MEUS POEMAS



MEU NOME É MULHER

Me chamaram Lucy, Eva, Maria.
Que importa o nome próprio
Por outros dado a mim no tempo.
Meu nome é mulher como me chamou
Meu criador com a missão recebida.

Estou feliz porque faço a felicidade
De todos por tudo que sou e represento.
Tenho em mim a delicadeza e o perfume
Das flores, a força e a determinação
Que a vida de mim brotada tem.

Como a água, sou usada e represada
Para irrigar as plantas humanas.
Fui fechada nos limites da casa familiar
Com a missão de economia doméstica,
Limitando minhas ambições, meus sonhos.

Vivi à sombra nos umbrais domésticos
Acumulando energias para a renovação
De um mundo machista e solitário.
E quando senti chegada minha hora e vez
Eis-me a serviço de nova sociedade.

Onde pulsa a vida e a necessidade
Do trabalho com eficiência e amor
Ali é meu lugar, renovando quadros,
Levando seriedade, dedicação e fé,
Servindo e dignificando as profissões.

Meu nome é mulher, frágil pela
Emoção, forte pela determinação,
Guerreira da honra e honestidade
Crente em Deus e na força do bem,
Amada e respeitada pelo que sou.

Meu reino é a família, mas a vaidade
Me acompanha, é meu feitio divino.
Deus me deu a beleza e o encanto
Que trago sempre desde que sonhei
com a igualdade de oportunidades

                 Paulo Motta.            
 

O CANTO DO SABIÁ
Há um sabiá que canta ainda de madrugada,
e me acorda fazendo-me levantar só para ouvir,
e então começo a cantarolar seu gorjeio, amo-o.
A música no canto dos pássaros é tão diversa,
é o jeito mais puro de entender a vida que é alegre,
programada a cada dia, com as razões de viver.
Á tarde, de novo canta o meu sabiá, num galho
que não vejo. Seu canto nostálgico, triste, mas forte,
demonstra a beleza da jornada que passou.
Ao por do sol seu último canto põe no coração
dos ouvintes um estado de espírito inexplicável.
Os pássaros sentem emoção, por isso cantam.
E o sabiá é tipicamente brasileiro, sentimental.
Sua cor é de uma modernidade reconhecida,
tais os tons degradês nele existentes, são belos.
Seu porte esbelto e ligeiro não gosta de fotos.
Preso na gaiola é um pecado, não merecia.
Seu cativeiro é triste para ele e para nós, não
canta como livre, com sua companheira saudosa.
Cantado por poetas célebres e decantados
são os versos, decorados e declamados com pompa.
É comparável ao rouxinol europeu, mas, modéstia
à parte o sabiá ganha de goleada do parceiro, com certeza.
Meu sabiá de minha infância feliz e marota
Ainda me lembras como gostava de te ouvir,
talvez porque me dizias que também eu deveria
voar para cantar meus cantos noutros galhos
que não os da minha família onde nasci e cresci...
Paulo Motta


O  Eu o Tu

Faz silêncio e ouvirás.
Fecha os olhos e verás.
O silêncio não é solidão
vazia, triste de ansiedade.
No silêncio das noites
brilham tantas estrelas
mostrando outros mundos
de sonhos e imaginações.
O silêncio das matas
é a conversa do vento
com as notícias do mundo
inefável, mas consciente.
O silêncio dos lagos fala
da necessidade de descanso
das águas das cachoeiras
e dos rios tão apressados
em chegar ao mar inquieto.
O teu silêncio é o caminho
para te encontrares contigo,
e preservar a unidade do ser.
Só o silêncio pode conter
o infinito por completo: Deus.
No silêncio encontrarás
a presença do Tu contigo,
a satisfação de um desejo
de uma busca recíproca
quase sempre retardada.
         Paulo Motta
  


O  PLANETA TERRA




Envolvido no líquido amniótico dos mares
contém o feto que nascerá para a eternidade:
a humanidade criada à imagem do Criador.
Vista à distância e melhor divisada, é toda azul
da cor do céu, atmosfera da vida existente.

Na obscuridade do universo ela é encantadora,
envolta em brancos véus de nuvens dançantes
mais parece uma jóia rara no escuro universo,
cuja presença esconde curioso mistério de luz
vinda de espaços estelares tornando-a colorida.  

Os continentes são as embarcações flutuantes
entre oceanos profundos, gigantescos criatórios
da vida animal aquática onde reinam os tubarões
e as baleias que se alimentam da grande quantidade
de peixes menores indefesos e distraídos a nadar.

O planeta terra é sem dúvida o jardim de Deus
que desde a criação passeia por ele à procura
do homem,sua criatura predileta, com quem
dialoga, ensinando a viver na extensão do planeta.

Encantado com seu jardim o encheu de pássaros
cantantes e flores de beleza trazida do céu, pois
que em seus desígnios, seu Filho Unigênito viria
aqui plantar sua tenda e entre os humildes morar.

Desde então seu coração aberto pela lança cruel
é fonte de misericórdia, pulso deste mundo,
vértice do universo, caminho e luz no horizonte
do destino da criatura humana ungida em seu sangue.
                                                                                                                  Paulo Motta


O DOM DE SI
 


      As borboletas e os colibris 
adejam as belas flores

               à busca do que nelas encontram

 e as flores nada perdem

              de sua beleza e de seu perfume.

   A vida é muito rica não só

          para as flores, mas para todas

         as criaturas do nosso planeta

      que vivem da reciprocidade

                    de seus dons com outros partilhados.



                                                                     Paulo Motta





MULHER




Mulher pensa com o coração

vence pela emoção

transmite com o olhar

tem alma de criança

se comove com a dor alheia

sonha com o amor

vive servindo e sorrindo

tem a ternura na alma

vive a beleza

perfuma o lar

acomoda a casa.

