que se ocupam em mudar de emprego com rapidez, em busca, principalmente, de melhores salários.
         De acordo com Robert Half, empresa de recrutamento de recursos humanos, o mercado aquecido é situação perfeita para quem é competente e almeja um novo emprego, desde que sejam tomados certos cuidados. E o principal deles se refere à ansiedade em conquistar um lugar ao sol. A dica vale especialmente para a geração Y, afoita por uma rápida ascensão profissional e, normalmente, pouco preocupada com a constante mudança de empregos. Ficar seis meses em cada companhia pode até ser desafiador do ponto de vista pessoal, mas compromete a imagem do profissional junto ao mercado. Por isso, é importante analisar as propostas com serenidade e encarar a troca de trabalho com uma decisão estratégica, com consequências em longo prazo.
         Nesse sentido, vale ressaltar que a remuneração é apenas mais um dos fatores, e não o principal que pesam nessa decisão. Mudar de emprego de olho apenas em um salário mais gordo é um erro comum entre jovens profissionais. Hoje em dia, na hora da contratação, as companhias levam em consideração não apenas a expertise do candidato, mas também a forma como foi conduzida sua carreira.

Revista: Psique 
Ano VI nº 84   pág. 30



O homem e o império da subjetividade
           
Desmistificar as tradições e invenções do homem é matá-lo. O homem não pode ser estudado como objeto de si mesmo sem desaparecer. O homem, portanto, não pode ser medido por padrões alheios a ele e sua realidade subjetiva é irredutível a qualquer sistema de avaliação ou medida. Desse ponto de vista a transferência não é uma prisão ao passado, mas a forma como experiências passadas estruturaram a percepção do sujeito não é um filtro que distorce e, sim, uma maneira de construir, e sua resolução consiste no conhecimento de sua inevitabilidade e não na sua neutralização. Não é possível libertar o homem das fantasias para que ele sem distorções e ilusões mergulhe na realidade dos fatos simplesmente porque essa ultima não existe. O analista não é padrão de realidade e suas tradições são tão estruturadoras de verdade e realidade como qualquer outra e, portanto não têm precedência sobre nenhuma outra. Não existe superioridade hierárquica entre o saber do analista e o saber do paciente (Aulagnier, 1979, 1985). A subjetividade do analista é tão subjetiva quanto a do paciente. Assim co mo o paciente, o analista está sempre se reinventando e vivendo de tradições que são repositórios de invenções articuladas.

REVISTA PSIQUE - ano VI n.82 pag.47.



A Violência velada: a tipificação do assédio moral

  
O termo “assédio moral” dimensionou sua incidência nas relações de trabalho deixou de lado o mesmo assédio no âmbito da família, e de outras violências perversas de cotidiano. Entretanto, existem procedimentos de perversidade e de assédio em todas as situações e ambientes. Essas ocorrências de violências morais e veladas não são fenômenos novos. Elas surgiram juntas com as relações humanas e fazem parte da perversidade humana. Tão comum e entranhada em nossa sociedade a violência moral e velada, em conjunto com a agressão física explícita, adquirem crescentes projeções no mundo atual.
Todavia a agressão física explícita nem sempre está presente nas situações de violência moral e velada. Ao contrário, as agressões estão encobertas por vivências de humilhações, opressões, constrangimentos, rejeições, inversão de fatos e valores, provas falsas forjadas, manipulações da opinião pública, e ataques pessoais e na competência profissional do assediado.
Conceitualmente, consideramos assédio moral “toda e qualquer conduta que caracteriza comportamento abusivo de forma freqüente e intencional, através de atitudes, gestos, palavras ou escritos com propósito de ferir a integridade física ou psíquica de uma pessoa e, que provoca sua desestabilização emocional, moral, social e profissional”.
Não adianta ao assediado colocar distância física. Ele deve ser capaz de aprender a colocar distância emocional. E entender que ele não é culpado por ter se deixado capturar. Deve procurar ajuda com profissionais experientes quando perceber que entrou nesse tipo de jogo.
O importante é não viver isolado remoendo o sofrimento. Bola para frente e aprenda que nem sempre se joga com adversários que seguem as regras...

Autor: Ricardo Borges Lucas – psicólogo Clínico

Revista: Phocus + Ano 2 n°5 - 2012