Sua fragilidade é sua força.

Muda de opinião como muda de roupa

porque é criativa e sensível.

Companheira do homem

conquista dele o coração.

Que mais? Quem a entende

terá encontrado seu tesouro.


Paulo Motta




NOSSO BARRACO




Quanta saudade e grande emoção

ao me lembrar de um tempo de minha vida.

Tu eras um cômodo feito de material de forro,

dormia ali em companhia de outro colega.



Éramos filósofos, ele de formação, eu de vida.

Parecíamos uns foragidos e éramos de fato,

saídos do seminário. Foi o que conseguimos.

Moradia de candangos intelectuais resignados.



O importante era viver, melhor, descansar.

Riamos de nós mesmos com tanta comodidade...

Chão de barro cobertura de lona, fossa, água,

numa mangueira. Há que saudade das colunatas



do seminário... mas havia poesia. Barracão é bangalô!

Os sonhos. Cachorro sem dono farejando lado de fora.

O tempo passa depressa, viria o primeiro salário.

Estávamos em Brasília, Asa Norte, proibidas as construções.



Desejamos sair à noite, olhar o céu e as luzes da cidade.

Apesar de dois marmanjos tínhamos medo de sair.

Nossa boa sorte é que ninguém sabia nosso

endereço, nem os Correios que são tão eficientes.



Mas nem tudo era uma espécie de presídio

voluntário. Havia batuques alegres, gente feliz,

em situação idêntica, mas havia lá um violão.

Ó vida como és robusta e te adaptas a todo lugar



e te contentas com tão pouco e és mais feliz quando

o pouco te liberta para os altos vôos do pensar

e admiras o mundo das flores, das árvores, do vento,

libertando a criança interior que vive no adulto

que tem saudades do futuro e olha tudo com admiração.



Paulo Motta





O sal, o sol, o sul

 

Palavras e sons tão semelhantes.

Quantas idéias se escondem em cada uma;

sal do mar, retirado para tempero,

para preservar as coisas e a própria vida.

Jesus ensinou: somos o sal da sabedoria

e da verdade divina para a vida do mundo.

O sal possui mais utilidades e benefícios

do que se imagina. Todos os animais dele

precisam para sua vida. Faz parte do receituário.

O sal foi símbolo de destruição como

em Sodoma e Gomorra e nas cidades antigas

destruídas, para não renascerem.

Mas no mar onde se imagina ter origem

a vida, é seu depósito diluído na água



“Esfera reluzente, ardendo em volúpias

de fogo sobre o espaço humano”,

o sol, é a luz, o centro de gravidade.

A palavra é pobre para dizer toda grandeza,

de uma estrela,origem do nosso planeta.

A sua ausência é o escuro da noite,

seu retorno é o dia, a alegria, a vida.

Gira a terra para que todos os povos

possam conviver com o sol e gozar

os benefícios dessa estrela nossa de cada dia.

Foi tido como deus pelos povos antigos

tal o seu significado para nosso mundo

.

O sul é uma realidade, lugar e espaço

que se contrapõe ao norte, caracterizado

por diferenças misteriosas e sagradas

sob o égide do sol e aos movimentos

 do planeta terra, acelerador, cheio

de significados para as vivências humanas

 bem caracterizadas e diferenciadas.

O espaço se faz tempo e o tempo se faz vida.

O sul juntamente com o norte constituem

as balizas do planeta terra que se completam

com o leste e oeste, compondo uma cruz

imaginária, tão grata aos corações cristãos.



Paulo Motta





ROTINA


Passo todos os dias

pelos mesmos caminhos.

Vejo as mesmas coisa

mas não do mesmo modo.

Mudam meus olhos ou mudam o objetos?

Que assombro vendo diferenças

em coisas já vistas.

Não terei observado bem
ou há mais no Já visto?
As mudanças estão em mim
que não sou o mesmo a cada dia?
As coisas não são águas
que correm do ao mar,
águas passadas e o rio correndo.
Onde a semelhança?
Tudo muda, disse o filósofo,
mas muda em mim que vejo
ou mudam os objetos que vejo
eis a questão. Mas isso é demais...
                                                   Paulo Motta
 

 NATAL


Natal das crianças, natal do menino Jesus.

natal do papai Noel velhinho todo vermelho

de barbas e saco às costas com presentes.

Natal da missa do galo para os cristãos.

 Natal de músicas e festas e presentes

dados às crianças e trocados entre amigos.

Quando começou esse natal que eu só

vim a conhecer aos doze anos, no seminário.



Com a visão de um presépio pequeno e rústico 
  e à noite com a representação do “Ultimo Natal”...
E eu morava numa estação de estrada de ferro
onde as notícia chegavam trazidas por viajantes.
Então, o natal era assunto das cidades, ao tempo
em que os meios de comunicação social
 estavam começando a se difundir pelo rádio.
Mas nas aldeias de colonos estrangeiros
esse dia místico era conhecido e celebrado.

As crianças que não viveram as alegrias
do natal em família e na sociedade perderam
o encantamento de sua idade, sem poder
recuperar ao longo de suas vidas, porque
Natal só tem significado com a presença
 das crianças, com a Criança que trouxe
para elas o conto do seu nascimento, festejado
por anjos, estrelas, pastores e carneirinhos,
reis e camelos vindos com presentes do Oriente.

Estranho é que cristãos adultos não repassem
aos seus filhos pequenos a história mais linda
de uma noite estrelada quando Deus quis
ser criança para brincar e ensinar a todos
que o céu é das crianças e daqueles que
gostam delas e vivem na simplicidade como elas.

Paulo Motta
             
A criação nos sonhos do homem
 
A natureza é linda e foi criada para que o homem cantasse o seu
encantamento em poesia.
            E o que o homem construiu foi visto pelo Criador com alegria,
pela criatividade do seu filho.
            O ar e o mar, um através do vento o outro pelo bramido das ondas
não se calam e cantam.
            A abóbada celeste emoldura o quadro da criação em azul tisnado
do branco das nuvens.
            O firmamento ao ver o pequeno planeta azul cheio de vida e de
paisagens, brilha às noites,
            se mostrando no emaranhado de suas constelações de fogo luminoso
aos olhares humanos.
            Urge buscar o itinerário do amor que a tudo dá sentido e
navegar os mares do infinito.
            Sonhar e mergulhar nos abismos do ainda desconhecido e encher os
olhos da alegria do encontro
            e encher as mãos das riquezas das novidades que o nosso planeta
guarda como presentes
            para os aventureiros e madrugadores do futuro, construído a cada
dia como tarefa da inteligência.
            Se eu não falasse, encheria o meu coração do silêncio guardado
comigo na imobilidade avarenta.

                                                                                                                        Paulo Motta.





AMAR É O NOSSO DESTINO



Amar é o nosso único destino.

Ninguém pode disso duvidar.

É mandamento primitivo e divino,

Procurarmos no outro nos realizar.



Entregando-nos ao amor do parceiro

sentiremos que o gosto feliz de doar

sempre a nós volta como  paradeiro

dessa permuta de reciprocidade sem par.



Procuremos trilhar por esse caminho

a que fomos pela natureza destinados,
vivendo de coração aberto, com carinho.  
Os que vivem como irmãos são afortunados.
        
Foge do amor quem a si mesmo se busca
fazendo dos outros objetos descartáveis, lixo,
então diz não à vida, e seu destino ofusca,
não se realizando racional, mas como bicho.

Ensinar amar é tarefa única da nossa família.
Se esta falha, o filho não conseguirá ser feliz
nas circunstâncias da vida, que de Deus é filha.
Ele presente, a consciência a verdade sempre diz.
        
O divino Mestre o legado nos deixou:
Amai-vos uns aos outros como vos amei.
Nisto todos conhecerão que convosco estou.
Então, em vós, glorificado eu me sentirei.

Só o amor dá sentido à vida e o amor é gente
que vive e sente e busca e retribui o que recebe
abrindo os horizontes da solidariedade quente
onde cada um da fonte das águas da paz bebe.
 
AMAR É O NOSSO DESTINO



Amar é o nosso único destino.

Ninguém pode disso duvidar.

É mandamento primitivo e divino,

Procurarmos no outro nos realizar.



Entregando-nos ao amor do parceiro

sentiremos que o gosto feliz de doar

sempre a nós volta como  paradeiro

dessa permuta de reciprocidade sem par.



Procuremos trilhar por esse caminho

a que fomos pela natureza destinados,

vivendo de coração aberto, com carinho.  

Os que vivem como irmãos são afortunados.

        

Foge do amor quem a si mesmo se busca

fazendo dos outros objetos descartáveis, lixo,

então diz não à vida, e seu destino ofusca,

não se realizando racional, mas como bicho.



Ensinar amar é tarefa única da nossa família.

Se esta falha, o filho não conseguirá ser feliz

nas circunstâncias da vida, que de Deus é filha.

Ele presente, á consciência a verdade sempre diz.

        

O divino Mestre o legado nos deixou:

Amai-vos uns aos outros como vos amei.

Nisto todos conhecerão que convosco estou.

Então, em vós, glorificado eu me sentirei.



Só o amor dá sentido à vida e o amor é gente

que vive e sente e busca e retribui o que recebe

abrindo os horizontes da solidariedade quente

onde cada um da fonte das águas da paz bebe.

                            Paulo Motta





ABRAÇO DA ÁRVORE


Plantada uma muda de árvore,
crescendo seus galhos abertos, caídos,
foram amarrados um ao outro.
A árvore cresceu, os galhos engrossaram
e abraçados ficaram com rigidez.
Os passantes admiram com estranheza
o capricho da natureza em demonstração
de um amor vegetal tão raro.

Os hábitos da juventude não mudam
quando chega a idade adulta.
Pode parecer estranho, mas é assim,
a natureza das árvores e dos homens.
Paulo Motta




AS GARÇAS SE FORAM

 Assentadas em bando nas árvores
do parque do zoológico, em frente
ao meu apartamento lá estavam
elas domiciliadas e sobrevoando
nas manhãs de sol para admiradores

dos prédios vizinhos e dos passantes
apressados ou contemplativos da beleza
 de nuvens de aves, paisagem à parte
circuito do Cooper obrigatório
paisagens e cenas do cotidiano dirão.

Mas hoje não estão presentes onde ficavam.
Para onde foram, voando em bando?
Foram saindo de mansinho para não serem
percebidas e perseguidas pelos olhares costumeiros?
Quando pousadas enchiam de algodão as árvores.

Se voando levavam para o alto os sonhos,
saudando com suas asas em brancos lenços
que o vento levava bem leve, saudosos.
A despedida não assistida não foi um adeus?

Voltarão? Esperamos que sim, foram
veranear e exibir seus voos brancos
noutras paragens. Ficou em cada olhar
a saudade gravada de um branco espetáculo.

                                Paulo Motta
                                      Junho/2014





A ESTRADA DE FERRO NA MINHA VIDA


Nasci entre os trilhos da estrada de ferro. Os trens marcavam as horas do nosso dia. Perdemos animais vadios, mortos pelos trens...
A estação era o ponto de encontro das pessoas e as notícias e os jornais por ali chegavam. Peguei carona nos trens e pulei deles em velocidade com perigo de me machucar, mas me acostumei.
Ganhava dos maquinistas lenha e carbureto, com este colocava em poça  d’água para estourar. Um tio tinha café para os passageiros, o leite era com sal... Minha mãe me mandava vender doces e salgados aos passageiros dentro dos vagões, vender mesmo eu não conseguia, pois tinha vergonha de oferecer... Meu pai era o dono da chegada e partida dos trens, tanto da chegada como da saída que eram anunciadas por um sino que eu gostava de tocar com autoridade. Vezes havia que algum trem passava direto, então, meu pai me deixava empunhar uma bandeira verde. Os trens passaram, os trilhos ficaram em seus lugares, mas dentro de mim, os apitos e a fumaça ainda estão me dizendo que os trens voltam porque esperados, pois o menino daquele tempo ainda sou eu mesmo.

Paulo Motta



Bendita a vida...

Rios somos em nossa vida e corremos paralelos.
Somos amigos...
Que bom corrermos juntos para as grandes águas do Mar
que buscamos sem cessar,
tanto alimento em nossas águas
para alimento nosso e das comunidades que lançam
suas redes e se alegram com os frutos nos rios existentes,
com fartura de amor, compreensão e amizade.
Somos criadores de vida, distribuidores de dons
para os que navegam nas águas de nossa vida,
ou que mourejam ao longo de nossa existência
integrando a paisagem dos rios das nossas vidas
e bendizem o que somos e temos a lhes oferecer
como o milagre da multiplicação que o criador opera
através de nós.
Bendita a vida que não é vazia nem inútil,
como rios onde falta vida.
                                                                                                               Paulo Motta



                          



                   MEU FLAMBOYANT

         Hoje eu acordei e quando olhei na janela do meu quarto deparei-me com as flores rubras de um flamboyant em meio às verdes  árvores do bosque do zoológico agitando meu pensamento que voou  até lá como pássaro. Foram comovidos os beijos virtuais de amor. 
À primeira vista, vem uma poesia merecida, pela beleza encantadora das flores tão rubras como púrpura de rainha das matas e sonho dos corações em fogo de paixão de juventude.
Sois, minhas flores, símbolos ostensivos, lindos, da vitória da vida real sobre os sonhos tidos, de um amor vivido na busca de realização com a beleza da mulher amada, flor da família.
Flamboyant, de flores vestido, tu resplendes em pompa e brilho nos palácios da natureza e no íntimo do meu coração, como chamas de fogo que desces como em Pentecostes,  me convencendo e me convertendo à missão de espalhar em todas as partes onde estiver as belezas da terra visitada pelas cores divinas.
Paulo Motta



A CRIANÇA



Flor nascida da mulher

polinização pelo pássaro – homem,

encanto da vida, esperança

que o tempo desenvolve em amor.

Sorriso de Deus, anjo a brincar

de gente com tudo que vê e toca.

Fruto do amor que dá alegria,

vive e faz do tempo a festa

no recanto da família, onde evolui

para a beleza da juventude

dos sonhos a realizar na vida.



Paulo Motta



A ROSA AMARELA




Desabrochou no meu jardim

cheia de graça e tão singela

como um bebê enviado a mim

a flor inesperada, a rosa amarela.



O sol nela se escondeu delicado

como se nela se reproduzisse

em vida vegetal transformado

ocultando o que a ela disse.



Mas todos que a vêem, luz

contemplam com admiração

luz do sol, carinhosa reluz

tímida ao ser olhada na mão.



Eu a plantei com muito carinho

mais como um pai que jardineiro

Dias e dias olhava a terra, o ninho
onde nasceria o meu amor caseiro.

Mostro a meus amigos orgulhoso.
se todos acham-na muito linda;
sinto-me feliz, um poeta amoroso
por ela muito mais amado ainda.

Minha querida loura flor perfumada
se tua existência é fugaz, a ti na tela
te eternizarei, e serás vista e amada
por quantos dirão: é a rosa mais bela.

Teu perfume estará nos corações
presente, pois toda beleza é perfume,
suscita sempre nas pessoas emoções
e eu sabendo, ouvindo não terei ciúme.
  


Paulo Motta






LUA


Lua que nasce nas noites

me fazes ver o mundo.

Como um sonho

do qual não desejo acordar.

Iluminas minha alma

acariciando meus desejos;

que aqueces os corações

dos namorados

Abrandando a luz do sol,

da inteligência

e ajudando-nos a sentir

as emoções do amor 

Que seria o Mundo sem a tua

presença suave,

deixando-te desnudar

na mente sensual do coração humano...

Se posso formular um desejo

é que apareças toda noite...

VEM...!



Autor: Paulo Motta




 
MEU PÉ DE GOIABA

         Não posso me esquecer dele, bem
         de frente à estação. Dele eu me
apropriei e nele passava horas depois
de ter apanhado uma linda goiaba.

Nunca acreditava não haver sequer
uma linda esperando por mim, e lá
ia eu subir no pé da goiabeira para
buscá-la onde estivesse, sem receio.

Galho de goiabeira não quebra não
e jogar pedra para derrubar goiaba
nem pensar, a menina merece todo
carinho e na mão deve ser apanhada.

Quando uma garota pedia uma fruta,
então o carinho no apanhar e ousadia
a demonstrar era tudo bem  ensaiado,
uma liturgia que só moleque conhece.

Certa vez subi numa goiabeira carregada
para agradar uma moça, quando todos
diziam que eu não daria conta, galhos
finos... Fui bem alto, e o pé caiu comigo.

Trepar em pé de goiabeira até hoje me
atiça e não sei se por saudade ou amor.
A minha infância ainda está toda comigo
e  às vezes me instiga a fazer diabruras.
 
                            Paulo Motta.



Encantamento



O encantamento é a atitude

do ser humano diante da vida,

das suas circunstâncias,

da natureza e das pessoas.

O próprio Deus se encantou

com sua criação e viu a beleza

de tudo o que criara. Encantou-se

e sempre se encanta porque cada dia é dia

da criação, do novo; nada se repete.

É encontrar o rosto do Senhor em todos

e em tudo e, como criança que brinca e diz,

achei e Ele se encanta com a nossa descoberta.

O café com a família, o rosto

da mulher amada, os olhos dos filhos...

o pão de cada dia no milagre

da multiplicação diária operada

pela providência do Pai que, que na fartura

cria seus filhos, suas criaturas.

Encantamento é encontrar o próprio coração

no coração de quem o encontrou, que encontra

o seu coração na alegria da convivência

feita de afeto e comunicação fraternas.

Fé e encantamento: as paralelas da vida,

a poesia e a música, o caminho da felicidade.

“Os pássaros são sábios porque não discutem,

cantam. Cantar é o jeito mais puro de entender

a vida. A coruja doutorou-se em filosofia

por isso não canta”. Abra as janelas da vida,

deixe o sol entrar. Seus olhos são a janela

de sua alma, olhe sempre com os olhos do coração,

com emoção, com o olhar ingênuo, você ainda

não o perdeu, ame com os olhos da criança

que ainda existe em você. Olhe para o mundo

com o olhar de quem vê o desabrochar do botão

de uma rosa, carinho do universo.

O encantamento o faz cantor da vida com

a capacidade de seus olhos que colore o mundo,

pondo no ser as cores de um prisma de cristal.  



Autor: Paulo Motta


AS ALIANÇAS
 
Essas lindas alianças em nossos dedos
são cúmplices da felicidade sem medos.
A luz do nobre ouro usado por nós
testemunhará o que diz nossa voz.

Ao olharmo-nos, olhos nos olhos fitos,
dentro de nós moramos, após os ritos,
eu em ti, tu em mim, numa só alma,
vivendo um amor, uma ternura calma.

Jesus abençoou e conosco ficou
 seremos fiéis e felizes, Ele determinou.
Dançaremos então uma valsa lenta
pois nossa vida um sonho de ouro acalenta.

De novo me caso com você, pois te amo
com amor sincero e único. Então te chamo
para colocarmos nos dedos as alianças
de um amor eterno serão as fianças.

Paulo Motta

Crescimento 
 
A vida cresce com os anos

de experiência e convivência

com amigos que fazem da nossa

existência momentos únicos

como um presente do céu estrelado

de nomes e pessoas que brilham

e fazem das nossa noites de saudade

instantes de sonhos, poesias e músicas.

Aprendendo com Rubem Alves:

“O amor tem o poder mágico

de fazer o tempo correr ao contrário;

o que envelhece é a rotina, o enfado,”

sorrir com amigos e com a visão,

das flores, de uma mulher sorrindo...

ser sempre aprendiz da alegria, pois

o pecado do mundo é a falta da alegria,

nas pequenas felicidades dos momentos.

Cada novo amigo é uma estrela

que nasce no nosso céu existencial

e então crescemos independentemente

da idade que temos, da vida que

já vivemos, dos caminhos já caminhados

sempre em busca de nós mesmos,

no espaço, no tempo e lugar

onde fomos plantados para existir.

Paulo Motta





Bendita a vida...

Rios somos em nossa vida

e corremos paralelos.

Somos  amigos...

Que bom corrermos juntos

para as grandes águas do Mar

que buscamos sem cessar,

tanto alimento em nossas águas

para alimento nosso e das comunidades que lançam

suas redes e se alegram com os frutos nos rios existentes,

com fartura de amor, compreensão e amizade.

Somos criadores de vida, distribuidores de dons

para os que navegam nas águas de nossa vida,

ou que mourejam ao longo de nossa existência

integrando a paisagem dos rios das nossas vidas

e bendizem o que somos e temos a lhes oferecer

como o milagre da multiplicação que o criador opera

através de nós.

Bendita a vida que não é vazia nem inútil,

como rios onde não há vida.

Paulo Motta

Goiânia, GO

16.05.2012




Demos Graças

Após a chuva as plantas

se alegram e são agradecidas,

gratidão perfumada, brincalhona,

como nós, pela alegria de viver;

nossos olhos são encantados,

vivemos irmanados com a natureza,

não somos estáticos, existir tem sentido

de conviver de maneiras próprias,

mas em tudo há beleza a ser curtida,

desde o céu estrelado ao pequenino

grão de areia que namora a estrela.


Assim precisamos ver a vida

e dar graças ao Criador

por estarmos vivos e participarmos

de todos os momentos mutantes

que nos causam felicidade e conforto

ao pensarmos que o mundo em evolução

caminha para o infinito,

o ômega do tesígnio de Deus

o Pai da imensa família

criada, amada e esperada

de volta ao princípio criador.

Paulo Motta




AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
 
No coração aberto pela cruel lança

a raiz do amor invisível nós vimos,

da ternura com que o mundo amaste.

A última ceia quiseste comer,

teu corpo como alimento nos deixaste.



De tal modo o Pai o mundo amou

que seu Filho amado nos doou

e o Filho amado, para completar,

conosco ficou, quando ao céu voltou

prometendo para lá nos levar.



Jesus, a nós vieste o fogo trazer

desejando os corações incendiar

e a vida do Pai dar a conhecer,

e nos disseste que assim desejavas

não servos mas amigos nos chamar.


O teu coração imenso e generoso

a Pedro,olhando, fizeste chorar,

qual bom samaritano carinhoso

ao bom ladrão contigo quis levar.

e a nós tu dizes ter no coração.



A tão grande amor por nós mostrado

possível é alguém insensível ser

não se apaixonando pelo amado

e aos irmãos servir em seu viver

como teu mandamento nos deixou?


Triste é dizer, há muita indiferença,

a ingratidão de muitos se apossa

teu coração de grandeza tão imensa

quis refazer toda vida nossa.

C’os mais pobres queremos reparar.


A Margarida Alacoque, então pediste

pra tuas mágoas a todos divulgar

u’a grande festa para nos lembrar.

Qual Madalena o pecado insiste:

lágrimas de amor vamos derramar.


A arca da aliança, para os judeus,

povo escolhido do velho testamento.

Teu coração é sacrário de Deus.

Por Ti , do batismo no sacramento

Filhos nos tornamos pela água e unção.


Hoje então há de ser dia de reparação,

a volta ao amor, ó, delícias do Pai.

Em ti estamos, no teu coração,

quem a Ti ama, por Deus é  amado

entregue a Ti, de teus braços não sai.


Em nossas vidas e em nossos lares

Jesus e sua mãe bendita estarão.

Entronizando, aí, suas alegrias

mais agradáveis, disseste, terão

juntos de nós na humana família.


Do teu coração águas jorrarão

de vida eterna, que o Espírito Santo

trará para que tua Santa Igreja

reparta, os frutos da redenção

que em pentecostes vieram para tanto



Hoje e sempre o coração cantará

com o vosso apóstolo Paulo: quem

nos separará do amor de Cristo,

que por nós se entregou. Quem será?

unidos o Espírito nos fará.

Paulo Motta

 



ALEGRIA, A FESTA DA VIDA
  

Cantam todos os pássaros                              

acordando e despertando todos,

em modalidades diversas

encantados com a vida.

Canta o riacho entre pedras

um murmúrio acariciante

alegrando suas margens.



Cantam os montes felizes,

dourados ao nascer do sol

que qual esposo sai de seu quarto

como herói, alegre, percorrendo

o seu caminho, saindo de um

extremo do céu. Seu percurso

vai até outro lado, nada escapa

ao seu calor de vida e energia.



Adentra pelos lares em sono

e todos acordam olhando-o pela

janela, celebrando a vida. Todos

se movimentam apressados

buscando suas tarefas e afazeres.



As flores fazem cantar os poetas

nas cores múltiplas de suas

pétalas e no perfume inebriante

e até mesmo estonteante como

a dama da noite. Diz-se que as



flores não falam, simplesmente

exalam seu perfume, que perfume...

mas contemplado-as... como são

alegres contagiam em êxtase

de alegria comovida. Suas pétalas

guardam gotas de orvalho que como

brilhantes são semeadas no solo.


As árvores balançam suas folhas

Saudando o sol e a vida do novo dia.

Os beija-flores vêm colher o néctar

deixando um beijo agradecido em

cada flor, levando delas um

a “rivederci, au revoir...”



A alegria da vida se expande

por toda a natureza, fazendo

de cada novo dia uma nova festa.

As crianças buliçosas com seus gritos

são uma orquestra sem maestro...



O amor em relações familiares

ou entre amigos, sorri em felicidade.

A aragem a todos acaricia participante 
e brincalhona, passando e indo além,  

sem ser vista, sem incomodar. 
Há uma poesia no ar sonoro, celebrando

a convivência na mãe natureza...



E o mundo gira e ninguém se dá conta, 
o tempo foge inexorável

ao compasso da música das “quatro

estações”, obra de Vivaldi na alegre

dança da vida, com todas as criaturas.



Como disse o anjo da anunciação

a alegria é para todo o povo, motivado

pelo êxito ou pela fundada esperança

de que ser feliz é possível e obrigatório,

ficando como marco a palavra do Mestre

“venho ver-vos de novo e então ninguém

poderá vos tirar a alegria que vos trouxe.” 

Paulo Motta
    


A varanda de meu apartamento

Meu apartamento tem um jardim.
O jardim é lugar que me encanta
e me atrai para ver, contemplar, pensar.
Penso como Epicuro. A vida dos sábios deve
decorrer num jardim onde encontre
tranqüilidade e paz. Mas ainda onde, possa
encontrar e conversar com amigos, num ambiente
onde a natureza seja parte integrante de todos
os assuntos que instruem as pessoas
com a sua vida.
Assim decorre também a minha vida.

A rua abaixo chama-se Alameda das rosas.
Eu tenho na varanda cinquenta roseiras
a cada rosa nascida eu me encanto e me comovo,
beleza, perfume, cor, pétalas que desabrocham.
É uma história de vida e encantamento.
Mas cultivo também cinquenta orquídeas
estas perfumam o ambiente, 
na simplicidade de sua beleza, 
fazem-me pensar e sonhar
na presença de Deus quando passeava para
visitar o primeiro casal na jardim do Éden.
Tenho também beijos pendurados na tela de cordas.
Essas plantas passam os dias atraindo os olhares
dos caminhantes do parque que circunda o zoológico.

Ainda pela manhã as graças com sua brancura como flocos
de algodão se instalam na árvore próxima ao lago.
Se voam dão-nos o espetáculo de brancas asas delta.
Os pombos, fazem seus exercícios matinais em revoadas
Razantes, vão e voltam e somem para outros paramos.
Cantos matinais de passarinhos me acordam
e eu os vejo buliçosos em busca de alimentos e
da companhia das árvores, da grama e do riacho.

Vejo o pôr do sol de cada fim do dia
dourando as nuvens e se despedindo de nós
enquanto cede espaço para a noite do sono
e descanso das criaturas, saudo-o como um amigo 
de cada dia que me traz alegria, alento e tempo
para cuidar da saúde, dos negócios, do trabalho.

E quando começa a escurecer aparece Venus
brilhante que no céu cintila qual diamante.
Vendo o céu cravejado de estrelas 
em suas constelações
com elas converso como amigos, elogio
sua beleza e elas me respondem com
sorrisos de namoradas ciumentas entre si
afinal, como diz o poeta, quem ama ouve e entende...
O mistério do universo me deslumbra, mundos
de fogo como sarças ardentes que não se consomem.

Meu amigo vento me visita várias vezes por dia
Sempre pergunto onde estava, de onde veio e para
onde vai, não diz, volta diferente a cada momento.
Ás vezes me avisa que Éolo abriu o controle
e aí terei ventania, que eu me cuide e me proteja.
Á noite as corujas agourentas se fazem ouvir no
bosque e os vagalumes querem mostrar onde elas estão
mas o pisca-pisca deles não dá para fixar o olhar nas aves.
O rugido do leão lembra a todos os descuidados
que o espaço tem dono, é território do rei
mesmo dormindo tem seu horário de rugir.

Mas minha varanda é espaço de encontro com amigos,
vinhos, queijos, castanhas e petiscos se misturam com as
piadas e os relatórios dos que não vieram participar.
O tempo para, as risadas são contínuas, os casos, ora
os casos... Basófias, provocações de quem já está alto...
Como é fácil ser feliz quando Baco está conosco...

E a vida lá fora, logo abaixo nem é percebida a menos que um barulho maior de carro ou um carro policial nos lembre
a diversidade da vida que interrompe o bem-estar.
Mas momentos de emoção, quando à noite vem chegando
trazendo-nos a nostalgia do barulho do dia, tocam os sinos
e sobe ao céu uma prece, a Ave Maria,
 somos crianças de Deus.
Tudo o que se disse não foi para contar vantagem a qualquer
mas dizem que todos têm as próprias visões 
na memória e no coração.

Paulo Motta



A água da minha jarra

Aqui estás diante mim, linda,

Cristalina e pura

Fonte de vida.

És a mais bela criatura

da mão criadora saída

mais preciosa que os alimentos,

vida do mundo e dos homens.

Preciso de ti e estás

à minha disposição.

Tens a forma do recipiente

e te acomodas com paciência.



Toma-me, dizes, quero

tua sede saciar.

Não quero tua gratidão

mas a integração contigo.

Tua sede me põe em expectativa.

Sabes? Isso se chama amor.

Tenho amor em minha vida

 e ninguém tem mais amor do que

quem dá a vida pelo necessitado.

Toma-me sou toda tua,

Serei contigo, é meu jeito de ser.



Comovido, sentindo-me amado

com as mãos, trêmulas tomei a jarra

como se fora o corpo da amada!

Bebi a água do amor

senti-a me acariciar o corpo

e nos tornamos uma só vida.

Paulo Motta



A ESTRELA GUIA

Quando Cristo nasceu em Belém

No azul do céu distante uma estrela

Apareceu com brilhos de cometa,

Indicando o caminho onde Deus

Estava como menino recém nascido.



Os pastores que ao relento dormiam

Deslumbrados se perguntavam sinal

E é para nós, e vem de Deus criador

Que cuida das estrelas como das flores.

Seus mensageiros vão nos falar. E vieram



Ao brilho das estrelas como nas catedrais

Coros angelicais como nunca se ouvira

Cantavam as glórias do Altíssimo ao som

De órgãos cujos tubos eram as montanhas

E os sons inebriavam os humanos ouvintes



E as letras da música, as palavras dos cantos:

Gloria a Deus nas alturas e paz para os homens

Amados de Deus aos quais lhes deu seu Filho,

Ide e o vereis bebê deitado numa manjedoura

Com sua mamãe .Correndo pastores e ovelhas



Foram e viram e choraram de emoção e amor.

Voltando jubilosos jogavam beijos à estrela..

E a boa nova se espalhou levada pelo vento.

Nas cercanias de Belém os perfumes das flores

Era o mistério de uma presença escondida.



E a estrela foi brilhar noutros páramos

Bem distantes para chamar piedosos sábios

Que logo viram nela a anunciada nas sagradas

Escrituras e a realização da promessa. Apressados

Cavalgando seus camelos foram até Jerusalém.



Mas aí a estrela sumiu com risco de perderem
O caminho. Acharam informações e saindo viram
De novo a estrela brilhando com  mais fulgor
E assim chegaram com seus presentes regionais
.Adorando o Menino entregaram suas riquezas.

Mas o caminho de volta foi outro para burlar
O pedido do malvado rei que,sentindo-se
Ameaçado de perder o trono tramava matar
O rei recém nascido, Filho de Deus e de Maria.
Se mal não fez a Jesus outras crianças foram

Sacrificadas em seu nome. Ele fugiu para o Egito
E quando de lá voltou trazido por José,
Foi morar em Nazaré, terra sem prestígio
Que seria glorificada pela sua residência,
Ali entre os pobres e pescadores da região.

Desde então a estrela guia continua sua  missão:
No  mistério do Natal, chamando os que olhando
Para o céu estrelado procuram Jesus entre
Os pobres e lhes oferecem amor e ajuda
Tornando-se discípulos e amigos do Senhor.

Paulo Motta
 


A água

 
Água límpida e pura

criatura predileta de Deus,

vida da terra e dos animais,

água dos oceanos, impetuosa,

sugere o infinito , força contida.

Pelas águas singram os grandes navios

transportando as riquezas da terra,

o trabalho dos homens...mares

das ressacas, dos mistérios antigos,

mares da separação e da união,

de águas profundas de pontos abissais.

águas dos mares e das espumas que

brincam nas praias de areias macias,

água corrente dos regates e rios,

água guardada, reservada

  no interior profundo da superfície,

água refrescante para o corpo,

para a bebida .Água  das chuvas

que caem para o banho da terra

e fertilidade das plantações.

Neve de brancura inigualável,  

do orvalho noturno sobre as flores,

sereno das madrugadas, garoa

repentina e poética. Água das piscinas

onde atletas e crianças se deleitam.

Água, morada dos peixes, criadora

das vidas, onde brincam os golfinhos,

navegam as baleias brincalhonas, imensas.

Água dos lagos que espelham

o azul do céu com suas nuvens de algodão.

água do meu batismo, unida ao Espírito

faz a renovação da vida humana

para a vida nova de filhos de Deus

com Jesus Cristo,declarado amado

do Pai,Filho de suas complacências.

Como gostaria de cantar as tuas maravilhas,

minha irmãzinha humilde e serviçal

  vida a serviço da vida...

Porém, prefiro cantar em rogações orantes:

“Ó água pura, ó água santa

Vem purifica a minha vida

Dá-me da neve a brancura

E um coração sincero, forte, grande e puro”.


Paulo Motta
 



As Borboletas


Vejo-as aos pares brincando no ar
visitando as flores, beijando-as
trazendo recados de outras flores,
cúmplices dos anseios de vida a comunicação.
Muitas são folhinhas de papel motorizadas,
exibindo sua graça, provocando sonhos...
Há as desenhadas com arte divina
esquivas, amantes das florestas, objeto
de caçadores de belezas e raridades.
Todas elas são sonhos que passam,
momentos de encanto, símbolos
da beleza e leveza do ser.
Borboletas desenvolvidas em casulos
depois de as largatas se alimentarem
das folhas de amoreiras muitas
ressuscitam para uma vida espiritual ao sopro dos ventos e aos perfumes das flores.
borboletas, criação divina, diversão sobrenatural
símbolos da vida humana nascida na terra buscando as alturas nos ziguezagues do tempo.
“Somos sempre menores que nossos sonhos,
mas sonhamos sempre mais do que somos”.

Paulo Motta


Encantamento


O encantamento é a atitude

do ser humano diante da vida,

das suas circunstâncias,

da natureza e das pessoas.

O próprio Deus se encantou

com sua criação e viu a beleza

de tudo o que criara. Encantou-se

e sempre se encanta porque cada dia é dia

da criação, do novo; nada se repete.

É encontrar o rosto do Senhor em todos

e em tudo e, como criança que brinca e diz,

achei e Ele se encanta com a nossa descoberta.

O café com a família, o rosto

da mulher amada, os olhos dos filhos...

o pão de cada dia no milagre

da multiplicação diária operada

pela providência do Pai que, que na fartura

cria seus filhos, suas criaturas.

Encantamento é encontrar o próprio coração

no coração de quem o encontrou, que encontra

o seu coração na alegria da convivência

feita de afeto e comunicação fraternas.

Fé e encantamento: as paralelas da vida,

a poesia e a música, o caminho da felicidade.

“Os pássaros são sábios porque não discutem,

cantam.Cantar é o jeito mais puro de entender

a vida. A coruja doutorou-se em filosofia

por isso não canta”.Abra as janelas da vida,

deixe o sol entrar. Seus olhos são a janela

de sua alma, olhe sempre com os olhos do coração,

com emoção, com o olhar ingênuo, você ainda

não o perdeu, ame com os olhos da criança

que ainda existe em você.Olhe para o mundo

com o olhar de quem vê o desabrochar do botão

de uma rosa, carinho do universo.

O encantamento o faz cantor da vida com

a capacidade de seus olhos que colore o mundo,
pondo no ser as cores de um prisma de cristal.  

Paulo Motta

                            
                        ALEGRIA (mais uma vez)
     
É místico o sentido da Alegria
é falar, ver, ter você como amigo,
é sentir seu cheiro mesmo distante.
É ouvir seu tom inconfundível
e deleitar-me nesse momento
sentindo você bem perto de mim.

Fico feliz e encho-me do perfume
de um jardim florido de repente
e fico a sonhar com estrelas.
Sinto a presença de águas de regato
silencioso e refrescante.

Encho-me da vontade de cantar.
Sem um porquê aparente ,louco?
A loucura de me sentir feliz, em paz.
Sentir-me abraçado estando sozinho.

Alegria é poder curtir cada momento
com o som que o vento me traz
que me embala como um gorjeio doce
de pássaro raro cantando para mim.

Alegria é saber que sou feliz
como sou e com o que tenho,
vendo somente o presente
como presente que não pedi
nem mereci e vou curtir com
quem me deu por amor a mim.

Alegria é ver você chegando
ausente e presente a meu lado,
mas minha alegria
não é completa, porque
é insaciável, espera mais,
como de novos acordes
de uma sinfonia do coração.

Não falo de prazer uma vez que
o prazer logo se farta e está
ligado à participação do corpo,
ainda que beijos tragam alegria
mas se focam mais no prazer.
Minha alegria é sincera e brota
do sentimento e do sonho acordado.

Autor: Paulo Motta
2012
 


Um comentário:

  1. José Pagola escreveu um dos melhores textos sobre a vida de Kesus.O que é apésentado nesse blog é um favo de mel de uma nova visão è contemporâneo e desafoia o homem de hoje a aceitar o Salvador como Ele é ainda hoje.Fiquei feliz em ler a mensagem postada.Desejaria conhecer outros textos para conhecer ao menos algumas partes do livro.Obrigado, Paulo.Continuje!...Lucas Faria.

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